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O avesso do Linhas de Fuga

linhas de fuga bordado

Por Clara Nogueira
Linhas de Fuga

Uma vez eu bordei uma camisa pra um garoto que amei muito. Na época tava nessa de escrever com linha, inspirada por Leonilson, e por essa música que não me saía da cabeça.

Mais tarde um pouco eu assisti ao filme de Violeta (que também bordava) e na parte, digamos assim, mais emocionante do filme ela gritava essa música.

Eu já tinha entregue a camisa e o meu coração mesmo, ele tinha ído embora… A mim só restava tentar mastigar e engolir o que a música tava me dizendo, e o filme me fez voltar a cada pensamento que deixei preso na camisa.

Violeta, Leonilson e o que eu sentia pelo garoto fizeram, naquele momento, uma coisa tão maluca dentro de mim. Passei um tempão sem querer bordar de novo!! Não por trauma, mas porque eu não sentia nada (socorro!) que me fizesse realmente querer voltar a bordar. Isso felizmente durou só alguns meses.

Hoje, mais de 4 anos depois e óbvio, com milhares de coisas que me aconteceram nesse tempo, eu me pego querendo bordar o tempo todo. Voltar a ver o que eu bordei me traz agora uma sensação maravilhosa, um tanto crítica mas eu me reconheço, sabe?

O Linhas de Fuga é parte disso também, do retorno.

Bordar pra mim é algo como escrever. Acho que aprendi os dois ao mesmo tempo. Tinha uns 4 ou 5 anos quando fiz minha primeira trancinha de crochê, meus primeiros pontos de cruz.

Só sendo sincera aqui com vocês e divagando sobre o quão essa página não é comercial, apesar de oferecer um “produto”, esse não é mesmo uma coisa qualquer, feito sem sentimento pra ser vendido. Não mesmo. Penso muito em cada pedido, em cada ponto e, mesmo sem conhecer, em cada pessoa que me encomenda.

Deixo aqui vocês com Violeta Parra, uma cantora, uma bordadeira, uma revolucionária, que me inspira e desafia até hoje.

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