Peça ‘Rei Lear no Meu Quintal’ se apresenta de 5 a 8 de dezembro no Teatro Hermilo Borba Filho

O espetáculo “O Rei Lear No Meu Quintal”, que estreou em outubro, inicia nesta semana temporada no Teatro Hermilo Borba Filho, de quinta a domingo, às 20h, com ingressos a R$ 10 e R$ 5, graças ao incentivo do Funcultura. A peça conta com direção de Marianne Consentino, com dramaturgismo dela e de Luís Reis propondo um mergulho numa das maiores criações de William Shakespeare, “O Rei Lear”, escrita em meados de 1605, e que chegou a ser considerada a tragédia impossível de ser encenada. No Recife, poucas mulheres têm se atrevido a dirigir peças de teatro, mas a encenadora paranaense, natural de Foz do Iguaçu, Marianne Consentino, radicada no Recife há alguns anos, topou o desafio e atrelou nesta proposta a parte prática da pesquisa de Doutorado em Artes Cênicas que faz na Universidade Federal da Bahia (UFBA), a ser concluída em 2014, com foco na subjetividade do ator (o trabalho do ator sobre si mesmo), sob orientação da professora Dra. Sonia Rangel, carioca.

Numa parceria com a Fundarpe, Funcultura e Programa Mais Cultura, a peça vem também circulando por diversos Pontos de Cultura em Pernambuco, estimulando um diálogo entre os saberes popular e erudito. Esta iniciativa segue a experiência vitoriosa do projeto “Interações Estéticas”, em 2011, aprovado na Funarte e executado no Ponto de Cultura TEA, em Caruaru, pela mesma encenadora Marianne Consentino e o produtor Fábio Pascoal, que possibilitou a circulação do experimento cênico “Carta ao Pai”, a partir da obra de Kafka, nos Pontos de Cultura da cidade. O espetáculo é dedicado a Morse Lyra, que faleceu no ano passado e, inicialmente, iria interpretar o próprio Lear. Agora chegou a vez de uma temporada em uma casa de espetáculos oficial, o Teatro Hermilo Borba Filho.

A montagem é uma recriação a partir da obra original, o clássico texto “O Rei Lear”, de Shakespeare, pela ótica de três irmãs (Goneril e Regana, que não medem esforços para adular o soberano, e a caçula, Cordélia, que acaba sendo deserdada pelo pai por recusar-se a participar de uma espécie de concurso de declarações de amor, cujo grande interesse é ocupar o trono) e mais dois irmãos (Edmundo, um filho bastardo do Conde de Gloucester, que trama contra o filho legítimo do mesmo, Edgar), enfatizando a trágica competição pelo amor e pelo poder dos pais. Desenvolvida por meio de um processo colaborativo, a encenação traz o tema da velhice sob o olhar de jovens atores, a partir de uma perspectiva autoral, alicerçada no jogo.

As personagens são vividas por Elilson Duarte, Durval Cristóvão, Suenne Sotero, Marina Duarte, Ana Ghandra e Júlia Fontes. Ainda na ficha técnica, direção de arte de Júlia Fontes e João Neto, direção musical de Ana Ghandra, preparação vocal de Marina Duarte, criação de luz de Luciana Raposo e produção executiva de Fábio Pascoal e Ana Flávia. A realização é da Pareia Produções. A peça já foi vista no Recife, Olinda e Caruaru.

Cronograma de apresentações:
De quinta a domingo (5 a 8 de dezembro/2013), às 20h, com ingressos a R$ 10,00 e R$ 5,00 (estudante)
Local: Teatro Hermilo Borba Filho, no Bairro do Recife.
Tel: 3355 3321.

Dia 14 de dezembro, às 20h, gratuito
Ponto de Cultura “Ilé Iyemonjá Ògúnté – Terreiro Nagô” – Terreiro de Pai Adão (Rua Adbon Lima, 86, Água Fria, Recife). Entrada franca.