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[CAIXA DE PANDORA] Germinar: a importância dos contos para psique

Por Juliana Florencio* |

Gosto da ideia de que as histórias nos escolhem. Isso nos conecta com algo mais profundo, mais verdadeiro, cheio de sentido.

As histórias que nos tocam não nos chegam por acaso, elas se mostram porque encontraram morada e lugar de transformação em nossa alma. Jung propôs o termo “sincronicidade” para descrever eventos que acontecem de forma aparentemente aleatória, mas se estivermos atentos e abertos, perceberemos que são cheios de sentido. É como se fosse uma mensagem muito importante da vida que recebemos. Da vida que há em nós.

Daí do encantamento, ou assombramento, de tais eventos: aquele conto que chega em um momento especial, ou crucial. É importante que estejamos atentos, levemos esse chamado a sério e trabalhemos sobre este acontecimento.
Muitas vezes, o principal trabalho é deixar que a história ressoe por todo nosso ser. Que ela entre pelos olhos, ouvidos, poros e fique o tempo necessário no corpo, em nossas vísceras… que a incorporemos… para que ela se movimente e se transforme dentro de nós. Nos permitamos esta mobilização. É o trabalho de incorporação do conto, de encarnação.

Neste momento podem surgir sonhos e estes são especiais para o processo de vitalização da história. As imagens são, também, de suma importância. Quais imagens que o conto traz? Como elas são? Que tal desenhá-las? Pintá-las… Com o que elas se conectam? Quais afetos trazem? Emoções? Sentimentos?

Estar com histórias, de verdade, requer um trabalho de aprofundamento. Exige atenção ao que surge com elas. Demanda entrega e respeito às emoções, afetos, sentimentos que surgem com sua “Aparição”.

Torna-se fundamental honrar aquelas pessoas que materializaram o conto. Através de uma irrupção do inconsciente coletivo, por sonhos ou “alucinações” em vigília, elas empenharam-se para dar forma, para nomear, o que antes estava oculto. E, sim, quiseram e buscaram que este conto, esta aparição, fosse compartilhada com as pessoas e com a comunidade.

* Juliana Florencio é psicóloga, arteterapeuta e terapeuta do Jogo da Areia (em formação). Atualmente mora na região de Stuttgart, Alemanha, onde realiza seus atendimentos.
Email: juflorenciocs@gmail.com

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