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Lívia Falcão e Fabiana Pirro comandam aula espetáculo gratuita para o público dia 10 de outubro

Nesta quarta, 10 de outubro e na próxima, dia 17 de outubro, pela manhã, a partir das 10h, a Duas Companhias realiza dentro da programação dos seus oito anos de vida, duas aulas espetáculo abertas e gratuitas para o público. Serão 20 participantes no palco e mais 200 pessoas que poderão acompanhar como espectadores. Escolas e entidades interessadas em levar grupos para as apresentações ou para as aulas podem se inscrever pelo email duascias@gmail.com ou pelo telefone 9949.9945.

Nesta quinta (11), ainda como parte da festa de aniversário, às 20h, tem a leitura dramatizada do texto “Dormir Talvez Sonhar”, do cearense Oswald Barroso, professor, poeta, folclorista, jornalista e teatrólogo, com o elenco da Duas Companhias e artistas convidados. A entrada também é gratuita.

Na sexta (12) continua a temporada popular de “ocupação” do Teatro Barreto Júnior, no Pina, reunindo vários espetáculos do grupo. Para esta segunda semana de atrações, a programação conta com a parceria do Ministério da Cultura e Carrefour através do projeto “No Palco”, que prevê o patrocínio a 26 apresentações teatrais em espaços alternativos e teatros em várias cidades brasileiras, como João Pessoa, Recife, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, incluindo também cidades do interior em vários estados. Graças ao apoio do Minc e Carrefour, o público terá entrada gratuita na sexta (12/10), às 20h, para a peça “Divinas”. No sábado (13/10), às 16h30 tem uma apresentação de “Caxuxa” que está fora do programa do Carrefour e por isso será cobrada a entrada de R$ 8,00. Mas o restante do final de semana segue com entrada gratuita ainda no sábado, às 20h, com o espetáculo “Caetana” e no domingo (14), com mais uma sessão de “Caxuxa”, esta com patrocínio do projeto “No Palco”, às 16h30 e outra de “Divinas” às 20h.

Além dos espetáculos, leituras dramáticas e aulas espetáculo, a “festa” da Duas Companhias apresenta a exposição “Risos da memória”, que ficará montada no primeiro andar do teatro, com fotos que contam a trajetória do grupo e as afinidades e afetos reunidos ao longo da caminhada. As fotografias são assinadas por Daniela Nader, Renata Pires, Fred Jordão, Rodolfo Araújo, Renato Filho, Roberta Guimarães e Dudu Schneider.

A Duas Companhias – O nascimento da Duas Companhias partiu das atrizes pernambucanas Lívia Falcão e Fabiana Pirro, que tinham vontade de falar do seu lugar de origem, investigar sua cultura, mergulhar nas suas raízes. De 2004 a 2010, elas realizaram as montagens de Caetana, com texto e direção de Moncho Rodriguez (espetáculo visto por mais de 75 mil espectadores e que permanece em cartaz até hoje), e A Árvore de Júlia, com direção de Lívia Falcão; lançaram o livro “Uma história do teatro pernambucano daqui pr’ali e de lá pra cá” e o documentário “Caetana o Filme”; produziram oficinas e ciclos de leituras dramatizadas; e viajaram pelo Brasil e pela Europa com o repertório da Companhia.
Em 2011, com o elenco e o time de produção reforçados, a Duas Companhias realizou o pioneiro projeto “Formação de Mulheres Palhaças em PE” e o “Que Comédia! Ciclo de Leituras da Commedia Dell’Arte” e estreou mais um espetáculo, Divinas.

Em 2012, a companhia comemora oito anos de vida e trabalho com Caetana e Divinas na estrada, e o nascimento do musical Caxuxa com o elenco jovem da trupe.

A poesia e encantamento do espetáculo Divinas

Divinas, que poderá ser vista na temporada dos oito anos às sextas e domingos, às 20h, até o final de outubro, é uma celebração e apresenta em clima de brincadeira e poesia três figuras contadoras de histórias, na pele das palhaças Uruba (Fabiana Pirro), Bandeira (Odília Nunes) e Zanoia (Lívia Falcão), atravessando tempos e geografias diversas numa caminhada sobre a delicadeza e a força na busca dos sonhos.

Tudo em diálogo com a música, a poesia popular e a arte do palhaço. A peça foi pensada para ser livre e poder ser encenada em qualquer espaço, no palco, nas praças, nas ruas… A montagem já teve uma elogiada curta temporada no Teatro Barreto Júnior, no Recife e uma participação comemorada no Festival de Circo do Brasil, incluindo duas apresentações abertas em praças do Recife e Olinda, além do Janeiro de Grandes Espetáculos e Festival de Inverno de Garanhuns.

Depois de mais de um ano de preparação, incluindo a realização de dois ensaios abertos, na programação do Palco Giratório, onde o público interagiu com as artistas, tecendo comentários e colaborando também com o processo de criação, Divinas estreou no início de outubro de 2011, no Teatro Barreto Júnior. A peça tem música ao vivo comandada pelo percussionista Luca Teixeira e trilha sonora assinada por Beto Lemos. A preparação das atrizes na arte da palhaçaria para encarar o espetáculo foi feita pela palhaça e atriz Adelvane Néia, de Campinas. Na equipe de dramaturgia o professor, filósofo e poeta Marcelo Pelizzoli, o escritor e poeta Samarone Lima e a jornalista, poeta e dançarina Silvia Góes.

O trabalho de pesquisa para a encenação de Divinas começou em 2010, com a orientação de dramaturgia e direção do espanhol Moncho Rodriguez, que passou quinze dias no Recife num programa de imersão com a equipe e com a participação de Lívia Falcão, Fabiana Pirro e Luciano Pontes como atores-pesquisadores. Depois dos primeiros estudos e ensaios abertos, outros projetos da Duas Companhias foram a razão de um intervalo no trabalho. O retorno efetivo do processo se deu em abril de 2011 e para dar continuidade ao projeto, a Duas Companhias convidou a atriz Odília Nunes para dividir o palco com Lívia e Fabiana. A palhaça Adelvane Néia, de Campinas (SP), foi chamada para conduzir os improvisos e preparar as três palhaças em cena. Marcelo, Samarone Lima e Silvia Góes foram convidados para integrar a dramaturgia desta segunda fase de montagem da peça.

Desde o princípio a interação entre os artistas e o público guiou o projeto e já em 2010 foram realizados alguns ensaios abertos no Centro Apolo Hermilo. O convite para o Palco Giratório com a demonstração do processo na última fase de lapidação do espetáculo foi uma nova oportunidade de dialogar com o público e estudar as reações ao que vinha sendo proposto em cena.

O trabalho em conjunto transforma o grupo num grande amálgama de criatividade. A partir das improvisações das três palhaças, os dramaturgos se inspiraram na elaboração do texto, que foi levado de volta às palhaças e novamente trabalhado junto com as figuras. Na construção, Adelvane Néia foi conduzindo como uma maestra os sons da orquestra. A opção pela presença em cena e ao vivo do percussionista Luca Teixeira em diálogo com os atrapalhamentos e poesias das três palhaças foi testada durante os ensaios abertos e afinada para as apresentações que se seguiram, rendendo elogios de público e crítica.

Divinas dá continuidade ao movimento em busca de um corpo de mulher no universo do clown, criando uma linguagem própria da palhaça. A integração de Adelvane Néia ao trabalho de pesquisa de Divinas se deu a partir de novembro de 2010, quando, a convite da Duas Companhias, veio ministrar as aulas do projeto “Formação de Mulheres Palhaças em Pernambuco”, com a participação de quinze mulheres do estado.

Caxuxa para crianças de todas as idades

Um convite à vida colorida a partir da beleza dos sonhos, vozes que brincam e cantam juntas e que trazem ao público a força de letras divertidas com frases como: “Tem que sonhar, porque senão fica chato!” O musical “Caxuxa” estreou em abril deste ano e invade mais uma vez o palco do Barreto Júnior na temporada de aniversário aos sábados e domingos, às 16h30.

Toda a peça se passa numa noite, na qual as crianças, ao invés de dormir, resolvem sonhar acordadas. “Caxuxa” dramatiza esses sonhos com muita leveza e alegria, e navega na ideia de que todo ser humano, de qualquer cor, idade, raça ou crença tem sempre o desejo de, em algum momento, se sentir outro, metamorfosear-se. Em cena, jogando com a simplicidade e a criatividade, e corporificando com graça essa criança brincante que há em todo ser humano, o talento das jovens atrizes Anaíra Mahin, Marina Duarte, Natascha Falcão e Olga Ferrario é somado à experiência do ator e também diretor deste espetáculo, Cláudio Ferrario. Juntos, eles vivem intensamente cada sonho com a certeza de que estes são reais e representam os desejos, a criatividade e a poesia de qualquer pessoa.

O texto original de “Caxuxa” é de Ronaldo Ciambroni, com adaptação e músicas de João Falcão. Cenário e figurinos de Fabiana Pirro em parceria com a equipe. Iluminação de Luciana Raposo. Direção musical de Adriana Milet. As coreografias foram criadas com a participação de todo o elenco e dos diretores, com a colaboração da bailarina Silvia Góes, do Coletivo Lugar Comum. A direção geral é assinada em dupla por Cláudio Ferrário e Lívia Falcão.
“Caxuxa”, segundo Lívia, é um musical para todas as idades e conta a história de quatro crianças e um homem cego que vivem na rua transformando sua realidade através dos sonhos a cada momento, dando espaço e voz aos “outros” que sempre nos habitam como seres humanos. “Todos temos o desejo de vez em quando de nos sentirmos outro né?”, diz Lívia.

Caetana marca o começo dessa história

A comédia teatral CAETANA, com Lívia Falcão e Fabiana Pirro, estreou em 2004 numa apresentação em Garanhuns (terra natal da atriz Lívia Falcão). O espetáculo dirigido por Moncho Rodriguez e com texto do próprio Moncho em parceria com Weydson Barros Leal, passou por várias cidades do Nordeste, pelo Sudeste, Sul, já teve até temporada na Europa, foi indicado ao Prêmio SHELL e reuniu mais de 50 mil espectadores ao redor do mundo. Na temporada dos oito anos, CAETANA fica em cartaz aos sábados, às 20h.

“Para mim CAETANA é sempre um desafio. Benta é a personagem que mais exige da atriz Lívia, em tudo, voz, corpo, interpretação. É o meu 100%.”, diz Lívia Falcão, que encarna a divertida rezadeira Benta, arrancando risos e lágrimas da plateia por onde passa.

Tomando como base a pesquisa desenvolvida pelo encenador Moncho Rodriguez na procura de novas linguagens para um teatro de identidade nordestina, a peça trata do tema da moça CAETANA, inspiração armorialista utilizada pelo dramaturgo Ariano Suassuna em suas obras e poemas.

CAETANA é a identidade da morte, aqui interpretada por Fabiana Pirro. Lívia Falcão “encarna” Benta, uma rezadeira “encomendadora” de almas que, após indicar o caminho do além a tantas outras, vê-se diante do seu próprio encontro com a CAETANA. As almas anteriormente encomendadas por Benta reaparecem para um divertido encontro em forma de bonecos, articulados e dublados por Fabiana.

Em 2005, Lívia Falcão e Fabiana Pirro receberam o Prêmio APACEPE de melhor atriz e atriz coadjuvante, respectivamente, no projeto “Janeiro de Grandes Espetáculos”. O prêmio também foi conferido às categorias figurino, maquiagem, produção e ainda o Especial do Júri em Dramaturgia para o encenador Moncho Rodriguez e o poeta Weydson Barros Leal. O espetáculo também foi indicado ao Prêmio SHELL, o mais importante do teatro nacional, em três categorias: melhor atriz (Lívia Falcão), melhor texto (Weydson Barros Leal e Moncho Rodriguez) e melhor trilha sonora (Narciso Fernandes).
“A encenação resgata elementos do teatro das tradições populares e os transforma em linguagens renovadas de contemporaneidade. Um teatro de celebração, de encantamento e diversão”, destaca Moncho Rodriguez. CAETANA aparece de forma poética, com muita música e celebrações presentes no imaginário popular do Nordeste.

A morte passa pelo memorial do imaginário nordestino deixando um rastro de histórias, mistérios, encantamentos e assombrações que despertam a curiosidade num universo de fábulas e crendices que terminaram se tornando íntimos do povo.

O circo, o desaparecimento, os desafios do amor e da vida, as diferentes formas de aparições dessa CAETANA estão presentes no espetáculo, escrito a quatro mãos por Moncho Rodriguez e pelo poeta Weydson Barros Leal, que marcou com CAETANA a sua estreia na dramaturgia teatral.

De acordo com Moncho Rodriguez, que também assina a cenografia e o figurino, a cenografia do espetáculo propõe a autonomia de mobilidade levando a cena completa para qualquer lugar onde possa se realizar. Trata-se de uma “máquina teatral” circense, onde já se incrusta a própria iluminação, o som, os efeitos visuais. “Assim, resgatamos a praticidade dos antigos comediantes mambembes, que percorriam cidades e feiras levando seu teatro a todos os lugares”, explica.

CAETANA também leva ao palco o diálogo entre atrizes e bonecos, sempre dublados por Fabiana Pirro, que encarna, além da própria CAETANA em carne e osso, papéis complementares à trama. São esculturas volumétricas, utilizando materiais reciclados e alternativos, misturados com elementos puros da tecelagem usada no interior do Nordeste por artesãos e bordadeiras. O bêbado, que aparece num divertido diálogo com a velha encomendadora de almas Benta – personagem de Lívia Falcão – é representado por um cabo de vassoura na mão de Fabiana, relembrando uma brincadeira de infância comum no interior.

Espanhol, nascido em Vigo, ao longo de 30 anos de carreira o encenador Moncho Rodriguez desenvolveu vários projetos de pesquisa no teatro do mundo ibérico em Portugal, na Espanha e no Brasil. Dirigiu importantes companhias de teatro oficiais e independentes e foi formador de muitos jovens atores que hoje atuam no cenário do teatro ibérico nos três países. Nos últimos 15 anos tem se dedicado ao estudo e pesquisa da dramaturgia ibérica no Nordeste do Brasil, promovendo e criando espetáculos com outros dramaturgos nordestinos como Lourdes Ramalho (PB), Ronaldo de Brito (PE), Racine Santos (RN), Aglaé Fontes de Alencar (SE), Oswald Barroso (CE).

Entre os principais projetos de intercâmbio entre a península ibérica e o Brasil destaca-se o projeto Cumplicidades, do qual foi idealizador e coordenador na primeira jornada. Financiado pela Comunidade Europeia, realizou ainda projetos como o Universo do Cordel, com jovens atores de Portugal, Uruguai, Espanha e Brasil. Promoveu circuitos de descentralização teatral na Espanha e Portugal e dirigiu no Vale do Ave, em Portugal, a Oficina – Centro de Artes e Mestres Tradicionais, com a participação de mais de 400 jovens integrados em programas de re-inserção social.

Quem são os personagens de CAETANA segundo o diretor Moncho Rodriguez:

Benta – interpretada por Lívia Falcão.
“É uma encomendadora de almas. Representa a mãe coragem, o espírito nordestino daqueles que tentam sobreviver”.

CAETANA – interpretada por Fabiana Pirro.
“É a morte presente em nosso imaginário lúdico. A tragédia transformada em riso”.

Ninguém – boneco inspirado nos cabeçudos populares.
“É o homem simples do povo. O moleque-de-recado, sem alternativas de profissão. É visto como louco, porque só loucos conseguem sobreviver assim”.

Epifânio – boneco inspirado nos trabalhos do Mestre Saúba, de Carpina, andando sempre bambo sobre uma bicicletinha.
“É o político corno. Representa toda a minha raiva do egoísmo do poder”.

Rita Tabaqueira – boneco inspirado num tipo de marionete utilizado numa ópera em Lisboa. Escultura com meio corpo próprio e que utiliza parte do corpo do ator.
“É a mulher reprimida pela Igreja e pela família do Sertão, desvendando o desejo feminino”.

Tonho da Braúna – boneco construído sobre um cabo de vassoura.
“É o bêbado e poeta. Representa o romântico, que transforma tudo numa brincadeira. Uma homenagem aos poetas populares. Tonho já ganhou inclusive um papel no meu próximo espetáculo”.

Dioclécio – boneco inspirado nos mamulengos.
“Faz parte do universo dos excluídos e é exatamente dele que vem a consciência do humano. É um homossexual, sensível e prestativo e termina emprestando à Benta a consciência do que é viver sem a “chave da vida”.

O Anunciador – interpretado por Fabiana Pirro.
“É muito parecido comigo”.




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