A um burguês, poesia de Emygdio de Miranda
Tu ventrudo burguês analfabeto,
Escultura rotunda da Irrisão
Para quem um viver mais limpo e reto
Consiste em ser avaro e ter balcão;
Tu que resumes todo teu afeto
No dinheiro – o metal da sedução
Pelo qual negocias, abjeto,
Tua esposa, teu lar, teu coração;
Escuta oh ignorantaço o que te digo:
Esse ouro protetor, que é teu amigo,
Que te deu o conforto de um Pachá,
Pode comprar qualquer burguês cretino,
Mas a lira de um vate peregrino
Não compra, não comprou, não comprará!