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Júpiter em oposição a Plutão

Por Haroldo Barros
 (publicado originalmente em: http://haroldobarros.wordpress.com)

Aspecto tenso entre esses dois planetas, indicando momento de crises transformadoras em nosso sistema de crenças.

O planeta Júpiter representa, do ponto de vista do simbolismo astrológico, a sabedoria, a Filosofia, a Ética. A justiça e a base sobre a qual ela se assenta. Os nossos sistemas de crenças e nosso senso de liberdade. E, por associação com Sagitário, seu signo de regência, a busca pelo transcendente e a maestria espiritual.

Já o planeta Plutão, regente do signo de Escorpião, está associado aos processos de transformação e regeneração. Processos que nem sempre (ou quase nunca, para ser franco..) acontecem de maneira simples e fácil. Pelo contrário, Plutão gosta de ser um grande mestre que irá nos ensinar suas lições, seja pela consciência, seja pela dor.

A oposição entre Júpiter e Plutão é um indicativo de que algumas das nossas certezas estarão em cheque, nos próximos dias. Conflitos pode haver, que propiciem um importante aprendizado, mais provavelmente pela dor do que pela consciência. Conflitos e situações que podem exigir decisões difíceis. Ainda mais porque a oposição Júpiter-Plutão se posiciona a 90 graus de Urano, formando uma Quadratura T, um aspecto todo vermelho, prá lá de tenso…

E mais. faz convergir essa Quadratura T com outra importante configuração que hoje se apresentam em nossos céu: o Grande Trígono entre Júpiter, Saturno e Netuno.

E o resultado é que se forma uma nova configuração, que mescla os benefícios e estímulos expansivos do Grande Trígono com as tensões da Quadratura T.

E quais os impactos disso sobre nós?
Uma coisa que se impõe é a necessidade de aceitação das mudanças. Já tivemos a chance de citar em outro artigo a mundialmente famosa pesquisa realizada pela Dra. Elizabeth Kübler-Ross, médica psiquiatra que trabalhou com doentes terminais. Segundo a Dra. Kübler-Ross, existem cinco estágios pelos quais os pacientes terminais passam, antes de aceitar a morte iminente. Primeiro, o estágio da negação. O paciente não aceita a ideia e nega a possibilidade, mesmo diante de evidências. O segundo estágio é o da cólera: o paciente esbraveja e grita contra o destino ou contra Deus. Fica realmente zangado porque sua vida está chegando ao fim. O terceiro estágio é o da barganha: o paciente começa a oferecer um novo tipo de comportamento (um nova dieta, um novo modo de lidar com as pessoas, uma nova chance à religião) em troca de um prolongamento de sua vida. O quarto estágio é o da depressão: a tristeza que se instala diante do inevitável. E finalmente, vem o estágio final da aceitação: consciente dos fatos, o paciente reconcilia-se com a vida e com a morte iminente e pode usufruir de seus últimos instantes em paz.

Em Astrologia, normalmente não estudamos a morte física, por considerar que ela está fora do alcance de nosso livre-arbítrio. Mas entendemos que as mesmas fases da morte detectadas por Kübler-Ross podem ser encontradas nos processos de mudança pelos quais passamos, ao longo de nossas vidas. Investimos muito de nosso tempo e energia para evitar a dor e a crise. A maior parte de nós abomina a ideia de perder ou de se desligar de qualquer coisa à qual estejamos ligados, mesmo aquelas coisas que sabemos prejudiciais, mas que, pela força do hábito, mantemos.

Nutrimos e alimentamos um medo especial por perder aquelas coisas que representam o nosso senso de identidade: relacionamentos, empregos, salários, ideais, conceitos religiosos etc.

E muitas vezes, diante da mudança inevitável (= morte do ego), reagimos exatamente como os pacientes terminais estudados pela Dra. Kübler-Ross: primeiro, negamos que algo tão característico de nossa ego-identidade esteja prestes a desmoronar; depois, esbravejamos a nossa cólera contra tudo e contra todos; em seguida, tentamos barganhar (tarde demais!) a sobrevivência dessa nossa parte tão desgastada de nossa composição psíquica: “vou passar a me comportar assim ou assado”, “vou me emendar e mostrar serviço”; depois, ficamos profundamente deprimidos pela inexorabilidade da mudança; e finalmente, aceitamos a mudança e somente a partir daí, podemos agir para criar o destino que desejamos e merecemos.

A oposição entre Júpiter e Plutão (e todas as suas configurações correlatas) é um poderoso indicativo de que o Cosmos nos dá a chance de compreender a mudança e seus porquês, seja pela consciência, seja pela dor. Não necessariamente o desenvolvimento se dá pela dor. Isso só acontece quando teimamos em não tomar consciência da necessidade de mudança. Daí surge a crise e a dor que faz aprender.

A oposição se dá com Plutão a nove graus de Capricórnio e Júpiter a Nove graus de Câncer. Se você já tem o seu mapa astrológico, observe que casas do seu mapa são tocadas por esses dois pontos e você terá uma indicação das áreas da vida onde você pode vir a passar por testes de vida que lhe trarão consciência e aprendizado.

Dica cinematográfica:
O filme “Viver” (“Ikiru”Japão, 1952), de Akira Kurosawa.

Considerado por muitos como a maior obra do mestre do cinema japonês, o filme é um poema em celulóide, produzido em preto e branco, mas demonstra,, com a força de todas as cores da alma, que a morte pode ser encarada como um sopro de renascimento. Você vai conhecer a história de Watanabe, um homem que descobre o sentido da vida, a partir do beijo da morte.

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