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O Sol entra em Libra. Equinócio de Primavera!!!

Por Haroldo Barros
(http://haroldobarros.wordpress.com)

Às 11h21 do dia 22 de Setembro de 2016, o astro do dia, em seu eterno caminho ao longo do Zodíaco, adentrou o signo de Libra, dando início à Primavera.

Dentre os muitos e sutis ciclos sobre os quais se baseia a realidade, talvez o que mais sentimos seja o ciclo solar, ou seja, o período de um ano que o Sol leva para completar uma revolução ao redor do Zodíaco. Esse período é tão natural ao ser humano que a própria História é sempre medida em anos ou em seus múltiplos (décadas, séculos etc.).

Interessante será notar que esse período tem, também, as suas divisões internas, podendo ser compreendido em quatro etapas distintas, exatamente aquilo a que chamamos de Quatro Estações do Ano.  Em cada uma delas, a Natureza se comporta de uma forma diferente, obedecendo a ciclos que regem o próprio ritmo universal. Obviamente, esses mesmos ciclos ocorrem no interior de nossa própria alma e corpo, uma vez que o Macrocosmos (o Universo) e o Microcosmos (o Homem) são sempre análogos, refletindo este o que aquele retrata.

Isso quer dizer que, também em nossos corações e mentes, existem e existirão sempre as quatro etapas do ano, assim como também as quatro etapas do mês, correspondentes às fases lunares, tudo reflexo do grande Ciclo do Cosmos.

Sendo, por excelência, a Ciência dos Ciclos, um Relógio Qualificador do tempo, a Astrologia estuda esses movimentos cósmicos e, evidentemente, a sua relação com o Homem.

A entrada do astro-rei nos signos cardinais (Áries, Câncer, Libra e Capricórnio) é o marco astronômico e simbólico do início de cada uma das estações, onde o Cosmo nos convida a uma vivência relativa ao período específico.

No Hemisfério Sul, ao entrar em Áries, o Sol dá início à estação do Outono; quando chega a Câncer, inicia-se o Inverno; a Primavera chega quando o radioso astro-rei toca o signo de Libra;  e, finalmente, com a entrada do Sol em Capricórnio, inicia-se o Verão, a estação da plenitude da Natureza, dando seqüência ao interminável e inexorável movimento dos Céus.

Mitologicamente, as quatro estações estão relacionadas com a deusa Ceres (Deméter) e sua filha Core (Perséfone), raptada por Plutão (senhor dos mundos infernais) e forçada a tornar-se sua esposa.

Uma inflexível lei determinava que qualquer um que penetrasse nos reinos de Plutão e ali comesse algo estaria condenado a lá permanecer por toda a eternidade. A pobre criança, assediada por Plutão, acabou engolindo um pequeno caroço de romã, o suficiente para que o traiçoeiro Plutão reivindicasse a presença da jovem em seus domínios para todo o sempre.

Um acordo, porém, foi feito: a jovem passaria seis meses do ano com Plutão, nos subterrâneos infernais e os demais seis meses com a mãe, na superfície.

Os antigos gregos entendiam que essa era a representação mitográfica das quatro estações.

Interessante notar que Ceres (chamada de Deméter pelos romanos) era a deusa dos campos cultivados. Já a palavra “core” deriva diretamente do radical grego que significa “grão” (= “semente”).

E assim se desenrola, exatamente como retrata o mito, o ciclo inexorável das estações: nos meses de Outono e Inverno, Core se mantém sob a superfície (a semente, lançada à terra, se nutre e se prepara para o desabrochar), na companhia de seu esposo Plutão; por isso, nesse período, a Natureza, entristecida, murcha e se interioriza; no início da Primavera , a jovem retorna à superfície e aí permanece até o final Verão, e se encontra com a sua mãe, fazendo com que toda a Natureza desabroche (a semente germina e aflora) de pura felicidade e celebração.

Se ficarmos atentos, poderemos notar o desenrolar das estações em nossa alma, nossos sentimentos, nossos projetos e mesmo em nossas atividades do cotidiano.

Obviamente, para quem mora muito próximo à linha do Equador, as estações do ano não são assim tão bem delineadas. É mais comum que se pense em duas estações: uma chuvosa e outra seca. Entretanto, qualquer um de nós poderá observar toda essa ciclologia, simplesmente prestando atenção aos nossos próprios ciclos internos.

Há momentos ou fases de vida em que estamos mais invernais: recolhidos, introspectivos, meditativos. Em outros, estamos mais primaveris: desabrochando, crescendo. Em outros ainda, somos a própria encarnação do outono: descascamos, jogamos fora o que não presta, preparamos para a renovação. Ou podemos ser como um verão: festivos e alegres, celebrando a culminância.

Viver cada uma dessas fases com consciência e sincronicidade aos ritmos cósmicos pode ser um passo para a compreensão da realidade e uma ponte para o auto-conhecimento.

A entrada do Sol em Libra  marca o início da Primavera, ou seja o Equinócio de Primavera para o Hemisfério Sul, momento cosmicamente convidativo para o desabrochar de nossos projetos, de nossas ideias e de tudo aquilo que pretendemos transformar em realidade. Toda essa fase poderá estar permeada de uma serenidade e uma significativa fantasia que permitirá estabelecer nossos objetivos com equilíbrio e vivenciar a paz e a alegria de viver.

Aproveite, portanto, o momento, lembrando-se de que o desabrochar de sua beleza interna, seus potenciais e sua alegria só tem sentido se for para fora, para o mundo, pois com Libra se inicia o ciclo dos signos voltados para o social, para o que está além do eu individual, ciclo que vai até Peixes.

Afinal, não se fala em desabrochar para dentro, não é mesmo?

Aproveitamos para desejar a todos os nossos amigos e leitores uma Feliz Primavera!

E aos librianos, uma linda celebração de aniversário!!!

Um presente

Para celebrarmos adequadamente, oferecemos um presente poético.

A Canção da Primavera, de Mário Quintana, com quem aprendemos a renascer, a cada Primavera:

Um azul do céu mais alto,
Do vento a canção mais pura
Me acordou, num sobressalto,
Como a outra criatura…
 
Só conheci meus sapatos
Me esperando, amigos fiéis
Tão afastado me achava
Dos meus antigos papéis!
 
Dormi, cheio de cuidados
Como um barco soçobrando
Por entre uns sonhos pesados
Que nem morcegos voejando…
 
Quem foi que ao rezar por mim
Mudou o rumo da vela
Para que eu desperte, assim, como dentro de uma tela?
 
Um azul do céu mais alto,
Do vento a canção mais pura
E agora… este sobressalto…
Esta Nova Criatura!

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