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Sol em conjunção com Vênus

zeus e hera

Por Haroldo Barros
(http://haroldobarros.wordpress.com/)

No dia 25 de Outubro, Sol e Vênus se encontraram no grau um do signo de Escorpião, de onde fazem sêxtil com Marte, convidando-nos a uma reflexão acerca dos nossos relacionamentos e dos papéis que neles desempenhamos.

Conta uma bela passagem da mitologia grega que Zeus, o senhor do Olimpo, discutia com sua esposa Hera (ou Juno) sobre quem tinha mais prazer no ato sexual: o homem ou a mulher. Resolveram pedir ajuda a Tirésias, o sábio.

Tirésias, que é mais conhecido por sua participação no mito de Édipo, havia testemunhado, na sua juventude, à cópula de um par de serpentes encantadas e foi agraciado, por conta disso, com a possibilidade de viver como mulher durante sete anos.

Era Tirésias, portanto, a pessoa mais indicada para dirimir a pungente questão que atormentava os soberanos dos deuses e dos homens.

Trazido à presença do real casal divino e instado a expressar o seu conhecimento, Tirésias respondeu que a mulher tem mais prazer do que o homem, no ato sexual, na proporção de dez para um.

Zeus delirou de felicidade com aquela resposta, pois essa informação criava para ele um caminho para justificar as suas muitas estrepolias amorosas: “Já que a minha mulher tem dez vezes mais prazer, eu posso ter pelo menos dez amantes!”

Irritada com a resposta, Hera impõe a Tirésias um castigo terrível: cega-o para sempre.

Para os mais desavisados, essa pode ser uma história de final triste para Tirésias. Mas, no sentido simbólico e mitológico, cegueira externa significa iluminação interior! E assim, o nosso herói Tirésias, por ter harmonizado as duas polaridades (o macho e a fêmea), alcança a suprema iluminação e conhecimento da Verdade.

Ficou conhecido como o mais sábio dentre os sábios e não havia segredo que ele não desvendasse. Graças a essa sabedoria, Tirésias pode ajudar Édipo a conhecer a verdade sobre si mesmo e sobre as terríveis verdades que se escondiam em Tebas. Essas verdades, no final da história, acabaram por levar Édipo também à cegueira, mas não a cegueira do castigo auto-impingido que pretende redimir as culpas, como quis Freud, mas sim a cegueira da suprema iluminação.

O encontro, no primeiro grau do signo de Escorpião, entre Vênus e Sol, é um sinal do Cosmos para que busquemos cada vez mais essa harmonia entre as polaridades. É como se precisássemos ativar o Tirésias dentro de nós, aquele que conhece ambas as faces do Ser.

Marte ajuda, enviando influxos positivos, lembrando-nos que, sejamos homens ou mulheres, todos temos o macho e fêmea dentro de nós. E sobretudo nos relacionamentos afetivos e no mundo profissional, onde as polaridades se acentuam, temos que ser homens que sabem ser suaves; e mulheres que sabem lutar. Sem perder o poder de se encantar e se maravilhar diante da vida e sem perder a possibilidade de realizar os nossos sonhos e metas.

Um cuidado.

Se você vivencia, neste momento, uma relação, fique atento: a conjunção entre Vênus e Sol poderá trazer à superfície o que há de mais profundo em seu relacionamento, sacudindo as estruturas para ver até que ponto elas estão bem firmadas e sólidas.

Portanto, não seja avaro de carinho, não poupe palavras gentis e gestos doces. Não permita que a dificuldade de observar as necessidades do outro venha a restringir seus sentimentos. E sobretudo espante o egoísmo que pode abalar as bases de seu afeto.

E lembre-se: qualquer crise é uma oportunidade para o fortalecimento e renovação, desde que saibamos lidar com ela.

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