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[ARTIGO] Gurus, Amor e Auto Responsabilidade

Ilustração: Alexandra de Sousa

Por Alexandra de Sousa* |

Em tempos de líderes espirituais sendo despidos das vestes santas, quero falar sobre responsabilidade. Creio ser o ano de eleições um momento oportuno para este tipo de reflexão e quero propor uma ampliação de contexto. Vamos pensar, também, nos influenciadores dos nossos tempos: aqueles do empreendedorismo, do empoderamento, da saúde, da beleza e qualquer outro tipo que você possa lembrar e remeta a sucesso.

Estamos tão acostumados a terceirizar que ficou até fácil adquirir título de guru e, assim, negligenciamos tanto o que é básico em nossas vidas, como se o basal fosse banal, que ficou muito difícil viver sem se colocar como seguidor. Nisso reside um bom exemplo de “relação” disfuncional que alimenta vícios e, nesse cenário, não há espaço para questionamentos reais, não há escuta real e, portanto, não dá pra dizer que há fala. Desse modo, também não há verdade. E se não há verdade, não há presença de espírito e em sua ausência o amor não pode se manifestar.

O amor, aqui referido, não se põe cego diante da verdade; pelo contrário. Amor e verdade são irmãos inseparáveis. O amor não nega e nem abomina nossa imaturidade social. O amor a revela, acolhe e transforma. O amor é empático, compassivo e profundamente responsável. Pensar-se imune ao reino das emoções é imaginação, é decidir andar de mãos dadas com a dor egóica e, embora negando-a, colocá-la acima da própria verdade que, lá no fundo, não cala, fala através da intuição, e é repleta desse amor que observa, sabe e não julga.

Quando um guru, de qualquer ramo, falha, ele, antes de qualquer coisa, ainda ensina. Independente de como ele próprio, o guru, age ou reage diante da sua falha, o amor que habita a verdade mais profunda de quem observa, pode acolher e transformar aquilo que seria dor vazia em amadurecimento, afinal somos espelhos uns dos outros. Socialmente, aos erros do humano, claro, que venham as consequências do cidadão. Mas, aqui, estou falando de outra coisa. Estou tentando falar sobre amor e responsabilidade. Afinal, quem vestiu o santo? Portanto, não nos desiludamos; lembremos da expressão “Namastê” que, de um modo geral, significa “o divino que habita o meu coração, saúda o divino que habita o seu coração”. Se eu enxergo o divino ou o demônio no outro é porque, em mim, ele, de alguma forma, habita.

A beleza que naturalmente transborda dessa revelação, dessa troca de iguais, quando genuína, e da gratidão por elas é que, indo e voltando, do santo ao diabo, quem verdadeiramente ensina é a experiência consciente. E essa, minha cara ou meu caro, de tão valiosa e generosa, é realmente individual e intransferível, portanto, que o movimento seja de fora pra dentro e de dentro pra fora, mas que seja feito à sua responsabilidade.

* Alexandra de Sousa é terapeuta Ayurvédica, com atuação clínica na cidade do Recife, formada pela Associação Brasileira de Ayurveda – ABRA e com formação internacional pelo Arya Vaidya Pharmacy Training Academy – AVP, em sistema de imersão em Coimbatore, sul da Índia, em janeiro de 2018.

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Site: www.asousa.com.br

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