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‘Vênus entra em Gêmeos’, por Haroldo Barros

(artigo publicado originalmente no blog do autor: http://haroldobarros.wordpress.com/)

Em seu caminhar pela roda zodiacal, o planeta Vênus adentra o signo de Gêmeos, neste dia 09 de Maio de 2013, iniciando um ciclo em que, após o impulso ariano e a substância taurina, o amor se volta à integração entre as partes que formam o todo.

Mola mestra da ação humana, amálgama do Universo, o amor, astrologicamente simbolizado pelo planeta Vênus, pode ser o veículo que nos leva a compreender a inexistência de diferenças entre o Princípio Divino e o plano da manifestação, entre o transcendente e o imanente, ou, como diriam os cabalistas, entre Ain Soph e Malkuth.

Vênus, em Gêmeos, convida-nos ao resgate das duas metades do amor total, o que Platão chamou, alegoricamente, de “andrógino”. Segundo o filósofo, existiam inicialmente três sexos: o masculino, o feminino e um terceiro, composto dos dois anteriores. O homem primitivo seria, consoante a alegoria platônica, um ser bissexuado (em grego, “androguynos” é “o que participa de ambos os sexos”), de forma esférica, o que simboliza a perfeição e a totalidade.

Tão perfeitos seriam tais seres que os deuses, sentindo-se ameaçados, houveram por bem dividi-los em duas metades, tornando-os mais fracos e, conseqüentemente, carentes, uma vez que cada metade pôs-se a buscar incessantemente a outra metade oposta, numa ânsia de se “re-unir” para sempre.

Esta seria a origem do amor que as criaturas humanas sentem umas pelas outras. O amor seria, portanto, a recomposição da natureza primitiva, “fazendo de dois um só, restaurando a antiga perfeição”, a totalidade, a “concidentia oppositorum” (a simultaneidade dos opostos).

A passagem de Vênus, símbolo do amor, da sensibilidade, da beleza e da arte, em Gêmeos, signo do abraço entre os “opostos”, é um convite a buscar, em primeiro lugar, a suprema androginia (platônica) no interior de nossa própria alma.

Em segundo lugar, repensar a relação amorosa que vivemos: como o outro nos completa, como completamos o outro, o que precisamos re-unir para resgatar a beleza primordial da relação, do sentimento.

Durante a estada de Vênus em Gêmeos, pense nisto. E pense no que você precisa fazer / realizar para que a perfeita harmonia dos opostos esteja cada vez mais presente em seu mundo e em suas relações.

Dica cinematográfica

Cena de Asas do Desejo – O filme Asas do Desejo (Der Himmel über Berlin, Alemanha/França, 1987, dirigido por Win Wenders), onde você vai ver um anjo (que, a princípio, nem sexo tem) apaixonar-se por uma trapezista. E precisar alquimizar a sua própria androginia para vivenciar esse amor.

Um dos mais belos e poéticos filmes da década de 80, Asas do Desejo serviu de inspiração para o hollywoodiano Cidade dos Anjos (City of Angels, USA/Alemanha, 1998, dirigido por Brad Siberling), estrelado por Nicholas Cage e Meg Ryan.

Obviamente, nem pense em assistir à versão hollywoodiana que, apesar de mais colorida e doce, nada tem da delicadeza poética e do simbolismo do filme de Wenders.

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