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[CHAMO ESTRELA] São Sebastião, Aquário e o chamado coletivo

| Por Ana Ghandra* |

Hoje, dia 20 de janeiro, é o dia de São Sebastião, padroeiro do Rio de Janeiro e da comunidade onde vivo: o Vale do Capão, na Chapada Diamantina – Bahia. Em sua história, São Sebastião é condenado por não abrir mão de sua fé cristã e, em sua pena, fora alvejado por inúmeras flechadas, mas com ajuda de algumas mulheres conseguiu se recuperar. Porém, posteriormente, mais uma vez perseguido pelo imperador Dioclesiano, ele foi chicoteado até a morte.

Para nós astrólogos, o dia 20 também marca uma data importante: a entrada do Sol no signo subversivo e visionário de Aquário, considerado por muitos como o signo dos Astrólogos, visto sua conexão com o futuro.

Este 11° signo do zodíaco, pertencente ao elemento Ar e fixo em sua qualidade, nos fala das amizades e dos grupos, áreas onde deixo de ser tão focado em mim e no meu ego (Leão) e passo a olhar de uma forma mais humanitária e coletiva para a realidade que me cerca.

E justamente por se contrapor ao ego, este é um signo que questiona os poderes estabelecidos e as autoridades, conectado a um senso de “liberdade” bastante pronunciado, por isso sua fama de rebelde.

Desde de dezembro de 2020, quando tivemos a importante conjunção de Saturno e Júpiter, a zero grau de Aquário (a última vez que isso ocorreu fora em 2000, no signo de Touro), eu olho com atenção para cada trânsito que aciona este signo e consequentemente os temas a que ele se refere.

Saturno nos fala dos limites, do tempo e da ordem (é o último planeta visto a olho nu e na mitologia grega – base da astrologia tropical que pratico – Saturno era Cronos, o senhor do tempo). Em Aquário, ele nos impele a olhar com responsabilidade e maturidade (Saturno) a tudo que evoca temas aquarianos: coletivo, tecnologias, ciência, futuro, redes sociais, humanidade; simultaneamente Saturno nos obriga a rever os pactos em relação a estes mesmos temas, enquanto espreme e traz lentidão para a rapidez aquariana e nos questiona sobre comportamentos egóicos imaturos (simbolizado por Leão, signo oposto a Aquário).

Agora, nesta temporada aquariana 2022, intensificada pela entrada do Sol neste signo, e posteriormente a Lua Nova – que será no dia 1 de fevereiro, os temas aquarianos ganham força e nos convidam a avaliar como estamos em relação ao que Aquário representa.

No Mapa Astral, olhamos para Aquário como aquele ponto onde desejamos ser autênticos, livres, sem mordaças. Queremos pensar “fora da casinha”, ter uma visão original das coisas, receber um insight genial e ir além do que o pensamento comum concebe.

Entretanto, com Saturno também neste signo, teremos sérios obstáculos e barreiras para estruturar esta autenticidade, porque Saturno exige responsabilidade e cobra uma fatura alta sobre o que fizermos com esta tal liberdade. E Saturno é implacável, a fatura chega, mais cedo ou mais tarde.

Temos visto por exemplo o imbróglio vacina X anti-vacina; este tema é algo bem aquariano: de um lado os que priorizam a questão coletiva e a importância de efetivarmos este pacto social baseado na ciência, enquanto outros se posicionam na vertente “do contra”, que argumentam sobre a liberdade de seus corpos e expõem sua rebeldia em relação à indústria farmacêutica e ao autoritarismo dos governos, baseado em dogmas (Aquário pode ser bastante dogmático em suas ideias e ideais, pois é um signo fixo, que traz teimosia, e do elemento ar que fala das ideias).

Avalio que este será um dos grandes temas de 2022, porque Saturno continuará seu trânsito neste signo até 2023, realizando fortes quadraturas (aspecto desafiante) aos Nodos Lunares e aos Eclipses deste ano. Logo veremos as consequências de nossas ações (na astrologia védica, Saturno é considerado o Senhor do Karma), exigindo de nós mais responsabilidade e consciência social como humanidade.

Mercúrio continua seu movimento retrógrado (de Aquário para Capricórnio, até dia 4 de fevereiro), assim como Vênus (em Capricórnio até dia 29 de janeiro). Portanto, as revisões, reparos e retomadas estão em alta nesse momento, no entanto tudo vem sendo permeado pelas confusões, esquecimentos, atrasos e obstruções que o mensageiro Mercúrio nos oferta e brinca conosco, quando está “andando para trás”. Lembrando que a retrogradação se trata de uma ilusão de ótica, devido ao nosso ponto de referência, que estamos observando o planeta a partir da Terra.

Esta temporada aquariana se inicia um pouco mais lenta que um normal aquariano (visto que 2 planetas pessoais e importantes estão retrógrados), somado a Saturno, mas de qualquer maneira é um anúncio de foco para esta área em nossas vidas pessoais, mas também e, principalmente, para nós como um coletivo, como uma humanidade, que se vê cada vez mais interconectada e interdependente das ações que são tomadas neste globo terrestre.

Inicio aqui (mesmo com Mercúrio retrógrado) a escrita nesta coluna, essencialmente sobre temas astrológicos, mas buscando construir pontes com temas contemporâneos. Agradeço imensamente a Lu Rabelo por acreditar neste trabalho e me vejo instigada a comunicar, através do verbo, a hibridez desses tempos sob o olhar da Astrologia.

 

* Ana Ghandra é mineira, radicada na Chapada Diamantina. Há 20 anos estuda Astrologia e pratica a interpretação de mapas. Nos últimos anos tem dedicado sua pesquisa à fomentação de pontes entre a Astrologia, a contemporaneidade, a espiritualidade e a política.

* CONTATOS
E-mail: anaghandra@gmail.com
Instagram: @anaghandra

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