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[ENTREVISTA] Isabela Saffe fala sobre a relação entre a Dança e a Psicologia Analítica

Confira entrevista com a dançarina, professora de dança, psicóloga e analista junguiana Isabela Saffe (BA) .

1. Quem é Isabela Saffe e como a dança entrou na sua vida?
Sou psicóloga formada pela Universidade Federal da Bahia. Danço há 42 anos e desde muito pequena eu comecei no balé, depois fui fazendo outros estilos de danças. Fiz afro, contemporâneo, moderno, jazz. Fui observando o quanto a dança me transformava, me trazia para o corpo, para a presença e me ajudava a ficar atenta, a sentir mais minhas próprias emoções. Percebi que a dança me deixava mais viva, presente no mundo.

Há 25 anos eu descobri a dança do ventre. Não existia muito a dança do ventre como a gente encontra hoje. Fui a primeira a dar aula em Salvador. Comecei a dar mais atenção às questões do feminino e o quanto há a necessidade das mulheres se auto-conhecerem, perceberem as dificuldades que existem nesse mundo patriarcal, materialista e ligado à produtividade. A dança, junto com uma consciência desses aspectos do mundo contemporâneo, ajuda a gente a descobrir os nossos potenciais de uma maneira harmônica, alegre, ajuda a descobrir a força que tem nosso próprio corpo. A dança tem um poder de cura!

2. Como surgiu o interesse pela dança e sua relação com a Psicologia Analítica?

Eu sempre buscava uma linha na psicologia que trouxesse algo mais, alguma coisa mais ligada às artes. Quando eu comecei a estudar Jung, reconheci logo de cara o quanto ele dava essa ênfase: dava importância à criatividade. Hoje em dia, como analista, depois de ter estudado mais profundamente a teoria e a prática, tenho tido muito mais essa consciência do lugar que a Psicologia Analítica coloca o potencial criativo. Jung considera, inclusive, a criatividade um instinto.

Aprofundando essa ligação entre o corpo e a dança, percebo que existe uma relação do movimento corporal com o movimento da psique. Considero que a Psicologia Analítica é a base desse trabalho porque ela traz justamente a atenção aos movimentos entre consciência e inconsciente, no que pode acontecer entre o consciente e o inconsciente. É preciso dar atenção a isso, estimular, ouvir!

3. Qual a importância do corpo e do movimento para o trabalho que você desenvolve? 

O corpo é vivo, ele se movimenta o tempo todo. A premissa da vida é o movimento! Uma coisa que Jung sempre fala na sua obra é sobre quando há movimento na psique e quando há estagnação psíquica. Quando não há movimento a gente adoece, a psique fica restrita, a nossa vida fica restrita. O movimento em si é indício também de uma saúde, de uma vitalidade. Eu acredito que a dança e o movimento fazem com que a gente fique mais atentos aos movimentos também internos. Se uma emoção ou lembrança não for muito bem elaborada, ela vai se expressar no nosso corpo. Através do movimento podemos acessar novamente essas emoções e dialogar melhor com elas.

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