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‘Dylan e minha alma’, por Aline de Andrade

Eu tinha 17 anos quando escutei Joan Baez a primeira vez. Quem me apresentou foi meu pai, assim como a Janis e também toda uma gama de músicos da década de 60 que fizeram parte do maior festival de rock e música de todos os tempos: Woodstock. Logo em seguida ganhei o meu primeiro vinil dela que tenho até hoje junto com mais uns 20, alguns bem raros, dentre eles tem o Any Day Now , que tinha se tornado o meu sonho de consumo no meu aniversário de 20 anos. Este álbum é uma coletânea de músicas do Bob Dylan gravadas pela Joan, sua ex-namorada, que apesar do fim do romance continuou gravando as canções geniais deste grande músico do folk americano (para mim).

Dentre as músicas do disco, aliás, quase todas eram o reflexo de tudo que eu sentia em relação ao mundo, a musicalidade, as letras muito poéticas, a voz impecável da Joan, minha nossa, eu chorava o disco todo desde o primeiro acorde da primeira música Love Minus Zero (que sempre me remetia à imagem de uma galera cruzando um estado a outro de carro com um ventinho no rosto, bem beat generation) até que tocasse uma versão mais dançante da música que desde que conheci adotei como “A música da minha alma”, I Shall Be Released, ‘Eu serei libertado’ (traduzindo).

Na época eu era uma jovem anarquista e a busca pela liberdade, pelo encontro no mundo (pois me sentia absolutamente deslocada) era a minha fissura e, quando a Joan cantava “Any day now, any day now, I shall be released” eu me enchia de fé de que antes de morrer eu veria a concretização de um mundo livre, de iguais, mais humano, onde os homens vivessem uma vida com absoluta dignidade. Eu serei libertada desta opressão, desta sociedade ridícula e limitada, enfim, na minha cabeça jovem a revolta tinha muitas frases, pensamentos, poesias e cores. Mal sabia que esta música era uma profecia da minha alma. Vejamos porquê.

Como alguns amigos sabem, recentemente eu me tornei messiânica, seguidora de um mestre xintoísta chamado Meishu Sama. Meishu Sama recebeu logo depois da segunda guerra mundial uma revelação divina de que o mundo estaria passando por uma transição da Era da Noite, para a Era do Dia, isso significava que estava chegando o, já profetizado por Jesus, Reino dos Céus e com isso ele recebeu todo o poder de concretizar este plano através do Johrei. O Reverendo Nakahashi, que ontem deixou o planeta para apoiar-nos nesta missão do plano espiritual, esclarece-nos no livro “Seguindo Meishu Sama” a profecia sobre a Luz do Oriente, ele conta no livro que do Oriente para o Ocidente viria a Salvação. Então estava eu na minha caminhada matinal em direção ao trabalho cantando minhas canções diárias, “Don’t Worry, Redemption Song quase como orações etc etc” até que lembrei desta música linda do Dylan e fiz uma reflexão sobre o refrão… Nossaaa esta é realmente a música da minha alma. Vejam o que diz o refrão:

I see my light come shining,
From the west unto the east,
Any day now, any day now,
I shall be released.

Eu vejo minha luz vir brilhando, do Oeste para o Leste, qualquer dia agora, qualquer dia agora, eu serei libertado.

A luz do Johrei veio pra mim, do oriente para o ocidente, qualquer dia agora, qualquer dia… bom… eu sinto: QUE FUI SALVA.

Fiquei pirada e muito feliz com esta revelação espiritual dentro de uma das minhas músicas favoritas. Achei até um mistério isso tudo e pra mim faz e fez muito sentido. Vale muito a pena depois catar a letra toda e também escutar todo o disco, são fantásticos! Deixo aqui pra vocês a Joan Baez tocando a música da minha alma, escrita pelo Bob Dylan que de um jeito quase sem querer descreveu meu destino.

Aline de Andrade é poeta, messiânica e socióloga. Hoje é editora da Revista Makoto do Templo Messiânico Arte do Johrei. Atuou como coordenadora do Projeto Mãe Terra - Cuidando da comunidade a partir do útero, como educadora perinatal e doula comunitária e multiplicadora de ciência do início da vida. Aprendiz de parteira e massoterapeuta, desenvolve o blog kototama - Diário de dedicação literária visando o embelezamento do mundo através da força da palavra.
http://about.me/alinecavalcanti

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