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Grupo “Imaginário Materno”, voltado para mulheres em gravidez assistida, realiza encontros a partir de novembro

As futuras mamães em processo de gravidez assistida ganham um novo espaço no Recife para troca de experiências e atividades corporais e de arteterapia focadas no compartilhamento de vivências, reflexões e suporte emocional. O grupo “Imaginário Materno” está com inscrições abertas e é possível se aproximar a qualquer momento que a mulher sentir vontade. Os encontros serão quinzenais, sempre às terças, a partir de novembro.

Como conciliar o sonho de ter um filho com as exigências da vida moderna, que apela por estabilidade financeira, profissional e emocional para empreender o compromisso da formação de uma nova família? Além disso, é preciso reconhecer, não é fácil encontrar o companheiro “ideal” no meio desse turbilhão. De acordo com dados apresentados pelo médico Armínio Collier, hoje no Brasil são registrados cerca de 30 mil casos por ano de gravidez assistida, o que dá uma média de 2,5 mil casos por mês. Em Pernambuco, fica em aproximadamente 60 casos por mês. Uma das razões para o crescimento constante na busca pelo tratamento é que as mulheres estão escolhendo engravidar mais tarde. E tudo isso tem efeitos colaterais, até no ato sexual do casal, que perde a espontaneidade com o único objetivo da fertilização.

Estresse, ansiedade, alterações hormonais, essas são algumas características comuns apresentadas por futuras mães que se dedicam a essa luta pela realização do sonho da maternidade. É pensando nelas que as psicólogas, arteterapeutas, especialistas em terapia de casal e família e analistas em bioenergética Reveca Bouqvar e Edna Lopes decidiram iniciar, na Horizonte Clínica de Desenvolvimento Humano, as atividades do grupo “Imaginário Materno”, para troca de experiências e atividades corporais e de arteterapia focadas no compartilhamento de vivências, reflexões e suporte emocional. Qualquer pessoa pode participar. Serão dois encontros mensais, a cada quinze dias, das 19h às 21h, a partir de novembro. Para se inscrever é só entrar em contato pelo telefone 3268.6588.

“Normalmente as clínicas que realizam o tratamento não têm nem sugerem o acompanhamento psicológico. A gente fica se sentindo muito sozinha, sem ter com quem trocar. É uma experiência que mexe muito com o emocional e com o físico também. A ansiedade é muito grande e a própria química do processo tem reações visíveis. Tem a expectativa se vai ou não vai acontecer, as frustrações, a cobrança familiar”, conta a psicóloga Reveca Bouqvar, uma das responsáveis pela ideia de fundação do “Imaginário Materno” e que viveu na pele e no ventre a experiência da reprodução assistida. Ela hoje tem dois filhos, gêmeos, Maurício e Bárbara, ambos com cinco anos.

“Quando eu fiz o tratamento de gravidez assistida estava perto dos 40 anos. Tentei quatro vezes, uma vez a cada ano, para dar tempo do corpo se liberar do processo para voltar a receber, foi em 2002, 2003, 2004 e 2005. Em 2006 nasceram meus filhos. Eu me casei tarde, trabalhei, viajei, achava que teria a juventude eterna”, diverte-se. “A vontade de ser mãe sempre existiu, mas sempre achava que poderia esperar. E ainda não tinha encontrado a pessoa. Com 38 eu encontrei e o desejo da maternidade cresceu, começamos a tentar e nada, foi quando recebi orientação da minha médica para procurar o tratamento. Ele já tinha dois filhos crescidos, mas foi muito parceiro e companheiro. Na segunda tentativa já no processo da reprodução assistida engravidei, mas o feto não se desenvolveu, tive que fazer curetagem e tudo, chorei, sofri, mas nunca pensei em desistir. Quando na quarta tentativa vi que eram dois chorei de alegria, porque faria tudo outra vez para ter mais um”, emociona-se.

Edna Lopes atualmente atende em seu consultório algumas mulheres que estão tentando engravidar e percebeu por suas pacientes a importância de um espaço para compartilhar a experiência. Foi quando procurou Reveca. “É uma questão que envolve o casal e a ideia é, conforme o grupo aconteça, no futuro, atrair o homem também para o grupo”, explica Edna Lopes.

“A partir dos 35 anos já se está no grupo de risco, especialmente pela existência de problemas como endometriose, ou o refluxo de sangue menstrual para dentro do corpo, o que costuma ser proporcional ao número de ciclos que a mulher tem”, explica Armínio Collier. O especialista destaca ainda o envelhecimento natural das células e dos órgãos, tanto nas mulheres como nos homens e também o uso de drogas, incluindo álcool e cigarro e a varicocele nos homens.

De acordo com Armínio Collier são quatro clínicas em funcionamento no Recife e uma em Caruaru. Hoje o custo da reprodução assistida fica em R$ 14 mil a R$ 15 mil para cada tentativa, envolvendo uma média de um mês e meio só de avaliação do casal e realização de exames específicos e muitos profissionais: médico ginecologista, andrologista, biólogo, anestesista. “É um tratamento caro, mas estamos lutando para dar acesso a pessoas mais pobres. Hoje tem o VidaLink, um programa que oferece descontos de 40% a 50% do laboratório que produz os hormônios (tudo é feito fora do Brasil) e mais 40% a 50% de desconto por parte da clínica. Com isso cai para uma média de R$ 8 mil em duas vezes até, mas mesmo assim é caro”, diz. “Em São Paulo há mais de um hospital público que trabalha com gravidez assistida. Aqui, o IMIP foi credenciado pelo Ministério e atende cerca de cinco casos por mês”, completa. “Menos de um por cento das minhas pacientes eu consigo encaminhar ao psicólogo e acho que o grupo de discussão é o modelo ideal”, destaca o médico ao falar da importância do surgimento do “Imaginário Materno”.

“A cada ano a procura cresce. O Governo já acenou positivamente na batalha com os convênios para liberar o tratamento da infertilidade”, declara Collier, que há mais de 20 anos faz reprodução assistida. Ele explica que além de reduzir os custos, há outras lutas dos médicos no sentido de reivindicar um conjunto de leis que passem a reger o tratamento e pela instalação de um banco de óvulos. “Hoje existem normas para reprodução assistida, mas não leis, e isso é péssimo”, relata.

O que evoluiu nesse tempo todo? “Muita coisa. Na década de 90 eram transferidos em torno de 10 embriões para uma taxa de gravidez de 10%, hoje são dois embriões para uma taxa de 50% a 60%. Sabemos que se você avaliar bem o casal e ajustar corretamente homem e mulher, hormônios, ultrassons, perfis imunológicos, a probabilidade de engravidar no primeiro tratamento é grande. Mas a busca hoje é conseguir transferir um embrião para uma taxa máxima de gravidez”, diz Armínio Collier.

SERVIÇO:
Horizonte Desenvolvimento Humano
Rua Muniz Tavares, 72, Jaqueira
FONE: 3268.6588




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