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[ARTIGO] Quando os Universitários visitam a Escola Waldorf Rural Turmalina

Alunos aprendem enquanto produzem fossa realizada com técnica de vapo transpiração de gases (TVAP)

“O sentido do mundo concretiza a ação do ser humano, iluminada por sabedoria e aquecida por amor.” (Rudolf Steiner)

| Por Paula Lira e Carla Lacerda |

Em meio à paralisação do país por conta da greve dos caminhoneiros, 25 persistentes jovens universitários, liderados pela professora Cecília Costa comparecem com entusiasmo às já tradicionais Vivências de Campo que unem alunos de diversos cursos nas disciplinas de ecopedagogia, política e gestão ambiental e ecologia. Esta atividade já acontece há 10 anos, porém, este que seguiu, de 31 de maio a 04 de junho, foi o primeiro da próspera parceria entre a Escola Waldorf Rural Turmalina, a Iniciativa Social VilaVerde e a Universidade Federal de Pernambuco.

Plantação de milho associada à de gergelim, ao lado das salas de solo cimento do Ensino Fundamental 1

O primeiro momento precioso aconteceu logo na chegada do grupo, em visita aos espaços amplos e bioconstruções da Escola Waldorf e VilaVerde. O cortejo composto por professores, representantes do VilaVerde e GT Ensino Médio da Escola Waldorf Rural Turmalina segue contemplando o ecossistema quando um guia surge. É um pequenino aluno da Escola, que se arvora a mostrar detalhadamente, e cheio de si, a bela pirâmide-tabuada que lhe acompanha a aprender matemática. Até que então pede autorização para também mostrar o plantio do milharal. Todos então podem ir para parte externa, e lá o pequeno aponta: “olha aquela flor, vocês sabiam que dentro dela tem sementes de gergelim? ”, ao que um dos universitários responde, “ ah, para espantar as formigas, não é? ”, mas o menino retruca, “não, ao contrário, é para atrair as formigas que pegam o gergelim, e assim, deixam o milho crescer”.

Foram oferecidas palestras sobre; a Gestão da Escola Waldorf (Allan Monteiro), o propósito do VilaVerde (Jane Matsui), a Biografia do povo Xucuru (Vânia Fialho), o Método Tacai (Leonardo Paiva), a Pedagogia Waldorf do Fazer com Sentido (Simon Soto), o Trabalho Pedagógico com os Cavalos (Aguinaldo Leonel e Murielle Olivo) e o nascimento da Associação Pedagógica Waldorf do Recife (Elizabeth Sarmento).

Além de momentos de reflexões em grupo, as palestras apresentaram aos jovens diversos mundos e formas de lidar com a vida e com os seres humanos, despertando amplo interesse por parte de todos e possibilitando experiências marcantes.

As vivências de campo a cada dia iniciaram com práticas de Yoga Integral quando, depois de uma roda de bom dia sob o céu azul, os grupos seguiam para trabalhos de permacultura, mais especificamente uma técnica de vapo transpiração de gases (uma fossa TVAP), e também na marcenaria fizeram uma “gangorra reciproca” para o parquinho das crianças do Fundamental 1.

Nas vivências ao pôr do sol e noturnas aconteceram constelação familiar sistêmica, além de observação goetheanistica da natureza, que resultou no denominado “Conselho de Todos os Seres”, quando os estudantes ao final do dia, se reuniram em torno da fogueira para dar voz aos seres que observaram. Estiveram presentes a coruja Murucututu, o vento, o sol, o sapo, o bode Juliano, a flor Benedita e sua companheira borboleta, uma cobra cega chamada Cecília e tantos outros. Cada um deles representado por máscaras caprichosamente elaboradas. Durante o Conselho estes seres expressaram seu descontentamento com as ações humanas no mundo, mas também presentearam os seres humanos com seus dons, para que possam construir um mundo melhor para todos.

Um “Show de calouros” encerrou as atividades noturnas com muita alegria e criatividade, contando com o encantamento de duas alunas do quinto ano da Escola.

O último dia da Vivência de Campo dos alunos da UFPE foi de trabalho partilhado, agora em dia letivo com os alunos da Escola Waldorf Rural Turmalina, os universitários puderam desfrutar do dia a dia da Escola, vivenciando junto às crianças os diversos trabalhos de campo (cuidados com os animais, manejos na horta, jardinagem, marcenaria e execução do lanche coletivo).

Alguns estagiaram em salas, enquanto o restante do grupo recebeu os alunos do 8o e do 9o ano da Escola na conclusão dos trabalhos, e poderem assim participar juntos da instalação da gangorra recíproca e do andamento final do TVAP.

Um grupo de alunos do fundamental I presenteou o grupo de universitários com uma bela apresentação cantada, tocando os corações dos visitantes.

Danças cantadas com músicas das tradições espirituais, focalizadas por Márcia Virgínia (UFPE/EWRT), celebraram o fechamento deste encontro que quer apenas ser o primeiro de muitos.

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