“Faz parte da sociedade talvez expor seus demônios cada vez que se depara com um espelho”
Por Tibério Azul
Yongananda chegou aos Estados Unidos com mensagem de amor e paz e autoconhecimento. Rapidamente milhares de pessoas se sentiram acolhidas e passaram a seguir seus ensinamentos como alívio a um sistema caótico e violento. Fundou inúmeros centros de Auto Realização. Em algum momento tocou em feridas expostas da alta burguesia como o racismo, a liberdade feminina e a autonomia do ser.
Logo passou a ser duramente perseguido. Foi acusado de tudo e mais um pouco. Os orgãos de fiscalização abriram inúmeros procedimentos e ele passou a ser legalmente réu. Sofreu uma devassa da imprensa com mentiras, invenções e tudo o mais que era possível. Passeatas raivosas foram ao seu encontro com placas de ódio e indignação. Com toda essa movimentação perdeu amigos, seguidores, centros foram fechados e ele foi ao fundo do poço. Pensou em largar tudo mas decidiu manter a posição e se reconstruir do zero, lentamente.
Todas as acusações se mostraram infundadas e mentirosas. Os jornais comprovadamente perseguidores. As pessoas raivosas sanaram a sede com o sangue da instituição que ruiu e passaram a escolher outra presa. E Yogananda manteve lentamente a posição.
Faz parte da sociedade talvez expor seus demônios cada vez que se depara com um espelho. É triste. É assustador. Mas talvez também seja um movimento necessário.