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[CANTO DE LU] Inverno: tempo de recolhimento e reflexão

| Por Lu Rabelo* |

(publicado orginalmente em junho de 2020)

Se já estamos recolhido por conta do Isolamento Social, a chegada do inverno nos convida a nos interiorizar ainda mais e transformar o que não tem mais serventia.

Nos últimos anos venho sentindo cada vez com mais intensidade a força de cada estação do ano, e buscando compreender a simbologia de cada ciclo em mim. Tenho percebido que são momentos que nos trazem grandes oportunidades de mudanças, graças às energias que cada estação carrega. Vale lembrar que o que caracteriza as Estações do Ano é a variação da luz solar que atinge a superfície da Terra de diferentes formas de acordo com cada época.

Neste 20 de junho de 2020, às 18h44, quando o Sol entrou no signo de Câncer, ocorreu o Solstício de Inverno no Hemisfério Sul. É quando ocorre a noite mais longa do ano (onde ficamos mais distante do Sol).  E é também a partir de agora que os dias começarão novamente a se equiparar às noites, até o Equinócio da Primavera, daqui a três meses, por volta do dia 22 de setembro, quando dia e noite terão a mesma duração.

Simbolicamente o Inverno é associado à morte, ao desconhecido, à escuridão. É também o momento do ano que marca o retorno gradativo da luz, no sentindo real e simbólico.

Venho percebendo que, apesar de no Brasil a gente não ter as estações tão marcadas, esses ciclos têm muito sentido. Como nos lembra a idealizadora do projeto Caminhando em Beleza, Elisa Rodrigues, “após o plantio na Primavera, o amadurecimento no Verão, a colheita no Outono, chega então o Inverno, momento de olhar as sementes, ver o que valeu à pena e o que já não faz sentido, para então se desfazer do que não serve mais”.

Esses dias, conversando com uma amiga, estávamos falando sobre cartas, bilhetes, coisas do passado que guardamos e que já não fazem mais sentido. Foi então que ela disse: – bora aproveitar o São João e queimar tudo na fogueira! Adorei a ideia. Acho que esta é uma ação que tem tudo a ver com a energia invernal. [Mas, devido ao Covid-19, há a orientação de não fazermos fogueira neste ano, então uma opção é colocar o que se quer queimar numa panela ou tigela de barro e tocar fogo ali mesmo.] 

No site xamanismo.com.br, li um texto que reitera o que  planejamos para este São João: “é o momento de libertar-se de velhos padrões emocionais, acontecimentos passados que influenciam negativamente o momento presente e de tudo o que não é saudável na vida. É o momento de queimar simbolicamente tudo o que não serve mais e, dessa forma, abrir espaço para o novo, trazendo mais equilíbrio e objetividade para a vida.” :)

O texto também ressalta ser uma ótima ocasião para fazer limpezas, tanto a nível físico, desintoxicando o corpo, como mental (livrar-se de velhas idéias, crenças limitantes, pensamentos negativos, preconceitos) e emocional (culpa, mágoa, lixos emocionais). É um tempo propício para renovação. “No corpo físico, procurar por alimentos puros, integrais, respirar bem,  ter atitudes saudáveis, purificar o corpo. No mental, olhar para o mundo com os olhos de uma criança, livrar-se dos preconceitos, sarcasmos, julgamentos, fofocas, intrigas. No nível emocional, praticar a honestidade, a espontaneidade, receptividade, integridade, buscar equilíbrio, autorrealização, amor próprio. No espiritual, se abrir para o encontro com o Eu Superior, com a alma. Buscar a Essência Divina e confiar mais.”

É comum a gente lembrar do termo ‘hibernar’, quando se ouve falar em Inverno. E é isso mesmo. Inverno é tempo de introspecção, recolhimento, repouso, acolhimento, autoproteção, silêncio, meditação, contemplação, reflexão, revisão, avaliação, aceitação.  Com o Sol em Câncer, um bom momento para mergulhar nas emoções, dar atenção ao interior, à família, desacelerar, aquietar, desapegar do que precisa ir e perdoar a si e aos outros. É tempo de aprender a ter paciência! Ocasião ideal para mergulhar no autoconhecimento, na sabedoria interior, no autodesenvolvimento.

O astrólogo Dimitri Camiloto, sobre o Solstício de Inverno, diz: “A escuridão maior é o marco divisório entre um tempo que passou e um novo que se inicia. A partir de agora o Sol Invictus retornará gradativamente e cada vez mais glorioso, mas é preciso existir aceitação e compreensão de que sempre existe um processo de estagnação, morte, enriquecimento do solo com a matéria que se decompõe dessa morte, germinação e renascimento.”

Que nos permitamos invernar, fertilizando o solo para Primavera!

* Lu Rabelo é cantadeira, arteterapeuta, jornalista e editora do Portal Flores no Ar.

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