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Vênus entra em Aquário

Por Haroldo Barros
http://haroldobarros.wordpress.com/

Continuando o seu contínuo caminhar pela roda zodiacal, o planeta Vênus adentra, no dia 5 de março de 2014, o signo de Aquário, inaugurando um ciclo em que o afeto, o amor, atinge um nível mais ideal.

Símbolo do Amor, em todas as suas formas e em seus diversos níveis, o planeta Vênus está associado à deusa grega Aphrodite, filha da semente do Céu com a espuma do Mar.

Observe-se, porém, que, apesar de se originar das águas, a lindíssima deusa delas se eleva e é conduzida ao Olimpo, onde haverá de reinar como soberana inconteste (ou quase) da Beleza. Aliás, um dos numerosos epítetos de Vênus (nome latino de Aphrodite), é Anadiomene, que quer dizer “a que se levanta das águas” ou ainda “a que sai do mar”. Isso significa que o Amor, por incrível que possa parecer aos incautos, está acima das emoções, simbolizada pelas águas do mar. Ou seja, o mais nobre dos sentimentos, que, mais até do que isso, é uma lei universal, uma força capaz de “movimentar o Sol e as demais estrelas”, como dizia Dante, não pode (ou não deveria) ser confundido com mera emocionalidade ou sentimentalismo. É claro que a emoção pode até ser um combustível ou um estímulo para o Amor, mas, fique claro, ele está muito além.

A passagem de Vênus pelo signo de Aquário é um convite do Cosmos a que possamos resgatar as dimensões mais elevadas do Amor, a sua celestialidade; nós só poderemos saber o que verdadeiramente é o Amor quando pudermos nos tornar permeáveis ao seu significado para (no bom sentido) revolucionar os nossos sentimentos.

E lembremo-nos de que estamos falando do verdadeiro amor, o amor não condicionado, ou seja, liberto de quaisquer fatores condicionantes. É muito comum, por exemplo, que os pais demonstrem seu amor pelo filho quando este segue determinados padrões de comportamento que considerem corretos ou adequados; isso irá condicionar aquela criança com a ideia de que só merecerá o amor dos seus semelhantes quando puder repetir os padrões impostos pelas crenças de outras pessoas, adotando-os para agradar aqueles de quem quer receber esse amor.

Isso é o que chamamos de amor condicionado.

Mas dar o seu amor àqueles que lhe rodeiam, independente de qualquer coisa, não como uma troca por algo que lhe interessa, mas sim por que, verdadeiramente, você ama, (e principalmente) quando essas pessoas cometem erros, falhas ou atos que você considere apartados de uma verdade ou bom senso, mesmo quando elas agem de encontro à sua vontade, aí sim, existirá o amor liberto de condicionamentos, mais próximo da essência verdadeira da lei divina. Mesmo por que, como disse Dostoievski, amar alguém significa vê-lo como Deus pretendia que ele fosse.

Dica cinematográfica
O filme Primavera, Verão, Outono, Inverno e… Primavera (Bom yeoreum gaeul gyeoul geurigo bom, Coreia do Sul, 2003), uma bela produção, com linda fotografia, dirigida e estrelada pelo jovem Kim Ki-Duk, onde você vai conhecer a história de um homem que, depois de viver mil experiências e cometer mil erros, descobriu como Deus queria que ele fosse. Ou pelo menos encontrou o caminho para essa descoberta. E, na indecisão entre o agora e o eterno, redescobriu que o amor é a mais perfeita casa para o repouso do espírito.

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