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[HAROLDO BARROS] Os Astros e a Páscoa

Por Haroldo Barros
http://haroldobarros.wordpress.com/

 “Timing” Celestial das Festas Cristãs

Pouca gente conhece, inclusive dentro da própria Cristandade,  a fórmula pela qual se calculam as festas móveis, no calendário cristão. E a maioria das pessoas se mostra muito surpresa, para não dizer estupefata, ao descobrir que a marcação desse calendário, ou seja, que o “timing” das festas cristãs está absolutamente impregnado de símbolos astrológicos.

E o ponto de partida é a Pascoa, a Festum Festorum, ou seja, a maior, a festa das festas da tradição cristã.

O Domingo de Páscoa é o primeiro Domingo após a primeira Lua Cheia depois da entrada do Sol no signo de Áries, ou seja, do Equinócio de Outono (para o Hemisfério Sul; para o Hemisfério Norte, essa data corresponde ao Equinócio de Primavera).

Debulhando: após o Equinócio, que ocorre em torno do dia 20 ou 21 de Março, espere a primeira Lua Cheia; após essa Lua Cheia, o primeiro Domingo será o Domingo de Páscoa.

Ora, o Equinócio ocorreu no dia 20 de Março. A Lua Cheia aconteceu no dia 7 de Abril, terça-feira passada. Portanto, o próximo Domingo, é o Domingo de Páscoa.

E quando acontece o Carnaval?

Quarenta dias antes!

E esses quarenta dias são chamados de Quaresma, época de reflexão, meditação e penitência, que preparam para a Páscoa.

Astros e Símbolos na Páscoa

Observe-se que, do ponto de vista astrológico, o signo de Áries é o primeiro do Zodíaco e representa a ressurreição do ano que se encerrou, a partir da aurora de um novo ciclo. Com a entrada do Sol em Áries se celebra, portanto, a Primavera cósmica. Note-se que a palavra primavera vem do latim “primus” + “veritas”, a “primeira verdade” demonstrada pelo Zodíaco, círculo de grandes e universais verdades.

Além disso, a correspondência simbólica do signo de Áries com o carneiro é uma referência direta ao Cristo, o “Cordeiro”, Aquele que tira o pecado do mundo.

Já a Lua Cheia que antecede o Domingo de Páscoa, a primeira do novo ano solar, pode ser analisada, simbolicamente, de três modos: primeiro, a Lua Cheia indica que o modo da inteligência propriamente humana alcança o seu máximo, pois cumpre integralmente sua função, que é refletir o conhecimento espiritual, simbolizado pelo Sol. Numa mesma linha interpretativa, em segundo, a Lua Cheia representa os Apóstolos, cuja função, igualmente, era refletir e reverberar a Luz do Cristo, simbolizado pelo Sol; em terceiro lugar, a Lua Cheia representa também a plenitude do materno, sua fecundidade e fertilidade, geração e nascimento.

Esse é o conjunto de significados astrológicos, simbólicos e religiosos que entremeia os atributos cristãos da Páscoa, a festa principal, primeira e central da Igreja Cristã: de modo análogo ao triunfo do Sol em Áries sobre a noite, a vitória do Cristo, sobre a morte e sobre o tempo, renova e regenera o antigo mundo e, como a Lua Cheia, engendra e inaugura uma nova vida.

A posteriori, vários outros símbolos foram se compondo simbolicamente ao redor desse significado central da festa e, dentre eles, um dos mais tradicionais é o ovo da Páscoa. Como restrição alimentar da Quaresma proibia comer ovos, eles só voltavam a ser consumidos na refeição do Domingo de Páscoa.

Nesse dia, pintados de cores vivas e alegres, simbolizavam a possibilidade de ressurreição da Humanidade, ofertada a todos desde que Jesus ressurgiu dos mortos.

O simbolismo do Ovo Cósmico é amplamente aceito por diversas tradições. Na Cosmogênese segundo a Mitologia Grega, por exemplo, a união da Noite (Nix) e do Caos, deuses primordiais, engendra um Ovo que, quando se rompe, faz surgir, da metade superior da casca, o céu e da metade inferior, a Terra. E do seu âmago, surge Eros, o deus do Amor, o “desejo incoercível dos sentidos”, o amálgama do Universo.

O ovo é, portanto, considerado como o receptáculo dos germes a partir dos quais se desenvolverá a manifestação, impregnado do Princípio Universal, além de aparecer freqüentemente como um dos símbolos mais evidentes da renovação periódica da natureza.

Por isso, muitos povos antigos o viam como o melhor emblema da vida que germina no começo da Primavera. O simbolismo do ovo reafirma, portanto, de modo muito claro e completo, as principais características da Páscoa, enquanto celebração da Vida e da Luz.

Desejamos a todos os nossos amigos, clientes e leitores uma feliz celebração de Páscoa.

E  que a chama da consciência crística possa arder eternamente nos corações dos homens.

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