Soneto Azul, de Emygdio de Miranda
A última vez em que nos encontramos
Trazias um vestido azul-marinho…
Eu era triste e triste nos olhamos…
E além se via a curva do caminho…
– “Adeus”… eu disse. E então nos separamos.
E parti como um pássaro sem ninho,
que alegria não tem nos pátrios ramos,
e vai morrendo porque está sozinho…
Foi nessa manhã de maio, enevoada,
em que por mim mais te tornaste amada
E hoje vivo somente em te lembrar…
E lembro sempre, ó Musa pequenina,
o teu perfil de mulher e de menina
nesse vestido azul da cor do mar.
(27 de maio de 1927)
mais informações sobre o poeta pernambucano Emygdio de Miranda em:
http://www.triunfob.com/2010/12/emygdio-de-miranda.html