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[CARCARÁ TAROT] O conceito de complementariedade no Tarot

Foto: Banco de Imagens/Flores no Ar

| Por Sabrina Carvalho* |

Dualidades, opostos complementares… paradoxos constantes estão presentes nos conceitos das cartas do Tarot. Seja nos Arcanos Maiores ou nos Arcanos Menores, vemos vários signos de complementariedade tanto nas cartas em si, como na narrativa que envolve suas sequências numéricas.

Quem nos fala e orienta nesse conceito é A Sacerdotisa, Arcano II do Tarot. Na figura feminina vemos o contraponto da lógica masculina e única d’O Mago. Ela diz: “Aqui há algo que te complementa, e sem isso não há o todo. És apenas a metade.” É o antônimo das coisas, tudo tem seu oposto que se complementa em conceito. Bem, mal, claro, escuro, feminino, masculino…

Na jornada dos 22 Arcanos Maiores do Tarot, na sequência numérica de 0 a 22, os passos se complementam como aprendizado e iniciação espiritual, assim como , em sua lógica, há uma pista da composição espiritual do ser humano ligado ao cosmo (Aqui devo ressaltar que não vou entrar em nenhum aspecto cabalístico. Gosto de ver o Tarot em sua pureza, mesmo não acreditando nela. Um paradoxo.)

Nesses passos, dados pela sequência dos Arcanos Maiores, não há como chegar no 3 sem pisar no 2. E o aprendizado do 2 nos apoia no entendimento dos arcanos 6, 7, 10, 14, 21.

Por mais que A Roda a Fortuna e O Mundo nos tragam uma lógica quaternária, não há como compreender essas cartas sem a lógica da complementariedade. E digo mais, na presença de todos os arcanos encontramos essa lógica.

O entendimento de cada arcano é complementar a outro, como nos falam Jodorowsky e Marianne Costa, no livro ‘O Caminho do Tarot’, sobre a combinação complementar ligada aos algoritmos, por exemplo. O arcano 3 complementa o 13 e vice-versa, assim como 5 e 15 etc. São várias as formas de identificarmos esse processo de dualidade no Tarot. Aqui trarei uma das formas, olhando para alguns arcanos citamos acima.

Aqui venho trazer a necessidade de utilizar esse conceito no entendimento dos arcanos 2, 6, 7, 10, 14 e 21. Serei mais detalhista, vamos caso a caso.

Tudo se complementa, é o que fala A Sacerdotisa, dona dos paradoxos, das contradições, nos opostos que se complementam. Ela extrapola o Yang d’O Mago apresentando o Yin em toda a sua receptividade, completando a energia ativa e unificadora. Engole, engloba, atrai e distingue. O oposto do 1 é o 2, ‘estou aqui olhe para mim, não há só você!’ Mas ela grita em silêncio e acalanta a explosão do eu no entendimento do todo.

Mais na frente, Os Enamorados, amantes, ou os dois caminhos que se encontram e se integram. O arcano 6 prepara a vitória do 7 d’O Carro, que equilibra as volições do feminino e masculino buscando a conciliação e o avanço. Dois cavalos conduzem a carruagem, duas esfinges, duas forças opostas dão força motora à carruagem.

Em cima e em baixo, de um lado ou de outro, início e fim, os ciclos nos lembram de quanto antônimos são o começo e o final de um ciclo. Enquanto nos adaptamos às mudanças da vida, girando desenfreadas n’A Roda da Fortuna, nos deparamos mais uma vez com os mistérios impostos pelo arcano 10. Enquanto o 14, em sua pureza divina, integra e realiza a alquímica fusão criando o novo e possibilitando a fluidez das transformações a partir da consciência elementar e complementar do nosso ser. A Temperança, com duas taças nas mãos, sintetiza, funde e transmuta o espírito.

O contato paradoxal ou os encontros dos opostos realizam, a partir da jornada dos 22 arcanos, experiências que se somam uma a uma e ascendem num caminho de entendimento do eu a partir do percurso do 1 ao 21. Quem faz isso é o 0 (O Louco). Energia disposta a alcançar sua busca, sem medir esforços nem planejar ao certo seu aprendizado, mas entendendo que a partir da sua intuição, adquirida pela Sacerdotisa, surge o mundo, a saída e a estrada. Os instintos, que explodem receptividades e esperanças, iluminam nossa trilha escura. Tudo se abre e se fecha no arcano 21. Entende e reconhece o aprendizado da jornada vencida e assume a necessidade de se abordar de uma maneira inovadora, onde o autoconhecimento aprendido abre uma nova porta.
Não entender, abrir-se ao conhecimento e ser.

 

* Sabrina Carvalho é taróloga, criadora da Carcará – Escola de Tarot, pesquisadora e escritora/colunista do Portal Flores no Ar. Realiza leituras com foco em autoconhecimento, autoempoderamento e transformação. Também ministra aulas de iniciação aos Arcanos Maiores e Menores.

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