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Júpiter em quadratura com Saturno

Por Haroldo Barros
(https://haroldobarros.wordpress.com)

Evento raro, este ângulo difícil entre Júpiter e Saturno convida-nos a uma reflexão acerca do equilíbrio entre as forças de expansão e as forças de restrição.

Neste dia 03 de Agosto de 2015 acontece um dos mais importantes eventos astrológicos do ano: a quadratura entre Júpiter e Saturno, que se encontram em torno dos vinte e três graus do signo de Leão e de Escorpião, respectivamente, indicando o advento de uma crise entre os fatores de expansão e edificação. Essa é uma configuração de caráter histórico, que faz parte de um ciclo que dura aproximadamente vinte anos.

O planeta Júpiter significa, astrologicamente, a sabedoria, a fortuna e o poder. Ou seja, traz a representatividade dos fatores de expansão: o otimismo, a ventura, o crescimento, a alegria, a jovialidade. Já Saturno, por seu lado, significa o limite e representa os fatores de restrição: o tempo, a cobrança, a disciplina, a contração, a lei.

Ou seja, um expande e o outro contrai. Um multiplica e o outro restringe. Um rege e o outro é a lei sob cujos auspícios se rege.

O que dizer então, acerca de uma quadratura (ângulo de noventa graus, um ângulo difícil e tenso) ocorrida entre dois planos da alma tão contrastantes entre si?

Sabemos que uma quadratura tem sempre o efeito de tensão recíproca entre dois planetas, ocasionando uma crise, um conflito, entre os dois conceitos representados pelos astros envolvidos.

No caso de Júpiter (expansão) e Saturno (restrição), essa crise nos remete a uma reflexão e a uma busca maior da eficácia.

Talvez possamos conceituar eficácia como o perfeito equilíbrio entre os fatores de expansão e os fatores de restrição: de um lado, os alcances pretendidos com uma ação, do outro os limites impostos pelas injunções da realidade; de um lado, os desejos, do outro o controle de si mesmo; de um lado, as possibilidades previstas, do outro, o reconhecimento dos obstáculos a serem vencidos.

E como a quadratura ocorre em signos fixos (Leão e Escorpião), teremos que estar atentos também ao conceito de produção. Seguindo o mesmo raciocínio acima, entendemos que a eficácia da produção, a longo prazo, está no bom equilíbrio entre os resultados da produção e o investimento na capacidade de produção.

Por exemplo, todos aplaudem uma bailarina que encanta a platéia com seus movimentos de dança. Mas o que pouca gente lembra é que a perfeição desses movimentos está diretamente relacionada à quantidade de horas dispensadas aos ensaios e treinamentos. O resultado desejado da produção é o reconhecimento do público, consubstanciado através dos aplausos; o investimento na capacidade de produção foram as infindáveis horas de treinamento. Igualmente, um pai fica orgulhoso e feliz de notar a união entre seus filhos e sua eficiência escolar. Mas para isso, muito tempo foi despendido para orientar essas crianças, resolver conflitos de forma justa, delimitar regras e condutas, etc. A felicidade dos filhos é o resultado desejado da produção; o amor e a dedicação despendidos para isso é o investimento na capacidade de produção. E assim por diante.

Neste momento, portanto, atente. Observe em que pontos da sua vida (profissional, afetivo, familiar, matrimonial, relacional, etc) você está agindo de modo eficaz; e em que outros você precisa melhorar o equilíbrio entre os fatores de expansão e os fatores de restrição, entre a produção e a capacidade de produção.

Estamos no limiar de uma crise cuja tônica aponta para a busca desse equilíbrio. Porém, como já dissemos outras vezes neste blog, uma crise pode trazer perigo; mas, sobretudo, traduz oportunidades.

Sim, pois é na crise, diante dos obstáculos que a adversidade impõe, que fazemos aflorar nossos maiores potenciais. Como dizia Einstein, a adversidade revela o gênio. A prosperidade o esconde.

Fique atento. É bem possível que, nos próximos tempos, você se veja obrigado a enfrentar algum tipo de crise que manifeste esse desequilíbrio entre Júpiter e Saturno em sua vida. Ou seja, entre a produção e a capacidade de produção. Aproveite o conhecimento que daí advier para buscar e restaurar esse equilíbrio.

Análise Cíclica

Independentemente da qualidade própria desse momento, sinalizada pela quadratura Júpiter – Saturno, do ponto de vista ciclológico cabe também uma observação.

Como já comentamos em outros artigos, nesta coluna, o ciclo sinódico entre dois planetas se dá da seguinte maneira: na conjunção (quando os dois planetas se encontram no mesmo grau do Zodíaco), inicia-se um ciclo, novas sementes são lançadas, algo novo começa. O planeta mais rápido continua avançando e, na oposição (quando os planetas estão a 180º), esse ciclo atinge o seu máximo. Nesse ponto, as sementes lançadas no momento da conjunção frutificam (para bem ou para mal) e rendem resultados. Mas, entre a conjunção e a oposição e vice-versa existem dois momentos em que os planetas se colocam em quadratura (a 90º um do outro). Os pontos de quadratura representam momentos de crise, de oportunidade. A quadratura crescente (entre a conjunção e a oposição) está relacionada a crescimento. Às vezes, nesta fase, faz-se necessário um ajuste ou reordenamento de metas, para que os projetos ou vivências iniciadas na conjunção continuem ou até mesmo se extingam de vez. Já a quadratura minguante (entre a oposição e a conjunção) está relacionada a uma crise que solicita novos ajustes, porém com vistas ao encerramento do processo.

Ciclo Sinódico

E, na nova conjunção, o ciclo é definitivamente encerrado e um novo se inicia.

Alguns desses ciclos duram um mês, como é o caso dos ciclos envolvendo a Lua. E outros ainda duram aproximadamente vinte anos, como é o caso deste ciclo Júpiter – Saturno.

Quando observamos esse tipo de ciclo, percebemos que o tempo e seu desenrolar em nossa vida fica impregnado de significados. E vivemos em meio a uma infinidade desses ciclos.

A vez mais recente em que Júpiter e Saturno fizeram uma conjunção foi entre Janeiro e Agosto de 2000. Avalie com cuidado: que sementes você lançou, nos entornos desse momento? Que projetos ou vivências você iniciou aí?

Júpiter e Saturno fizeram uma quadratura crescente no período entre Novembro de 2005 e Janeiro de 2006. E retornaram à quadratura entre Julho e Dezembro de 2006. Pergunte-se: que tipo de crise de ajustamento seu projeto ou vivência esteve passando, durante esse momento?

A oposição Júpiter – Saturno ocorreu entre Abril de 2010 e Maio de 2011. Aí aconteceu o apogeu do ciclo. Pergunte-se: nessa época, que frutos você colheu, relativos às sementes plantadas em 2000?

A quadratura minguante Júpiter – Saturno ocorre agora, entre Agosto de 2015 e Agosto de 2016. Eis aí o momento da crise final, o princípio do fim do ciclo.

E a conjunção Júpiter – Saturno ocorrerá entre o final de 2020 e o início de 2021. Aí se encerará o ciclo e se iniciará outro.

Estamos acostumados, neste blog, a fazer análises de ciclos menores do que este. Porém, é importante que percebamos que há ciclos e ciclos, de todos os tamanhos e durações. E esses ciclos todos se mesclam e se interpenetram uns nos outros, perfazendo, em sua somatória, a infinita riqueza do tempo, em sua forma de se rebater por sobre a existência humana.

Fique atento. E aproveite para usar os momentos cíclicos a seu favor, em vez de nadar contra a correnteza cósmica.

Uma Dica Cinematográfica

O filme O Sol de Cada Manhã (The Weather Man, USA, 2005), dirigido por Gore Verbinski e estrelado por Nicholas Cage, onde você vai conhecer a história de um homem vivendo sufocado entre os fatores de expansão e os fatores de restrição. E, no conflito entre um pai repressor (Saturno) e uma filha com excesso de peso (Júpiter), lutando para restabelecer o equilíbrio.

P.S.

A propósito: sob um outro ponto de vista, Júpiter e Saturno estão associados, ambos, à figura arquetípica do Pai.

Júpiter ao pai expansivo, alegre, orientador; Saturno ao pai restritivo, duro, estruturador. A tensão da quadratura Júpiter – Saturno pode nos deixar meio carentes de pai.

Precisamos ficar atentos e tomar cuidado para não buscar fora a estrutura e a sabedoria que devemos cultivar dentro, em função dessa carência.

Este é um padrão que nós, brasileiros, precisamos aprender a mudar.

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