Na véspera do Natal, uma linda triangulação no Céu, entre Lua, Netuno e Plutão
Por Haroldo Barros https://haroldobarros.wordpress.com
Qual a relação entre o Natal e a Morte?
O Natal é provavelmente a época mais mágica do ano, onde somos como que contagiados pelos ideais de esperança, amor e renovação interior, que pairam no ar e inspiram novos rumos. Neste dia 24, em plena véspera do Natal, acontece esta bela triangulação envolvendo Lua, Netuno e Plutão.
E é bastante auspicioso que este fenômeno aconteça na véspera do Natal, pois seus significados estão associados a tesouros interiores que se revelam e produzem marcantes transformações nas pessoas.
Essa ideia é retratada pelo escritor inglês Charles Dickens em seu Conto de Natal, talvez a mais famosa e bela história de Natal, reproduzida em inúmeras versões cinematográficas e literárias.
Ebenezer Scrooge, personagem principal, é um velho comerciante, avarento e ambicioso, cujo único interesse é o lucro e o acúmulo de riquezas, passando por cima de quem quer que fosse, sem se importar com o sofrimento ou a penúria alheias (esse personagem, diga-se de passagem, inspirou Walt Disney a criar, mais tarde, o avarento Tio Patinhas). O pétreo e gélido coração de Scrooge era completamente insensível às causas humanitárias e aos sentimentos de amizade ou compaixão.
Na véspera do Natal, Scrooge recebe a fantasmagórica visita de Marley, seu falecido sócio que, tão impiedoso e avaro quanto ele, sofria, no além-túmulo, as conseqüências de uma vida voltada ao enriquecimento material e à exploração dos mais humildes. A aparição lhe avisa que ainda há tempo de mudar, transformar-se num ser humano melhor e antecipa a visita de mais três espectros.
O primeiro, o fantasma dos natais passados, evoca a Scrooge o seu próprio passado, cheio de sofrimentos, que lhe encheram a alma de mágoas, ódios, ressentimentos e rancores, endurecendo-lhe o coração. O segundo, o fantasma do Natal presente, aponta-lhe o sofrimento das pessoas que o velho Scrooge explora implacavelmente. O terceiro, o fantasma dos natais futuros, mostra-lhe o seu futuro, sendo odiado por todos e morrendo solitário.
No dia seguinte, Scrooge desperta transformado; um novo homem nasceu, tocado que foi pela magia do Natal: cumprimenta a todos, ajuda os pobres e até dá uma festa!
Uma importante reflexão nestas vésperas do Natal, com essa belíssima triangulação entre Lua, Netuno e Plutão: o Cristo só renascerá em nossos corações se pudermos matar algo dentro de nós, que nos impede de ver a magia e a beleza. Para isso, temos que destravar o nosso coração.
E o coração é uma porta que só se abre por dentro.
Essa ideia pode parecer um lugar-comum, sobretudo numa celebração que se tornou excessivamente comercial. Porém, como sempre afirmamos, todos temos o nosso próprio inferninho interior! E a pergunta (plutônica!) a ser feita é: que fantasmas nos assombram? Ou, traduzindo, que mágoas, ódios, ressentimentos e rancores nos endurecem o coração e nos impedem de resgatar a sensibilidade e o encanto, da mesma forma que o velho Scrooge não entendia a beleza dos sentimentos mais elevados e humanitários?
Na época do Natal, há o momento propício para que nos livremos de nossos ranços interiores, ressentimentos e mágoas que nossos semelhantes, na maior parte das vezes, sem perceber, nos causam. E, seguramente, não há força mais poderosa para isso do que o perdão. Aproveite, portanto e livre-se dos seus fardos.
Mas lembre-se: Natal é todo dia !!! Todo dia, portanto, é dia de perdoar. Se não por que você seja bonzinho, mas por que, no mínimo, você estará se livrando de ranços que somente servem para travar seu crescimento e sua paz.
O nosso desejo é que, neste Natal, você possa reencontrar a dimensão crística dentro de você e, assim, alcançar uma vida cada vez mais plena, em todos os sentidos.
Um grande abraço e um feliz Natal. E que Deus nos abençoe a todos !