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Rango Itinerante

rango itinerante

Por Isadora Zamarque

isadora zamarqueSentimento não se adia. Sonho não se adia. E viagens também.

Minha vontade de viajar veio de um TCC (trabalho de conclusão de curso) que eu fazia para concluir o curso de Secretariado na UFPR. “Cara, eu não tô fazendo esse trabalho chato à toa, vou concluir esse curso e depois? Vou viajar. Vou para Ouro Preto (MG).”

Terminei o curso em dezembro de 2013 já com passagens aéreas compradas; meu pai tinha me dado de presente de conclusão de curso o resgate de um título de capitalização (melhor “investimento” da minha vida). A viagem começou no início de fevereiro de 2014, eu ainda viajava de malas de rodinha, com essa grana da capitalização, mas ainda assim queria trabalhar em Ouro Preto, pois planejei ficar mais tempo lá.

Trabalhei como garçonete no restaurante de uma mina de ouro desativada, Mina do Chico Rei, foi o primeiro trabalho que eu olhei e disse “Cara, eu amo trabalhar aqui!”, diferente dos vários estágios e trabalhos que desenvolvi quando estava no curso de Secretariado. Morei numa república feminina. E consegui viver uma vida ouropretana. Passei por Belo Horizonte e Juiz de Fora também, rapidamente. E finalizei essa viagem em Recife, polo da multiculturalidade musical, astral e coisa e tal, fiquei muito feliz.

Voltando pra casa, já morava em Maringá/PR, só trabalhava como freelancer em bares, restaurantes para juntar uma grana rápida para poder fazer viagens curtas, ora Curitiba, ora São Paulo; conheci o Rio de Janeiro.

Dois mil e catorze foi passando, muitas coisas aconteceram no meu coração, o que me levou no início de 2015 a Porto Alegre, mais precisamente em Gravataí (região metropolitana). Vivi 3 meses lá e foi encantador em muitos sentidos. Trabalhei num restaurante de alimentação macrobiótica, arranjei um lugar barato e bom pra morar (porque em Porto as coisas são muito caras), junto com o amigo do meu irmão, nos demos muito bem.

Mas eu ainda assim tinha uma vozinha no pé do ouvido: “Faça outra viagem! Vá para Fortaleza!”. Voltei pra Maringá em abril e em agosto eu me mudava para Fortaleza. Juntei outra grana e comprei passagens aéreas, porque eu desejava uma ruptura rápida, uma mudança rápida. Lá eu desejei trabalhar em um hostel e em duas semanas isso aconteceu, somado a também uma moradia no mesmo hostel.

Foi um tempo muito bom lá, pessoas do mundo inteiro, amizades muito especiais dentro e fora do hostel. Voluntariando numa feira agroecológica percebi como o cearense era desenrolado para trabalhos independentes. Qualquer pessoa põe a cara na rua pra vender comida, bebida, rede, artes, muito mais do que no Sul. Isso foi um convite para um estilo de pão que eu desenvolvia: a focaccia.

Um dia fiz umas 15 fatias de focaccia e vendi tudo. Eu ainda trabalhava no hostel e em dezembro de 2015 pedi demissão, então: “Dá-lhe trabalho independente também. Dá-lhe focaccia.”

Assim nasceu a Focaccia Itinerante! Mas percebi a limitação do termo e mudei pra Rango Itinerante, abrangia mais tudo. Rango Itinerante é da Isa, que adora comer, para todo o Brasil, do Brasil de comidas diversas e saborosas para todo mundo.

Nasceu ainda mais pelo prazer em comer, comer bem e comer colorido, fazer o próprio rango, aprender, cheirar e sentir as texturas de cada alimento.

Cozinhar em movimento é um desafio, mas proporciona encontros marcantes.

O Rango não tem uma proposta gourmet, até porque não me considero cozinheira ou chef de cozinha (não estudei nenhum curso relacionado), mas acredito na ponte que o alimento faz, independente da ocasião. Uma boa comida faz a união e encontros maravilhosos e é com essa proposta que o Rango vem. Encontrar. E para além dos temperos, também poder compartilhar e desse modo transbordar.

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