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Coletivo Lugar Comum em cartaz com o espetáculo ‘Segunda Pele’ até 25 de novembro

“O que te roça a pele de dia e de noite?
 Arranha, protege, desnuda?
 Tecido, entrelace, sono, textura?
 É chique ou dá choque?
Cores vibrantes, materiais naturais,
 o frescor dos tons lavados,
 é tudo in agora e daqui a pouco de novo.
Romântico também é despir-se,
 a ousadia das transparências pode cair bem em você.
Primeiro desvista a pele sobre a pele,
 capas que colorem o silêncio aos olhos alheios.
 Camadas e camadas de nudez calada.
E a indecência do vento?
 Opa, cuidado, as saias curtas e soltas gostam de voar...
 Só por isso nunca deveriam sair de moda...”
Cabelo, sorriso, folha, concha do mar,
 abraço, cama ou sofá,
 tudo vira estampa ou avesso.
Experimentar é a única regra inquebrável.
 A temporada pede liberdade...
 E sempre se pode tirar os sapatos...
(trechos do texto Segunda Pele, de Silvia Góes)
Foto: Ju Brainer

“Com que roupa?” A pergunta permeia as histórias pessoais e também os caminhos trilhados pela humanidade. Aquilo que usamos sobre o corpo, o que nos adorna ou o que vestimos, também traz em si as informações culturais, sociais, políticas, as reivindicações, prisões e liberdades, a identidade de um povo, de uma época ou de um homem, de uma criança, de uma mulher. É essa reflexão que o pernambucano Coletivo Lugar Comum leva para cena no espetáculo SEGUNDA PELE, projeto incentivado pelo FUNCULTURA, em temporada na Casa Mecane, sempre às 20h, durante as sextas, sábados e domingos de novembro, do dia 02 até o dia 25 de novembro. A idade mínima para assistir à montagem é de 16 anos.

Para a montagem de SEGUNDA PELE, a partir da releitura de materiais que têm relação com o significado da moda, das respostas corporais e sensações provocadas no contato, as bailarinas Liana Gesteira, Maria Agrelli e Renata Muniz foram despertando as vontades e reações que se transformaram na expressão da dança em seus corpos. O estudo do figurino, onde tudo começou, teve a participação dos estudantes do Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda da Faculdade SENAC Pernambuco, promovendo a convivência prática de novos pesquisadores de artes com as etapas do processo de montagem. Foi com o mesmo intuito que a equipe também contou com a participação dos alunos do Curso de Licenciatura em Dança da UFPE.

O artista, ambientalista e arquiteto Hundertwasser foi quem relacionou o termo “segunda pele” ao vestuário do sujeito. Em sua teoria sobre as “cinco peles” ele define a segunda pele como o passaporte social, relacionando o vestuário com a afirmação do indivíduo em sociedade. Nesse contexto o artista criticou a uniformidade, a simetria e a tirania da moda imposta pela sociedade e passou a estimular o prazer de usar uma segunda pele criativa, original, diferente dos outros, criando suas próprias vestimentas. Essa inspiração esteve presente ao longo de todo o desenvolvimento da nova montagem.

Na passarela da vida, o que veste o espaço além do corpo? Que sons podemos captar a partir do movimento das roupas sobre um corpo dançante? Que desenhos a vestimenta imprime no ambiente compartilhado entre a presença e o ar? Plástico, elástico, arame, vidro, velcro, poliestireno celular rígido, como a nossa pele, o nosso corpo e o outro reagem ao contato? A memória também é uma roupa que usamos? Tecido, costura, cor, vento, textura, raízes, asas, o que tudo isso provoca da superfície ao avesso? A roupa, elemento efêmero que pode ser reformulado, customizado, ressignificado em cena, assim como a própria identidade, é construída e reconstruída a cada momento. Por isso, a imprevisibilidade e a improvisação são alguns dos elementos utilizados no processo de criação. Em SEGUNDA PELE as perguntas e as respostas ganham novos olhares.

Coletivo Lugar Comum – Lugar comum, segundo o escritor Edouard Glissant, é quando um “pensamento do mundo” encontra outro “pensamento do mundo”, criando um espaço de reforço a uma compreensão que é assim ratificada. Para ele, é através da identificação dos novos “lugares comuns”, daqueles que emergem conectados a uma realidade multi-étnica, plurivocal, não etnocêntrica, que é possível construir novos parâmetros para a arte e para a vida na contemporaneidade.

Foi a possibilidade de promover um espaço para o encontro de pensamentos que estimulou o surgimento do Coletivo Lugar Comum, em 2007, na cidade do Recife. E hoje reúne artistas das áreas de performance, dança, música e literatura, além de pesquisadores e técnicos envolvidos com criação artística, com 13 integrantes: Conrado Falbo, Cyro Morais, Juliana Beltrão, Liana Gesteira, Luciana Raposo, Maria Agrelli, Maria Clara Camarotti, Paloma Granjeiro, Priscilla Figueiroa, Renata Muniz, Roberta Ramos, Silvia Góes e Virginia Laraia.

Desde o seu surgimento o Coletivo atua desenvolvendo diferentes ações artísticas. Em 2009, promoveu o projeto Conexões Criativas, um encontro que reuniu coletivos de outros estados do país em uma programação de mostra de espetáculos e debates durante uma semana. Em 2011, o Coletivo participou do Palco Giratório, com a circulação do espetáculo Leve por 33 cidades do Brasil. Desde 2011 promove a apresentação da Noite de Solos Corpos Compartilhados, reunindo quatro performances: Pé de Saudade, Valsa-me, OSSevaO e Topografias do Feminino. Em 2012 participou do projeto Modos de Existir, um encontro de coletivos do Brasil realizado pelo SESC de São Paulo. E desde 2011 realiza JAMs Sessions de dança e música em Recife.

SERVIÇO:
SEGUNDA PELE
Onde: Casa Mecane
Av. Visconde de Suassuna, 338, Boa Vista, Recife/PE
Telefone: 3038.0543
Quando: 02, 03, 04, 09, 10, 11, 16, 17, 18, 23, 24 e 25 de novembro
Horário: 20h
Quanto: R$ 15,00 e R$ 7,00 (meia com desconto)

Ficha Técnica

Concepção, criação e coreografia: Liana Gesteira, Maria Agrelli e Renata Muniz
Dançarinas: Liana Gesteira, Maria Agrelli e Renata Muniz
Concepção e criação de figurino: Juliana Beltrão, Maria Agrelli e Maria Ribeiro
Execução de figurino: Xuxu
Colaboração na execução de figurino: Ilka Muniz e Maria Lima
Dramaturgia: Marcelo Sena
Trilha sonora original: Rua (Caio Lima e Hugo Medeiros) + convidados (Cyro Morais e Paulo Arruda)
Criação e execução de iluminação: Luciana Raposo
Operação de Luz: Luciana Raposo e Rodrigo Oliveira
Criação e execução de cenografia: Luciana Costa Mendes
Assistente de cenografia: Wellington Mendes Junior
Cenotécnico: Almir Negreiros
Preparação corporal: Luiz Roberto
Colaboração poética: Silvia Góes
Produção de criação: Maria Agrelli
Produção da temporada: Hudson Wlamir
Produção geral: Comum de 3 produções artísticas
Design gráfico: Thiago Liberdade
Assessoria de Imprensa : Íntegra Comunicação
Fotos: Breno César e Ju Brainer
Colaboração artística: Coletivo Lugar Comum (Conrado Falbo, Cyro Morais, Maria Clara Camarotti, Paloma Granjeiro, Priscilla Figuerôa, Roberta Ramos, Silvia Góes e Virginia Laraia)
Realização: Coletivo Lugar Comum




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