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Oficina e aula-espetáculo de Cavalo Marinho e Maracatu Rural, 7, 8 e 9 de abril, na UFPE

aguinaldo da silva
O projeto “Do terreiro à cena” realiza na próxima semana, na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco) uma programação gratuita que inclui aula-espetáculo e oficina com Aguinaldo Roberto da Silva, experiente brincador de Cavalo Marinho e Maracatu de Baque Solto, tradições culturais da Zona da Mata Norte de Pernambuco e que vem contribuindo nos trabalhos corporais de vários grupos da cena local e nacional.

Todas as atividades são abertas ao público em geral. A oficina de Cavalo Marinho e Maracatu Rural acontece nesta segunda (7) e terça (8), das 14h às 18h, na sala 44 do CAC/UFPE. Informações e inscrições pelo email lineu@grupopeleja.com.br. A aula-espetáculo será realizada na quarta (9), às 20h, no teatro Milton Baccarelli, também no CAC. O projeto já passou por João Pessoa e chega agora ao Recife, com incentivo do FUNCULTURA.

Apesar de o artista Aguinaldo Roberto da Silva acumular diversas experiências no campo profissional das Artes Cênicas em âmbito nacional e internacional (atuando em parceria com grupos como Grupo Grial de Dança, Cia. Mundurodá, Grupo Peleja, Boi Marinho) é a primeira vez que ele se coloca em cena sozinho e dentro de uma abordagem autoral. Ou seja, é a primeira vez que Aguinaldo leva à cena um produto que tem por base suas questões pessoais. Foi assim, um dia ele começou a se questionar: por que, sendo ele natural do universo popular, não poderia também se valer do palco para levar ao público as discussões que o inquietavam?

A iniciativa partiu de um antigo desejo de Aguinaldo, que ao notar crescente interesse de artistas nas tradições populares das quais faz parte, percebeu que ele também poderia organizar seu discurso artístico em favor do que pretendia compartilhar com o público. A ação pioneira é coordenada e dirigida por Lineu Gabriel Guaraldo, ator-pequisador do Grupo Peleja e Mestre em Artes pela Unicamp, em parceria com o multiartista Helder Vasconcelos.

“É necessário atentar para o diálogo crescente que se trava entre os agentes/fazedores da cultura tradicional e os demais artistas da cena que buscam o contato com esses conteúdos. Esta é uma informação cada vez mais presente no contexto contemporâneo das artes cênicas. Sempre houve em certo grau um movimento de “beber da fonte” das tradições populares, porém o que se apresenta como novidade é justamente este movimento dos brincadores em direção ao palco. O projeto “Do terreiro à cena” traz este diferencial, não se trata apenas de um deslocamento de elementos da brincadeira para o palco, o que estamos trabalhando é no aprofundamento da autonomia de um artista que tem por base de sua formação as tradições populares. É um processo de empoderamento do artista, onde ele cada vez mais desenvolve novas possibilidades de organizar seus conhecimentos dentro de um discurso estético. O que pretendemos (mas onde ainda não chegamos), é um lugar onde o Maracatu e o Cavalo Marinho estejam apenas como referências, como instrumentos que servem ao que se pretende levar ao público e não como fim em si mesmo”, explica Lineu.

Segundo Lineu Gabriel, a aula-espetáculo não se encontra ainda em um formato definitivo, porém, já existe no momento a necessidade de compartilhar com o público o que foi construído até aqui para que seja possível avançar para uma nova etapa. A intenção dos dois é que além da aula-espetáculo seja montado um espetáculo solo de Aguinaldo Roberto num futuro próximo.

O encontro e compartilhamento de experiências entre Lineu e Aguinaldo começou em 2004. Há quase 10 anos Aguinaldo vem investindo na possibilidade de viver de sua arte, abrindo mão de possibilidades de maior estabilidade financeira para poder ter flexibilidade de agenda e atender à crescente demanda por profissionais das artes cênicas que contratam suas oficinas. Há mais de oito anos ele ministra oficinas de Cavalo Marinho e Maracatu de Baque Solto para grupos de todo o território nacional.

“É uma via de mão dupla, onde ambos saem contaminados pelo encontro, ao mesmo tempo em que um pesquisador enriquece suas referências ao se aproximar dos conteúdos das manifestações tradicionais, os brincadores ampliam seu léxico, gerando desdobramentos positivos tanto em processos didáticos como na ampliação do próprio alcance de seu fazer artístico”, complementa Lineu Gabriel.

Aula-espetáculo Do terreiro à cena
Na aula-espetáculo “Do terreiro à cena” Aguinaldo Roberto da Silva, experiente brincador de Cavalo Marinho e Maracatu de Baque Solto (tradições culturais da Zona da Mata Norte de Pernambuco) compartilha com o público particularidades de sua trajetória junto a essas brincadeiras. Nos últimos oito anos Aguinaldo vem se aproximando do universo das artes cênicas contemporâneas, trabalhando como intérprete-criador em montagens de dança e teatro. Entre figuras de Cavalo Marinho, pisadas e trupés, o artista compartilha aspectos do seu modo de pensar e fazer arte.

Foto: Renata Pires/ Divulgação
Foto: Renata Pires/ Divulgação

Oficina de Cavalo Marinho e Maracatu de Baque Solto

A oficina prática tem por objetivo apresentar aos participantes a dança do Maracatu de Baque Solto e do Cavalo Marinho. Os participantes serão introduzidos aos passos da dança por meio de uma metodologia que Aguinaldo vem desenvolvendo ao longo dos últimos anos. Trata-se de uma metodologia que mescla o modo de transmissão de conteúdos que o sambador vivenciou no terreiro com outras didáticas com as quais ele entrou em contato ao trabalhar com grupos de Teatro e de Dança de diversas regiões do Brasil.

FICHA TÉCNICA:
Coordenação e Direção– Lineu Gabriel Guaraldo
Artista-pesquisador e professor da oficina: Aguinaldo Roberto da Silva
Produção: Iara Sales e Lineu Gabriel Guaraldo
Trilha Sonora: Helder Vasconcelos
Arte Gráfica: Iara Sales
Fotografia: Renata Pires
Assessoria de comunicação: Silvinha Góes
Realização: Grupo Peleja
Incentivo: Funcultura

Agradecimentos:
Tainá Barreto, Carolina Laranjeira, Eduardo Albergaria, Alício Amaral, Juliana Pardo, Laura Tamiana, Valéria Vicente, Maria Acselrad, Odília Nunes, Joice Aglae Brondani e Ivanice da Silva.

LINEU GABRIEL GUARALDO é ator-dançarino e pesquisador. Mestre em Artes pela UNICAMP, formado em Antropologia pela mesma universidade. No mestrado desenvolveu o projeto “Na Mata tem Esperança! Encontros com o corpo sambador no cavalo marinho”, com financiamento da FAPESP. Sua prática corporal é diversa, incluindo capoeira angola, danças populares, técnicas circenses, treinamento para o ator, além de aulas de dança contemporânea. Como ator, sua formação artística inclui nomes como Ésio Magalhães, Ricardo Puccetti, Raquel Scotti Hirson, Adelvane Néia, Léris Colombaioni, Tiche Vianna e Helder Vasconcelos. É co-fundador do Grupo Peleja (2003) no qual atua em todas as frentes de pesquisa e criação.

Como intérprete-criador, elaborou a performance “Figurando” (2009) e a cena solo “Esboço de Brincadeira” (2006), com a qual participou do VII Festival de Cenas Curtas do Galpão Cine Horto, em Belo Horizonte (MG), e do IV Feverestival – Festival Internacional de Teatro de Campinas. Como realizador audio visual, dirigiu o curta-metragem “Na mata tem…”, vídeo-poema sobre o universo do cavalo marinho e o vídeo-documentário Munganga.

Atua na preparação corporal de atores e dançarinos, além de ministrar oficinas práticas e workshops de dança e teatro físico. Atualmente é docente da Faculdade Angel Vianna, em Recife-PE, onde ministra a disciplina de Improvisação de na Pós-Graduação em “Dança – práticas e pensamentos do corpo”.

Em 2009, foi contemplado pela Fundação Nacional de Artes FUNARTE no programa de bolsas de “Estímulo à produção crítica sobre as interfaces dos conteúdos artísticos e culturas populares”, com o projeto “Munganga de corpo – tradição e contemporaneidade nas artes cênicas do Brasil”.

Como pesquisador de danças da tradição popular desenvolve desde 2004 diversas atividades junto aos brincadores da Zona da Mata Norte de Pernambuco. Desde 2009 é integrante do “Maracatu de Baque Solto Leão de Ouro de Condado (PE)”, onde brinca como caboclo-de-lança. Em 2012 realizou o projeto “Na trincheira do Leão: residência artística no maracatu de baque solto Leão de Ouro” financiado pelo Fundo de Cultura do Estado de Pernambuco FUNCULTURA. Como antropólogo integrou em 2012 a equipe do IPHAN/FUNDARPE, na elaboração Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) do Cavalo Marinho.

Em 2013 estreou o espetáculo “Tu sois de onde?” sob a direção de Ana Cristina Colla (Lume Teatro), fruto da pesquisa junto ao maracatu de Baque Solto. Na estreia o espetáculo recebeu os prêmios APACEPE de melhor bailarino, melhor trilha sonora, melhor iluminação e melhor cenário.

Em 2013 participou como ator-pesquisador do projeto Scambio dell’arte (Prêmio Funarte de Teatro Miryan Muniz 2012), projeto que teve por objetivo investigar o diálogo entre o Cavalo Marinho e a Commedia dell’arte, (tradicional teatro de máscaras da Itália). Atualmente coordena o projeto do Terreiro à Cena: manutenção da pesquisa de um brincador” (incentivo FUNDARPE), o qual terá como produto uma aula-espetáculo do brincador Aguinaldo Roberto da Silva.

Em 2014, participa do projeto Palco Giratório do Sesc, realizando itinerância do espetáculo “Gaiola de Moscas” por todo o território nacional.

AGUINALDO ROBERTO DA SILVA é artista popular, dançarino e tocador, brinca cavalo marinho e maracatu rural desde os doze anos de idade. É contramestre, tocador e figureiro do Cavalo Marinho Estrela de Ouro, de Condado/PE e caboclo-de-lança de frente (puxador de cordão) do Maracatu de Baque Solto Leão de Ouro, de Condado/PE, ambos briquedos de seu pai, Mestre Biu Alexandre, mestre de reconhecida relevância no contexto atual das manifestação tradicionais da Zona da Mata Norte de Pernambuco.

Como brincador/intérprete tem colaborado desde 2004 com o Grupo Grial de Dança (Coordenado por Maria Paula Cosa Rêgo), participando dos espetáculos “A Barca” (2010), “Sagração das Etnias” (2008), “Ilha Brasil Vertigem” (2006) e “Cavalo Marinho Revisitado” (2006), este último especialmente montado para o evento “Brasil em Cena” realizado em Berlim/Alemanha.

Como arte-educador atuou no “Ponto de Cultura Viva Pareia!” (Programa Cultura Viva/Minc) por meio de oficinas de transmissão de saberes. Ministrou aulas de cavalo marinho no “Programa de Erradicação do Trabalho Infantil” (PETI), além de já ter ministrado oficinas de cavalo marinho para profissionais das artes cênicas em Salvador-BA, João Pessoa-PB, Fortaleza-CE, Belo Horizonte-MG, Curitiba-PR, São Paulo-SP, Campinas-SP e Rio de Janeiro-RJ.

Nos últimos anos tem participado de importantes eventos nacionais de artes cênicas entre eles o “Teia Brasil 2010 – Tambores digitais – encontro nacional de pontos de cultura” (Fortaleza-2010), o “I Colóquio Sobre Encenação e Cultura – tradição e contemporaneidade na cena do Cavalo Marinho” (Recife-2009), a “II Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco” (Recife-2009), o “XVIII FIG – Festival de Inverno de Garanhuns” (Garanhuns-2009), o “I Conexão Cavalo Marinho” (Recife e Condado-2008), “II Conexão Cavalo Marinho (Condado-2011)”, o “XI Festival de Dança do Recife” (Recife-2006), e o “II Encontro de Palhaços – aberto aos mateus e catirinas da região” (João Pessoa-1997).

Desde 2004, Aguinaldo colabora com os processos criativos do Grupo Peleja (PE), tendo participado ativamente como orientador na construção do solo de dança “Cordões” (2011), da dançarina Carolina Laranjeira, projeto vinculado à pesquisa de doutorado desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal da Bahia – UFBA, e como colaborador na pesquisa de mestrado “Na Mata Tem… Encontros com o corpo sambador no cavalo marinho” de Lineu Gabriel, defendida em 2010 no Instituto de Artes da Universidade Estadual de Campinas – Unicamp. Desde 2004, colabora com a pesquisa da Cia. Mundurodá de dança e teatro físico, de São Bernardo do Campo (SP). Desde 2009, colabora com a pesquisa do artista Helder Vasconcelos (PE) e participa do cortejo do Boi Marinho, coordenado por Helder Vasconcelos, com o qual se apresentou na Bélgica, em 2011.

Em 2011, junto a Mestre Biu Alexandre, ministrou aula na Universidade de Brasília – UNB, na disciplina “Artes e Ofícios dos Saberes Tradicionais” dentro do projeto “Encontro de Saberes”, coordenado pelo Prof. Dr. José Jorge de Carvalho.

Em 2013 participou como ator-pesquisador do projeto Scambio dell’arte (Prêmio Funarte de Teatro Miryan Muniz 2012), projeto que teve por objetivo investigar o diálogo entre o Cavalo Marinho e a Commedia dell’arte, (tradicional teatro de máscaras da Itália).

Em 2014, integra o elenco do Boi Marinho (coordenado por Helder Vasconcelos) no Circuito de Artes do Sesc-SP, realizando itinerância por diversas cidades do interior do estado de São Paulo.

Inscrições:
e-mail: lineu@grupopeleja.com.br
telefone: (81) 9925.9356

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