[CARCARÁ TAROT] As Rainhas do Tarot
| Por Sabrina Carvalho |
Transformar o medo em etapa inicial da coragem;
Transformar saudade em doce lembrança;
Transformar ciúme em solidariedade;
Transformar violência em ironia;
Transformar ironia em arte;
Transformar-se!
As Rainhas do Tarot, poderosas bruxas curandeiras, com a força feminina atuam e dominam os 4 elementos da natureza. Os 4 elementos da nossa natureza, material e sutil, numa busca pulsante e frequente pela conexão expansiva do nosso poder pessoal. Cada uma com seu elemento na mão, do seu trono eleva seu olhar acolhedor aos seus “súditos”.
Elas, mais que ninguém, sabem que nossos súditos somos nós mesmxs, assim como entendemos que somos nossas absolutas governantes. Sua soberania está em entender e curar seu absolutismo.
Uma grande beleza que elas podem carregar é seu olhar estendido ao outro: mães cuidadoras, mulheres compreensivas, pessoas intuitivas…muito mais que isso, são guerreiras conscientes de suas lutas e da importância da sua força e coragem. Cada uma delas entende que seu espaço de domínio também é espaço de aprendizagem constante.
Seu número dois domina a passividade e ativa seu elemento em busca da construção, do produto, da produção e principalmente da cura. O 2 é o caminho para o equilíbrio. A Rainha gera em suas mãos o fruto da transmutação!
Mas quem são essas Rainhas que cada pessoa possui e pode ativar conscientemente no decorrer da vida e do exercício do autoconhecimento?
Rainha de Ouros – Terra
O olhar protetor da criação e procriação faz dela a dominadora da materialidade. A Rainha de Ouros espera, acolhedora, o amadurecer do fruto, afastando os possíveis predadores, alimentando e nutrindo a terra. A objetividade material do naipe de ouros não envolve necessariamente questões puramente financeiras, mas, principalmente, a maneira como nós concretizamos nossos planos, cuidamos do nosso corpo, das pessoas a quem amamos, da nossa casa. No entendimento do nosso eu material é a Rainha da Terra que nos envolve para o olhar espiritual da conexão sem perder a objetividade da produção. Ela domina o que é tangível. Cria e mantém. Domina e se alimenta.
Terna e suave, às vezes pode atuar de maneira controladora como um forte dispositivo de alerta e cuidado. Acredito fortemente numa conexão entre a Rainha de Ouros com o arcano III- A imperatriz, em toda sua potência produtiva e nutritiva da manutenção da vida.
Se alimentar por suas sabedorias é sentir a doçura das frutas e a fartura das flores do grande jardim dessas Rainhas! É ela quem lembra fortemente, que para termos o domínio do nosso eu espiritual, precisamos antes ter o domínio do nosso eu material, entendemos que somos feitos de matéria e dela transmutamos.
Rainha de Espadas – Ar
Uma espada de dois gumes: de um lado cortam as emoções e de outro as racionalizações. Eis o ambiente ambivalente do naipe de Espadas, sempre nos pondo no desafio de perceber melhor nossos conflitos internos que mediam nosso olhar para o mundo. Quando ela vem, serena e comunicativa, com sua espada nas mãos trás a tranquilidade de cortar os excessos em busca do equilíbrio. O domínio da fala, a busca de coerência entre o que falar e como falar, busca a mediação social de conexões internas, íntimas, e de como aprendemos, aos poucos, a nos mostrar e a dominar o que mostramos de nós. Percebo uma grande conexão entre a Rainha de Espadas e o arcano XI – A justiça (para muitos tarôs modernos esse arcano corresponde ao número VIII, mas essa não é aqui a questão, só esclarecendo), no entendimento das consequências vindas após a grande sentença, fruto das medições vindas dos amadurecimentos e sofrimentos propiciados pela rota de Ar e também representadas nesse arcano maior.
A Rainha de Espadas domina o ar e a intensidade dos ventos. Oferece o oxigênio que comunica e conecta. Quando respiramos fundo antes de falar ou fazer algo importante é um ato físico e simbólico de se encher de coragem, razão e inteligência emocional. Bem-vinda ao reino do Ar!
Rainha de Copas – Água
A senhora das trocas, grande condutora de águas, olha atentamente para a taça que possui em suas mãos. Sua taça está fechada representando que ela tem controle do que entra e do que sai dela, que são as trocas de natureza simbólica, afetiva, espiritual. As luas minguantes e crescentes revelam a força movedora que protegem as taças e o movimento de entrada e saída, de enchimento e esvaziamento dessas águas. Essa sábia rainha, às vezes doce, às vezes amarga, já entendeu que além desse movimento necessário de ida e volta, para as trocas simbólicas, é importante perceber o conteúdo dessas trocas…a qualidade dessa água. Ela, a água, é a grande condutora, que além de alimentar e purificar, também se contamina e conduz essa contaminação instantaneamente.
Para dominar sua água, essa rainha precisou conhecer e entender os movimentos de suas emoções e sentimentos, de suas carências e do seu conhecimento, que nunca deve estar parado. A água pede movimento, como a corrente do rio, ou o balanço do mar. Aqui ela domina as vazantes e enchentes de suas águas, entendendo que o conteúdo da taça é todo potencial de troca e conexão com o outro. Um arcano maior que se assemelha em intenção a essa rainha pode ser a Sacerdotisa, Arcano II, em sua missão receptiva e comunicativa dos conhecimentos sagrados, pela passividade que a taça sugere, em receber o conteúdo e a atividade de oferecer de volta.
A Rainha de Copas nos dá a sabedoria de flutuar sobre as águas, para que não nos afoguemos no nosso mar de emoções. Sabe rejeitar e neutralizar a dor oferecida por outras pessoas. Ela aprende a dizer não! O libertador não que para as contaminações de suas águas. Mas ela quer, sim, ela quer te contagiar com sua sabedoria. Abra sua taça!
Rainha de Paus – Fogo
O fogo que aquece. O fogo que transforma. O fogo que destrói. Esse elemento transmutador é o domínio dessa rainha. Quente, calorosa, sábia e poderosa. O poder da cura dela está intimamente relacionado à sua conexão com seu corpo, sua mente e suas emoções, proporcionados pelo autoconhecimento. O poder adquirido por ela é fruto da responsabilidade assumida e pela consciência do uso do fogo, que pode ser curativo e transmutador nos mais belos e espirituais aspectos, porém entendendo o potencial destrutivo de seu elemento e o cuidado que devemos ter em manuseá-lo.
A arte de manipular elementos e fazer a magia é a grande riqueza dessa Rainha! Criativa, expansiva, realizadora e intuitiva, seu desenvolvimento pessoal está no retorno à sua natureza selvagem como manifestação maior de sua verdade, que é a verdade do que se é. Com força de caráter, às vezes teimosa e sentenciosa, sabe que carrega consigo um arcabouço de qualidades que formam seu poder pessoal, que é a grande associação dos seus saberes. Como usá-los e com eles transformar a realidade? Eu vou usar meu poder pessoal para a cura ou a destruição?
Dos arcanos maiores, A Força, Arcano XI ( ou VIII para muitos tarólogos, que é a troca com o arcano da Justiça), corresponderia a energia em potencial da Rainha de Paus usada com sabedoria e amor universal. Esse amor transforma todo o potencial destrutivo em um amor suave, sendo também parte da nossa natureza, feminina. O fogo aquecedor e curador da Rainha de Paus é a consciência da escolha pela cura e pela grande transformação do espírito. E o melhor: a Rainha de Paus sabe que a arte transforma a realidade!
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