[CONTO] Sonho de liberdade

Por Daniella Freitas
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Ela era bem pequena quando sua avó, em plena mesa do café da manhã, comunicou a todos que tinha visto um disco voador de madrugada. Com semblante sério, a matriarca disse que a nave tinha formato de uma manteigueira e luzinhas coloridas que piscavam o tempo todo. O objeto ficou ali, parado, em frente à janela da sala, por uns três minutos.

A menina ficou maravilhada com aquilo. Jamais ousaria duvidar de sua avó. Ela passou a contemplar o céu nas noites claras, esperando pela volta da “manteigueira voadora”.

Anos mais tarde, viu uma cantora famosa relatar em uma entrevista que havia sido abduzida por uma nave e levada por ETs para uma volta no espaço. Aí já era demais! Não era só ver, era ser levada para um passeio pelo Universo.

Cresceu com esse desejo de navegar pelo espaço, em um disco voador, na companhia de seres extraterrestres. Para ela, vento no rosto, lua cheia e som de guitarra elétrica são coisas que evocam liberdade. Mas tem certeza, até hoje, de que nada deve se comparar ao passeio pela Via Láctea. Liberdade máxima!

Às vezes, sonha com sua avó, agora falecida, voltando para reforçar a história da nave em formato de manteigueira. “Foi verdade, minha neta”. Em um desses sonhos, ela chegou a responder que acreditava sim, e que qualquer dia iria dar aquela volta com os ETs. “Já isso eu não posso garantir”, disse a senhora. ”Mas que disco voador existe, ah existe!”.