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[INTEGRANDO SAÚDE] Amor como caminho direto – Amar a Deus através do serviço

Imagem: Pixabay

Por Gabriela Sencades Migge* |

“A sabedoria sem meios hábeis é escravidão. Meios hábeis sem sabedoria são escravidão’: o elemento central dos meios hábeis é a compaixão.” (Alan Wallace)

O altruísmo é, sem sombra de dúvida, um dos mais nobres sentimentos. Com ele, diminuímos o nosso ego, muitas vezes deixando de lado muitas de nossas necessidades e vamos ao encontro de outros seres para ajudá-los, sem nem mesmo conhecê-los, ou se quer receber algo em troca. Porém, quando não há o cultivo da sabedoria, o que seria altruísmo acaba se tornando escravidão, uma espécie de penitência cumprida com grande esforço e sofrimento.

Há muitos casos em que o ser toma uma ação por missão e acaba indo de encontro à sua própria saúde, seja esta física, emocional etc., minando muitas vezes as relações mais íntimas como o casamento, ou omitindo-se como pai, mãe, filho(a). Porém, dessa maneira, vamos tecendo um monte de obstáculos para nós mesmos, nos impedindo de fluir livremente em nossa missão.

Desse modo, acabamos prisioneiros de um “pseudo-altruísmo”, que, ao invés de suplantar o nosso ego vamos alimentando-o com as nossas carências e, por que não, orgulhos, uma vez que a capacidade de nosso ego subverter ações benéficas é imensa. Muitas vezes nem nos damos conta. E, por isso, não podemos nos separar ou esquecer de cultivar a sabedoria. Uma vez que compaixão e sabedoria, quando juntas, se retroalimentam e se expandem. Já uma sem a outra estaremos fadados a nos aprisionarmos nas sutis armadilhas de nosso próprio ego.

Imaginem, por exemplo, aquele que quer se dedicar a ajudar às pessoas. Porém, como fazê-lo sem sabedoria? Como esse ser irá ajudar a dirimir o sofrimento, se ele nem mesmo sabe sair de seu próprio obstáculo. Pode ser que se consiga ajudar um e outro, em uma ação muito pontual, mas não vai conseguir oferecer o ponto que irá transmutar de forma efetiva o obstáculo dos demais seres.

Claro que entre fazer ou não-fazer alguma ação benéfica é sempre melhor fazer! Há mérito aí sim! E é preciso reconhecer. Mas há também a possibilidade de ir sempre ampliando nossa capacidade de gerar benefícios e a única coisa que nos impede somos nós mesmos.

Imagine o caso da pessoa promover ações assistencialistas, veja bem, aqui não estou falando mal de tais ações, pois estas são necessárias e urgentes, afinal o sofrimento daquele que não tem o básico como alimentos, vestimentas e moradia é urgente e precisa ser sanado com rapidez. Mas é necessário pensar em como tirar aqueles seres definitivamente da situação de sofrimento. E fazemos isso quando conseguimos dar autonomia a este ser. Acolhemos agora para que em um futuro próximo o ser possa caminhar estável com suas próprias pernas, sem estabelecer uma situação de dependência.

Essa dependência, quando se estabelece pode ter muitos sentidos, pode ser física, intelectual, emocional, financeira, enfim… E é aí que o ego se manifesta e caímos em suas armadilhas, pois, ao criarmos situações de dependência, para alguns, alimentará suas carências e orgulhos mais profundos. É quase infantil, mas é algo do tipo “eu sou importante porque tenho muitos seres que dependem de mim.”
Nessa dependência estabelecemos a segurança de que o “eu” daquele quem dá estará sempre a um nível acima daquele que recebe. E o “eu” sempre se alimentará desses dependentes que estarão revivificando e fortalecendo esse “eu” que dá.

Porém, não se aflija, siga ajudando sempre. Sempre que puder, em toda e qualquer situação em que puder levar benefícios, seja pelo motivo que for, não hesite! Faça-o! Mesmo que não seja de coração, mesmo que tenha outros motivos além de ajudar. Faça! Não pare nunca de ajudar.

Só que, aos poucos, em concomitância, vamos silenciosamente entrando em contato com a nossa verdadeira motivação. O que eu quero fazendo isso? Eu espero reconhecimento? Eu desejo algum tipo de troca, retribuição ou prêmio? Quero ser notado? Ou quero, simplesmente ajudar, sem compromissos ou laços de dívidas alheias?

Porém, é necessário sempre observar o equilíbrio entre compaixão e sabedoria tendo em vista que:
“Um desequilíbrio tanto da compaixão como da sabedoria resulta em escravidão. Servir aos outros sem dispor de uma fonte profunda de sabedoria e de insight leva a exaustão. Por outro lado, buscar a sabedoria sem cultivar a compaixão levará a uma esterilidade autocentrada e desconectada – um outro tipo de esgotamento.” (Alan Wallace, Budismo com Atitude pag.149)

E assim, a fim de não tendermos para nenhum tipo de exaustão, como o Prof. Alan Wallace ponderou em seu livro “Budismo com Atitude”, é necessário estabelecer sempre o “caminho do meio” de nossas ações, pois, assim, não vamos ao limite da dedicação e nem vamos ao outro extremo da comodidade, apatia e frieza com os sentimentos alheios. Afinal, sabedoria sem compaixão leva também ao desequilíbrio, nos tornando apáticos e indiferentes ao sofrimento alheio.

Achar esse desequilíbrio é um desafio, mas sempre poderemos nos espelhar nos nossos grandes mestres e em alguma fonte de sabedoria que nos dê sentido, seja esta de qualquer religião ou filosofia, pois a sabedoria é universal e, embora tenha muitas linguagens, estas escoam para um mesmo caminho, a nossa reconexão com Deus (a palavra Deus aqui está explicada no primeiro artigo dessa série Bakthi Yoga: amor como caminho direto).

Além disso, é preciso não perder de vista que, por mais que façamos para ajudar o outro, não podemos mudá-lo. E tudo que temos para dar realmente a alguém é o nosso exemplo. Como disse, não podemos mudar o mundo de ninguém, mas podemos sempre transformar o nosso próprio mundo, que vai se expandindo à medida que transmutamos nossas negatividades e colhemos os frutos da bem aventurança que é o caminhar com lucidez.

* Gabriela Sencades Migge é terapeuta holística, co-fundadora do Espaço Cuidar, mestra em reiki, frequenciadora de luz, aurículoterapeuta, terapeuta floral, terapeuta prânica, thetahealer, facilitadora em meditação. Realiza atendimentos presenciais no bairro das Graças, no Recife-PE, Brasil.

Marque sua consulta pelo número: (81) 9.9163-5351 (claro/whatsapp).
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Atendimentos via Skype: Gabi Sencades

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