‘Estamos! Não Somos!’, por Maviael Melo
O que somos nós prezados senhores?
Senão um conjunto de massas ao ar
Um grão de matéria a se dispersar
No pó que evapora depois dos tremores
Poetas, atrizes; Doutores atores!
Não somos; Estamos! para entender,
Que a carne perece por apodrecer
Com o tempo ela estica, encolhe e definha,
Se tora no nó, na ponta da linha,
Criando outra massa a se desprender
Pra que essa ânsia de tanto querer?
Por isso essa angustia no mar dos horrores!
Do sonho pesado feito em dissabores
Na noite perdida nesse padecer.
Que “mau” vos feriu? “Me digam” o porque
De tanta ganância? Se tudo é matéria!
E padecerá na mão deletéria
Que doa e se mostra, que fere e alisa!
Pra que a barreira em tanta divisa
Gerando a discórdia que cria a miséria?
Mostrem-me um tormento que tenha motivos
Ou mesmo o motivo pra tanto tormento
Expliquem senhores; esse desalento,
E a falsa conduta nos objetivos
Por isso que os versos ressoam cativos!
E a vossa poesia, nem versa e nem prosa
Sua rima incompleta, tão triste e penosa!
Sem tema se omite tentando entender
Qual é a razão de tanto poder?
Que apaga o razão da noite vistosa.
O que somos então? O que vos parece?
Senão as migalhas daquilo que fomos
Estamos aqui, contudo não somos!
E o fogo que apaga nem sempre arrefece
Mas sempre se abriga conforme se tece
E só se recebe aquilo que dá
Por isso senhores; lembrai-vos de amar!
Sabeis compreender que essa imensidão
É um ciclo constante dessa rotação
De cada partícula a se misturar
E assim vai formando outra massa no ar
Que se multiplica por esse universo
Se um verso eu termino, um novo começo!
Às vezes me calo para escutar
Porém é preciso às vezes falar
Deixando no ar o nosso recado
Formando a matéria de um novo legado
Que vai permeando noutra atmosfera
Vagando nos ares da estratosfera
Buscando um futuro pra esse passado.