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[CANTO DE LU] Concurso Público Nacional Unificado: a esperança de uma vida melhor!

Foto: Lu Rabelo/ Flores no Ar

Por Lu Rabelo* |

Desde que eu era adolescente painho me aconselhava a fazer um concurso público. Ele, vindo de um vilarejo muito pobre no Sertão pernambucano, após muito estudo, passou no Banco do Brasil, o que lhe trouxe estabilidade financeira, e também alegria, pois a partir daí casou, constituiu família e alçou o cargo mais alto no banco, sendo chefe do gabinete do antigo presidente Camillo Calazans.

Mas só agora, aos 50 anos, decidi que é importante pra minha saúde mental e emocional ter uma estabilidade financeira, pois esta vida de autônoma tem me causado insônias e crises de ansiedade com o preço dos alimentos e a chegada dos muitos boletos.

Depois do desgoverno federal que passamos, e com – graças – a volta de Lula à presidência do País, fiquei animada com a possibilidade de ser servidora pública. Por isso estou cursando uma licenciatura em Letras e decidi experimentar ser concurseira. Foi o anúncio do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU), no final do ano passado, que me impulsionou a aventar essa possibilidade de ser servidora pública. Até comecei a estudar, quando saiu o edital, mas com as demandas da vida – como mãe, filha, dona de casa, graduanda e profissional autônoma – não consegui me dedicar aos estudos.

De toda forma, neste último domingo, fui fazer as provas do CPNU no Recife. Não imaginava que pegaria o trânsito intenso que peguei, quase não conseguindo chegar na hora. Deixei o carro distante muitas quadras da Unicap, onde fiz as provas. E fui caminhando até o local. No caminho, me emocionei cruzando com tanta gente, de todas as idades e classes sociais, que, como eu, nutre a esperança de uma vida melhor.

Voltar à UNICAP depois de 25 anos de formada também foi uma experiência importante, inclusive por reencontrar as árvores centenárias do local. Minhas provas foram no bloco G, o mesmo onde tive minhas primeiras aulas do curso de Jornalismo e onde fui pega e punida junto a uma amiga por termos nos ‘esgueirado’ por um vão da escadaria e subido ao teto para “ver a Lua”. A grade que colocaram fechando o acesso ao teto, após a nossa aventura, continuam lá.

Me admirei de constatar que na minha sala mais de 80% dos meus colegas de concurso tinham mais de 50 anos. Alguns, inclusive, claramente com problemas de saúde. Senti uma imensa compaixão pelos meus concorrentes.

Achei engraçado os kits de comida e bebidas que o povo levou pras salas. Tinha de tudo: salgadinhos, biscoitos, chocolates, todo tipo de bolo, chiclete, balas… Do meu lado, uma senhora levou, além de água, latas de energético.

Sobre as provas, não sou a melhor pessoa pra falar porque é praticamente o meu primeiro concurso e, como não consegui estudar, não sei dizer se tava difícil. Acertei mais de 50% das questões objetivas, e respondi a discursiva como me foi possível, pelo menos pra, caso seja corrigida, verem que sei escrever. Gostei de ver várias questões sobre políticas públicas, incluindo o tema da discursiva que, no meu caso (bloco 7), foi sobre a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade no Sistema Prisional (PNAISP).

Que venham mais CPNU, e que o Brasil consiga ter servidores mais comprometidos com a democracia, os direitos humanos, a justiça e o respeito a todos os seres.

* Lu Rabelo é cantadeira, jornalista, arteterapeuta, herbalista, editora e guardiã do Portal Flores no Ar

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