‘Galope de Outrora’

Por Lu Rabelo
(luciana.rabelo@gmail.com)

Já nem recordava o que era o Amor
Mas quando de novo me apareceu
Meus olhos brilharam, meu Ser renasceu
Destino tão Verde a mim se mostrou
Ao reencontrar-te lembrei que sou Flor
Que trago comigo o dom de amar
E o Vento mais puro se pôs a soprar
Meu canto saudoso tocou teu umbigo
Clamando que venha buscar teu abrigo
Com a Benção do Tempo, do Céu e do Mar.

Meus olhos nos teus e teus olhos nos meus
Me faz bem mais crente, mais fortalecida
E posto-me em prece, sigo agradecida
Conecto minh’alma, recordo meu eu
Escuto um sussurro, meu ouvido teu
Recebe baixinho o tom do luar
O Sol em meu peito aquece o que há
De sacro, de ventre, de água, de luz…
Meu sangue fervilha,um rio que conduz
A terras divinas, verdadeiro lar

Se ficas distante, meu corpo falece
Meu ser esmorece, desfaço-me em pranto
E as nuvens o Céu recobrem com um manto
Guardando a Estrela, que desaparece
A Chuva desagua, o dia anoitece
A Lua se esconde, vai se aprofundar
Mergulha na dor, na sombra, no ar
Flutua no medo, e, sem direção,
Suplica por força, cai em oração
Rogando tão logo poder te encontrar.

Vem já meu amor, comungar nossa vida
foi grande a espera, o Tempo bem sabe
é tanta emoção, que em mim não mais cabe
Escorre jorrada, em onda aguerrida.
Em gritos, miados e esturros, ferida,
Rebusco a cura para aliviar
A dor da tua ausência, lá dentro a brotar
Tristeza, lamento, imensa saudade.
Retornes, me veja, eu sou de verdade!
Te peço mais nunca me abandonar.

Vem já meu amor, minha alma só chora
Minhas mãos querem as tuas, meu cheiro o teu
Minha pele tua boca, teus olhos nos meus
Me enlaça em teus braços, nas cores d’aurora
Sossega meu peito, o amor te implora
Vem ver meu sorriso, em mim se aninhar
Ouvir meus sussurros, meu ser penetrar
Andar ao meu lado, nutrir-se de mim
Sentir o mesmo ar, amar-me sem fim
Eu sou tua Fêmea, tu és o meu par.

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