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‘Vênus ingressa no signo de Virgem’, por Haroldo Barros

(artigo publicado originalmente em: http://haroldobarros.wordpress.com)

No próximo dia 03 de Outubro, o planeta Vênus adentra o signo de Virgem, inaugurando um ciclo de reflexão sobre a necessidade de resgatar a pureza e os princípios que regem o amor.

“Eu não sou eu nem sou o outro
Sou qualquer coisa de intermédio
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim até o outro”

Os versos acima, do poeta português Mário de Sá-Carneiro, retratam uma realidade tanto comum como lamentável: o óbvio fato de que a maioria das relações afetivas fatalmente descamba para a mais penosa e tediosa das agonias. Depois de algum tempo, uma boa parte dos casais apenas “vai convivendo”, sem que isso traga qualquer coisa de significativo ou impactante para suas vidas.

A entrada do planeta Vênus, regente do amor e do afeto, no signo de Virgem é um convite do Cosmos para que você repense as formas possíveis de resgatar a pureza dos relacionamentos e revisitar os princípios que regem a sua forma de se relacionar.

Observe-se que, lingüisticamente falando, amar é um verbo. Ou seja, uma palavra que designa uma ação, não um sentimento. O amor, um sentimento, é fruto da ação amar. As pessoas, carentes de significado em suas vidas, é que transformam o verbo amar em um sentimento e acabam sendo levadas por esses sentimentalismos e emocionalidades. O glamour hollywoodiano, a literatura e as novelas de TV nos ensinam que nós não somos realmente responsáveis, pois nosso comportamento é fruto de nossos sentimentos. Mas os roteiros cinematográficos não refletem a realidade. Se nossos sentimentos controlarem nossas ações, estaremos abdicando de nossas responsabilidades e transferindo a apenas uma parte de nós o comando de tudo.

Portanto, amar, verbo, não significa sentir algo, mas fazer algo. Amar é cuidar, proteger, partilhar. Amar é considerar, doar-se, manifestar afeto.

As pessoas que amam de verdade fazem do amar um verbo, pois sabem que o amor é algo que se realiza e se cultiva: os cuidados, o desprendimento, o colocar os interesses do outro no centro das suas atenções. Amar, portanto, é um bem, um ativo patrimonial na contabilidade dos relacionamentos, um bem que se valoriza por meio de atos amorosos.

As pessoas que amam de verdade subordinam os sentimentos aos valores e aos princípios. Somente assim o amor, sentimento, poderá ser recapturado.

E como começamos com poesia, terminemos idem. Mas desta vez, para nos ajudar a refletir sobre o significado do amor em nossa vida, os versos do poeta pernambucano João Luís Martins:

Acende uma luz na cabana da clareira
E sai a mulher com o brocado de flores,
Ainda em molhadas contas
Cantarolando canções do campo e desejando
Que seu homem fizesse um trabalho bom.

Não queria o ótimo
Queria tudo o que fosse simples
E para repartir o pão-da-mesa bastavam
Os olhos cheios de ternura um com o outro
O coração cheio de amor e a luz da vela
Brilhando as intenções de ambos
Tudo isso queria ela
E o seu desejo dava-lhe luz aos olhos,
Qual a vela, poderia ser.

Lá vem a mulher do brocado de amor
Flores buscadas numa manhã-de-calor
O cheiro do ar forte, como fortes são os dois
Quando se unem à noite ou à tardinha
Bem no cume da clareira.

E ela espera pela vinda dele
E ele espera onde está pela espera do rosto dela
Fitando as ilusões que eles criam:
O trabalho que os dois conspiram em criar
Sua casa arrumada por ele
E o jardim, bom amigo, por ele construído com amor

Sim, o mesmo amor de um beijo
Quando da vela não se apaga com um sopro,
Molha a mão dele na boca úmida dela
E pega na chama
E arde as emoções dos dois
Pois a luz chega ao fim de sua trajetória
Objetiva em iluminar,
Passando ao desafio objetivo em agora
Deixar, no escuro, que vivam um amor
Bem forte como o trabalho,
Cultivado como o jardim,
Querido por todos aqueles corações
Que se unem e deixam-se horas a gastar
A gostar do amor que, aos poucos, os toma aos dois.

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