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Netuno entra em Peixes

Por Haroldo Barros*
haroldobarros77@gmail.com
publicado originalmente no blog: http://haroldobarros.wordpress.com

Assinalando um dos mais importantes eventos astrológicos deste nosso período histórico, o planeta Netuno,
no dia 04 de Fevereiro, entrou no signo de Peixes.

Décimo-segundo e último signo do Zodíaco, Peixes representa a contemplação, a nossa capacidade de admirar e se encantar com a Obra do criador.

Mitologicamente, está associado aos dois peixes ou golfinhos que ajudaram Netuno, o senhor dos mares, a conquistar a sua esposa Anfitrite. Em agradecimento, Netuno os catasterizou (catasterizar = “transformar em constelação”), assim surgindo a constelação dos Peixes. Trata-se de uma das mais belas constelações dos céus, representando dois peixes amarrados pela cauda. Aliás, a estrela que representa esse ponto se chama Al Risha (= “o nó” em árabe).

Astrologicamente, Peixes representa o momento em que retornamos à casa do Pai, reencontramo-nos com a Essência da qual saímos, brotamos. Por isso, normalmente quando se fala de Peixes, fala-se de religião, de mística, de transcendência.

Regido por Netuno, do elemento água, Peixes está associado à paz, à contemplatividade, à serenidade.

Sob as vibrações piscianas, tendemos à iniciativa do perdão, da não ação, da contemplação, da pacificação.

Já o planeta Netuno representa a nossa mística, fé e espiritualidade, a nossa capacidade de conexão com os planos superiores da existência. Leva 150 a 165 anos para completar uma volta ao redor do Zodíaco. Por isso, os eventos associados a Netuno são impactantes e significativos, pois são raros. E, em Astrologia, quanto mais raro, mais impactante.

Representa ainda os estados alterados de consciência. Está associado à nossa busca por êxtase. Netuno nos diz que não podemos viver sem êxtase. E se não o tivermos podemos acabar por buscá-lo nas drogas ou nos vícios. Está também associado à fantasia e à nossa capacidade de redenção e aceitação.

Assim, entrando em Peixes, Netuno retorna à sua morada, seu lar e, portanto, intensificará o seu poder de impacto sobre a Humanidade.

Podemos contar com um aprofundamento e expansão, portanto, dessa espiritualidade, durante o período em que Netuno estiver transitando por Peixes, o que se estenderá até o ano de 2026. O período poderá trazer um maior sentido de unidade (afinal, somos todos um!), questionamentos a dogmas e alavancagem de valores humanos.

Netuno em Peixes através da História

Para termos uma ideia, eis o que ocorreu em dois momentos da História em que Netuno transitou pelo signo de Peixes.

Ente 1520 e 1534
– Reforma Protestante e a tradução da Bíblia para a língua popular.
– Aparição da Virgem em Guadalupe (México), a primeira das Américas.
– Viagem de circunavegação, realizada por Fernão de Magalhães (sim, pois o signo de Peixes está associado ao oceano).

Entre 1847 e 1862
– Surgimento do Movimento Teosófico, liderado por Helena Petrovna Blavatsky.
– Surgimento do Impressionismo (que se caracteriza por ausência de contornos definidos, mesmo na figura humana, algo bem pisciano).
– Invenção da anestesia, por Thomas Green Morton, dentista inglês (a anestesia é uma estado não usual de consciência, típico de Netuno).
– O fim do tráfico negreiro.
– Publicação do manifesto comunista.
– O surgimento do Espiritismo, com a publicação dos códex kardecistas.

O que podemos esperar no período 2012-2026
Pelo que vimos acima, os ciclos de passagem de Netuno pelo signo de Peixes representaram momentos históricos de significativo impacto sobre a Humanidade, especialmente sob a ótica da espiritualidade. Uma vez que Netuno rege Peixes, ao transitar por esse signo, potencializa os atributos do mesmo, tanto quanto os seus próprios.

No período que ora se inicia, o que podemos esperar?

Netuno, como todo planeta, em Astrologia, tem um lado brilhante, cintilado e outro obscuro, densificado.

Portanto, nesses próximos 14 anos, podemos esperar (do ponto de vista denso):
– Aumento dos delírios coletivos.
– Ainda mais falsos profetas e aproveitadores da fé das pessoas mais crédulas.
– Recrudescimento do fanatismo religioso.
– Intensificação do uso de drogas e alucinógenos.

Do ponto de vista cintilado:
– Resgate da dimensão religiosa e contemplativa do homem
– Busca do silêncio interior
– Silêncio como estratégia de conexão ao Sagrado
– Criação de novos espaços e fórmulas de transcendência
– Fim da tolerância e início da apreciação religiosa

Como contribuir?
Meus amigos, nós estamos falando do início de uma Nova Era da Humanidade, um momento de semeadura cujos resultados serão vividos por nossos descendentes. Uma Era em que os valores humanos serão colocados acima dos interesses do capital. Uma Era em que, parafraseando Chaplin, mais do que máquinas, valorizaremos as pessoas. Uma Era em que o progresso e a Ciência estarão a serviço de todos e não de uns poucos.

Mas tudo isso depende do que plantarmos agora, nesse momento fértil em que Netuno transita por Peixes.

E o que podemos fazer, cada um de nós sendo um soldado nesta guerra, um soldado da Paz, para fazer o lado cintilado de Netuno prevalecer sobre o lado denso?

Algumas sugestões:
– Encarar os desafios da vida, apesar dos medos, das culpas e limitações, porém com compaixão;
– Buscar a Unidade na diversidade e na adversidade. Lembre-se sempre: Somos todos um!!!!
– Agir com foco nessa unidade.
– Reconhecer o outro como irmão. Essa condição básica da Humanidade se perdeu ao longo dos últimos dois mil anos, desde que aquele rapaz barbudo lá da Galiléia nos ensinou bem direitinho como fazer isso. Hora de resgatá-la.

E não podemos esquecer: o exemplo não é a melhor maneira de educar. É a ÚNICA!

Nesses tempos de resgate de espiritualidade, trago, a título de reflexão, um trecho do livro “O Profeta”, de Khalil Gibran, quando um velho sacerdote pede ao Profeta:

“Fala-nos da religião!”

E o Profeta responde.

“Terei falado de outra coisa até agora?

Não será a religião senão todos os atos e toda a reflexão, e tudo aquilo que não é ato nem reflexão, mas encantamento e surpresa sempre emergentes da alma, mesmo quando as mãos talham a pedra ou trabalham no tear?

Quem poderá separar a sua fé das suas ações, ou as suas crenças das suas ocupações?

Quem pode estender as suas horas perante ele dizendo, “Isto é para Deus e isto é para mim, isto é para a minha alma e isto para o meu corpo?” Todas as vossas horas são asas que voam no espaço de um eu para o outro eu. Aquele que usa a sua moral como a sua melhor indumentária faria melhor se andasse nu. O vento e o sol não abrirão buracos na sua pele. E aquele que rege a sua conduta pela ética está a aprisionar numa gaiola o pássaro que canta. Os cânticos mais livres não saem através de grades nem grilhetas.

E aquele para quem a devoção é uma janela, para abrir mas também para fechar, ainda não visitou a morada da sua alma, cujas janelas vão de aurora a aurora. A vossa vida diária é o vosso templo e a vossa religião. Cada vez que entrais nela, entrai por inteiro. Levai a charrua e a forja, o maço e a lira.

As coisas de que precisais por necessidade ou prazer. Pois em sonhos não podereis erguer-vos acima dos vossos feitos, nem cair mais baixo do que as vossas falhas. E levai convosco todos os homens, pois na adoração não podereis voar mais alto do que as suas esperanças, nem humilhar-vos mais baixo do que o seu desespero.

E se quereis conhecer Deus, não pretendais resolver enigmas. Olhai antes à vossa volta e vê-Lo-eis a brincar com os vossos filhos. E olhai para o espaço; Vê-Lo-eis a caminhar sobre as nuvens, de braços estendidos para a luz, descendo sobre a chuva.

Vê-Lo-eis sorrindo no meio das flores, e depois erguer-se e agitar as árvores com as Suas mãos.”

* Haroldo Barros é astrólogo

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