[ARTIGO] Mas é claro que elas falam!

| Por Luciana Madruga* |

Janela aberta, voei…

Posso senti-las! Sou parte delas e elas parte de mim.
Irmanadas, brotadas da mesma Terra.
Dançando com o vento, eu e as plantas.
Mas é claro que elas falam!

E por todo o mundo, sempre existirão aqueles que as ouvem.

Bem fácil é não querer fazê-lo, afinal, para ouvi-las é preciso antes se ouvir. E se ouvir às vezes parece muito. Ser testemunha daquilo que se está sendo. E ainda assim, não temer atravessar o portal que guarda o silêncio.
E que bobo é saber que o silêncio mora no respirar, a vida inteira mora no respirar.

A vida inteira acontece no respirar.

Tramas sendo tecidas, interações breves e eternas.
Interajo com elas.

Que reconfortante é saber que elas falam, pois toda vez que a vida morna insiste em me engolir, finco minhas raízes, e da força que me chega irrompo a casca para uma nova luz.

Janela aberta, você voou?

* Luciana Madruga é terapeuta Natural e guardiã do Círculo de Estudos Mulheres Medicina.
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