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[INTEGRANDO SAÚDE] Relações Tóxicas – saiba como sobreviver a elas

Fonte da imagem: https://www.tsemrinpoche.com/tsem-tulku-rinpoche/buddhas-dharma/devadatta-blaming-others.html

Por Gabriela Sencades Migge* |

Realmente não há como escapar disso, pois não importa o quão engajado em ajudar os seres se estará, sempre haverá críticas, competições, alguém que diga que nós não somos capazes e que não vamos conseguir. Sempre vai haver alguém que cultive raiva, ciúmes, inveja etc. Ou seja, sempre haverá alguém que cultive sentimentos negativos em relações a nós.

Não quero deixar ninguém triste com isso ou desmotivado. Pelo contrário, minha intenção aqui é abrir uma reflexão que possamos nos libertar de muitas amarras dos nossos “cobradores cármicos”, ou seja, daqueles que a gente, nem sabe o porquê, sente que não é lá muito nosso “fã”.

Se pararmos para pensar um pouco, grandes líderes carismáticos, que pregavam amor, compaixão, não-violência foram assassinados, perseguidos, presos e severamente criticados. É como aquele jargão “se nem Jesus Cristo agradou a todos, quem somos nós para agradar.”

O ponto é que se ficarmos esperando aprovação e benção de todos os seres que existem no mundo para agirmos estaremos fadados à paralisia, pois sempre haverá alguém que nos critique ou nos ponha para baixo. Mas, não podemos permitir que isso nos congele, limite, cale, paralise.

Tomemos os exemplos de grandes mestres para a humanidade, como Jesus Cristo, Buda, Madre Tereza, Gandhi etc. Essas pessoas eram líderes pacificadores, cujo exemplo foi sempre o de espalhar bondade, compaixão, e não-violência. No entanto, quando agiram, foram perseguidos, criticados, ameaçados…

Minha intensão não é deixar ninguém com medo também. Mas é preciso considerar que tudo que se faça, e até mesmo o que não se faça, despertará, nas pessoas sentimentos. E estes serão positivos ou negativos, a depender da mente do ser que recebeu aquela “mensagem” (leia-se: ação praticada por nós).

Acho muito interessante, por exemplo, a história de Buda e sua relação com seu primo Devadatta. Este sentia inveja do Buda, antes mesmo Dele se iluminar e tentou destruí-lo várias vezes, mesmo depois de receber a ordenação de aluno do Buda, do próprio Buda!
A imagem acima ilustra a história de uma das formas que Devadatta atentou contra a vida de Buda. Enquanto este caminhava em silêncio, como sempre fazia, seu primo o espreitava da colina e tentou jogar uma rocha grande, suficientemente pesada, para matá-lo. A rocha rolou, porém, em vez de cair em cima do Buda, caiu ao seu lado. Buda sabia o que havia acontecido e, mais tarde, ao encontrar o primo apenas sorriu e o cumprimentou. Intrigado, Devadatta perguntou: “O senhor não está com raiva de mim?” Buda responde: “não, você não é mais a pessoa que jogou aquela rocha e eu não estava sozinho.”

O que Buda quis dizer com isso?

Em relação a “você não é mais a pessoa que jogou a rocha” ele tira o “peso” de Devadatta, perdoando-o e ensinando que há natureza de Buda nele (em Devadatta). Explico: basicamente, Buda não considerava a existência de uma maldade inerente em nenhum ser. Ou seja, nenhum ser é mau por natureza e o que leva alguém a cometer crueldades é a ilusão criada por um estreitamento na mente, que, erroneamente, considera que cometer ações negativas obter-se-á algum tipo de êxito. Desse modo, Buda retirou de Devadatta o peso da culpa. Porém, isso não quer dizer que ele tenha se iluminado por ter obtido o perdão do Buda.

Os alunos do Buda, em seus escritos, relataram que a mera presença do Buda Shakiamuni era capaz de trazer paz e lucidez para quem estivesse perto. Mas, por que isso não aconteceu com Devadatta, que inclusive foi ordenado pelo próprio Buda?

Isso não acontece pois o primo de Buda estava cego. Dominado pela ambição de liderar a sanga (o grupo dos alunos) do Buda. Ele sentia ciúmes, inveja, achando-se melhor que o Buda e por isso deveria estar em seu lugar. A cegueira de Devadatta decorrente de todo veneno mental que se passava em seu interior o impediu de reconhecer o Buda como ser capaz de ajudar e o perseguiu e atentou contra sua vida como pôde.

Em seguida Buda fala “e eu não estava sozinho.” Isso aqui é realmente transformador, pois significa que quando uma pessoa não está engajada em emoções e ações destrutivas há uma proteção natural que se recai sobre ela. É como se todo o universo conspirasse a favor de sua vida e sua proteção. Portanto, não há o que temer. Procure apenas focar a sua mente para estados mais positivos que simplesmente nenhum mal “grudará” em você. Sua maior proteção é a alta frequência que você pode irradiar e, para isso, é necessária diligência e constante observação mental.

Se a convivência com alguém for ameaçadora, simplesmente se afaste e continue seu cultivo mental. Com relação ao outro não podemos fazer nada, se ele não quiser. Mas, em relação a nós mesmos podemos e devemos fazer muito, como continuar no cultivo de um bom coração e de lucidez. Mantendo essa prática constante nos libertamos dos enganos e nos protegemos naturalmente.

Para finalizar a história do Buda, Devadatta, mesmo recebendo Seu perdão, reza a lenda que foi para o inferno que sua mente já produzia, como retorno cármico de suas más ações. Perceba com isso que o perdão liberta apenas quem o dá. Já quem o recebe, dependerá de onde a sua mente estará. E para quem está engajado em produzir más ações a lei do carma será implacável.

Dessa forma deixo novamente a meditação Metabhavana (meditação do amor universal) para praticarmos. Já deixei aqui algumas vezes, porém, em um primeiro momento o foco fomos nós mesmos. Em um outro momento o foco seria a relação com uma pessoa da qual amamos, agora, temos um grande desafio: praticar Metabhavana com alguém que não gostamos.

Mentalize essa pessoa, a princípio não vai ser muito sincero, mas com a prática diligente nosso psiquismo se abre e nossa energia fluirá amorosamente, pacificando essa relação que está difícil para você. Com o tempo, o mal que você acha que aquela pessoa te produz, não passará de compaixão convertida em aspirações para que aquela pessoa supere o sofrimento e perceba que fazer e desejar maldade só produz sofrimento para si mesmo.

Então, vamos lá, deixo aqui um trecho explicativo da Metabhavana que está no Artigo ‘Amor como caminho direto – parte 6: Amar a Deus através de um relacionamento erótico’:

“A Metabhavana é um tipo de meditação discursiva em que vamos dando à mente conteúdo a fim de que esta se abra para a experiência que estamos cultivando no momento. No caso aqui seria a nossa relação com uma pessoa da qual não gostamos ou nutrimos emoções perturbadoras.

Então, nos sentamos ou deitamos em uma posição confortável, fazemos 3 respirações profundas a fim de conduzirmos nossa mente para o presente através da respiração e em seguida repetimos as 8 frases, uma seguida da outra, sem pressa e visualizando cada frase, são elas:”
1. Que … (nome da pessoa perturbadora) seja feliz (e visualize este ser sendo feliz)
2. Que … supere o sofrimento (e visualize o ser superando o sofrimento e assim segue a cada frase)
3. Que … encontre as verdadeiras causas da felicidade
4. Que … supere as causas do sofrimento
5. Que … supere todo o carma (ou os obstáculos)
6. Que … manifeste lucidez instantânea e naturalmente
7. Que … desenvolva formas de beneficiar os seres verdadeiramente e
8. Que … encontre nisso a fonte de alegria e felicidade.

Essa meditação não tem contra-indicação, pode-se fazer e repetir até sentir-se tomado pela alegria do amor, como um transbordamento.

Referências:
https://www.epochtimes.com.br/bodhgaya-o-lugar-onde-buda-gautama-se-iluminou/
http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2013/11/estudo-sugere-que-buda-viveu-dois-seculos-antes-do-que-se-pensava.html
http://www.seikyopost.com.br/budismo/o-elefante-embriagado
https://serbalmindfulness.wordpress.com/2016/08/25/buda-y-su-primo-devadatta/
https://www.tsemrinpoche.com/tsem-tulku-rinpoche/buddhas-dharma/devadatta-blaming-others.html

 

* Gabriela Sencades Migge é terapeuta holística, co-fundadora do Espaço Cuidar, mestra em reiki, frequenciadora de luz, aurículoterapeuta, terapeuta floral, terapeuta prânica, thetahealer, facilitadora em meditação. Realiza atendimentos presenciais no bairro das Graças, no Recife-PE, Brasil.

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