‘Sol, Vênus e Marte em conjunção’, por Haroldo Barros
(artigo publicado originalmente no blog do autor: http://haroldobarros.wordpress.com)
Tendo como pano de fundo o fogoso signo de Áries, encontram-se no dia 07 de Abril, esses três astros, indicando a possibilidade de união entre razão, força e sensibilidade.
Há uma interessantíssima passagem da Mitologia Greco-Latina, eterna e inesgotável fonte de sabedoria, que vale a pena conhecer.
Conta-se que a belíssima deusa Vênus, chamada Afrodite pelos gregos, deusa do amor e da beleza, era dada, como não podia deixar de ser, a entregar-se aos jogos da conquista e da sedução. E linda e exuberante como era, não lhe faltavam pretendentes, que ela convertia em amantes, ao seu bel prazer. Mas, dentre todos esses pretendentes, dois se destacavam, pela fama, pela insistência e pela rivalidade que devotavam um ao outro, na disputa pela preferência da magnífica deusa.
O primeiro era Apolo, o deus Sol: belo, garboso, sedutor, poético, voltado às artes e à música.
O segundo era Marte, o deus da guerra: bruto, violento, agressivo, grosseirão, voltado às lutas e à pancadaria.
E qual dos dois ela vai preferir?
Errou quem pensou em Apolo!
Era o violento Marte o preferido da deusa.
Surpreendente? Talvez… Mas o fato é que só nos braços da doce Vênus é que o bravo Marte repousava. Dessa “complexio oppositorum” (= união dos opostos), nascem vários filhos, entre eles Phobos (o pavor), Deimos (o espanto) e Éris (a discórdia), que passaram a acompanhar o pai nos campos de batalha.
Aliás, o romance entre Vênus e Marte tem nuances quase hollywoodianos.
Preterido pela amada, Apolo se vinga, delatando o casal adúltero a Hefesto (Vulcano), deus do fogo, esposo de Vênus. Indignado, Hefesto prende os dois numa rede, finíssima, porém indestrutível, expondo-os à humilhação pública, flagrados em pleno adultério.
Lamentável. E imperdoável.
Vênus retaliará de forma terrível: decreta que Apolo jamais será feliz no amor. E o luminoso deus, ainda que belíssimo em todos os sentidos, será sempre rejeitado por aquelas por quem se apaixona. Ou rejeitará aquelas que o amam.
E assim caminham essas três partes de nossa alma: de um lado Vênus, que retrata o amor e a beleza; do outro, o Sol, que espalha no universo a luz da consciência. E ainda Marte, nosso lado agressivo e combativo. E que, muitas vezes, não se entendem, não se misturam, não se reconhecem. Como se não pudessem nunca andar juntas razão, força e sensibilidade.
A conjunção entre estes três planetas, ocorrendo entre os dezoito e os vinte graus de Áries, signo da renovação e do impulso, traz uma mensagem clara: a possibilidade de resgatar a união entre esses brigões, como se Apolo, Marte e Vênus resolvessem fazer as pazes, oferecendo-nos a junção de suas forças, para ajudar-nos no processo de crescimento interior.
A propósito, o quarto fruto da união entre Marte e Vênus é a doce Harmonia, símbolo do equilíbrio, síntese da virilidade combativa do pai e da fertilidade e beleza da mãe.
Durante os próximos dias, poderemos testemunhar pessoas se valorizando mais, desenvolvendo sua auto-estima, mas ao mesmo tempo valorizando o outro, cultivando mais as relações saudáveis, maduras, estimulantes.
Aproveite, portanto, o momento, para efetuar a transformação que você quer em você e em sua vida afetiva. O Cosmos resolveu dar uma mãozinha.