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[CANTO DE LU] As ‘máscaras’ caíram. A sombra está revelada.

Por Lu Rabelo*

Talvez agora eu compreenda ainda melhor o porquê da tamanha felicidade que me tomou quando Dilma Rousseff foi reeleita presidente do Brasil. Naquela noite, não consegui ficar em casa durante a contagem dos votos. Não sou filiada a nenhum partido político, mas fui com minha filha lá pro comitê do PT, no Recife, assistir a apuração. Inquieta, nervosa, calada, aguardava o desfecho.

Quando, enfim, foi divulgado o resultado, senti algo que nunca antes havia sentido nesta vida. Uma alegria incomensurável. Meu ser transbordava amor. Virei sorriso!

Passei na casa de uma amiga e me apossei de uma toalha de mesa vermelha. Coloquei sobre os meus ombros e saí bailando pelas ruas do centro do Recife, rumo ao Marco Zero.

Passei por uma igreja evangélica, de onde saía uma música que me soou muy dançante (hehe). Parei na porta daquela igreja e fiquei dançando, dançando. Até os ‘irmãos’, mesmo perplexos diante do meu bailado, foram contagiados pela minha alegria e sorriam.

Foi quando, na caminhada, me dei conta que estava em frente ao Palácio do Campo das Princesas. O mesmo de onde Arraes havia sido arrancado em 1964. Com o pano vermelho nas mãos, no peito, deu-se o Ritual. Dancei pela Democracia, em memória de todos os guerreiros brasileiros.

Nas pontes, na comemoração, troca de sorrisos, alívio, Amor, União!

Nos dias seguintes, quando ouvia alguém falando em ‘impeachment’, nem ligava. Era algo tão insano, que não dava ouvidos. Inocente, eu! Não acreditava que meu voto poderia ser cruelmente roubado.

É fato que votei em Dilma por falta de opção melhor. Ela era a única opção. Pena que havia se coligado ao PMDB. Pena ter se aliado a tanta gente do mal. Pena não ter realizado tantas mudanças necessárias.

Não duvido nada que essa negociação de botar Temer como vice já era parte do plano B da direita.

E não bastasse a podridão no Congresso Nacional e a eterna pilantragem da mídia, ainda temos que aguentar o Judiciário travestido de herói empurrando o Brasil para o golpe e sendo aplaudido pelos telespectadores da Globo e cia (tanto os ignorantes, como os fascistas). Bando de irresponsáveis!

Nos últimos meses tenho sonhado e refletido muito sobre a sociedade, a vida. E vejo o quanto de mudança é preciso realizar dentro de minha casa, em cada canto, em cada ato.

As máscaras caíram. A sombra está revelada. Qual o País que a gente quer? Qual o País que cada um de nós quer? Um Brasil justo e sem desigualdade social? Quais os nossos reais valores?

É preciso se posicionar. E ser coerente em todos os passos.

Mãe Terra, estamos juntas!

* Lu Rabelo é cantadeiraarteterapeuta, jornalista e editora do Portal Flores no Ar.

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