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Festival Internacional de Teatro de Objetos (FITO), de 14 a 16 de setembro, no Marco Zero

O Festival Internacional de Teatro de Objetos (FITO) volta à cidade com gostinho de estreia. Em sua segunda edição no Recife, chega com uma programação inédita. O FITO é patrocinado pelo Sistema SESI Pernambuco, com curadoria e idealização de Lina Rosa, da Aliança Comunicação e Cultura. O evento acontece entre os dias 14 e 16 de setembro, em uma superestrutura no Marco Zero, onde o público local terá mais uma oportunidade de conferir a transformação de objetos da indústria como cadeiras, cabides, copos e talheres em “atores e atrizes” de teatro. São 12 grupos da França, Argentina, Alemanha, Portugal, Israel, Bélgica e Brasil que fazem mais de 60 apresentações gratuitas.

Nesta edição, entre os destaques estão a atriz e diretora Agnés Limbos, da companhia belga Gare Centrale, que é considerada a grande dama do Teatro de Objetos, duas companhias francesas e uma brasileira. Da França, Bakelite, que traz a montagem multimídia “Assalto”. Nesta apresentação de suspense, o espectador vai experimentar todas as etapas de um grande roubo, como num filme de ação: a pressão da máfia, a perseguição, os gangsters, a fuga, etc. E ainda, a companhia Beau Gest, com o grandioso “Transporte Excepcional”. Um dueto entre o bailarino Philippe Priasso e sua retroescavadeira, numa delicada e “dramática” “tensão” aço-carne embalado por uma ópera cantada por Maria Callas. Do Brasil, a companhia paulista Teatro das Coisas com espetáculo criado a partir da participação dos atores em edições anteriores do FITO, “Coisas de Circo”, indicado para todas as idades. Na montagem, a descoberta de artistas de circo por trás de objetos convencionais, porém sem seus rótulos de origem. É assim que um pregador de roupas se transforma em um equilibrista que brinca na corda bamba e uma rolha revela-se um Homem Bala cujo maior desejo é ser lançado por uma garrafa de champanhe.

A única a voltar a programação do FITO Recife é a diretora Katty Deville, que retorna com o espetáculo “20 Minutos Sob o Mar”, da companhia francesa Théàtre de Cuisine. Katty é responsável pelo uso da expressão Teatro de Objetos para expressar essa “modalidade” cênica.

Assinada pelo diretor do grupo performático XPTO, Osvaldo Gabrielli, a cenografia desta edição vem completamente nova e está focada no universo dos guarda roupas. Na área externa às salas de teatro montadas no Marco Zero, serão erguidas 12 árvores metálicas feitas com cerca de 5 mil cabides acrílicos na cor laranja e amarela. Esses cabides estarão pendurados em árvores gigantes, com cerca de 6m de altura. Os cabides terão o mesmo efeito das folhas das árvores movimentadas pelo vento.

Em sua jornada pelo Brasil, o FITO – único festival do tipo no País -, já foi visto por mais de 200 mil pessoas de oito cidades diferentes: Porto Alegre (RS), Brasília (DF), Florianópolis (SC), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MT), Manaus (AM) e Recife (PE) e Curitiba (PR). “O Teatro de Objetos é uma forma de metáfora crítica inteligente, que faz pensar, diverte, educa e sensibiliza a plateia. Daí a importância de trazer uma nova linguagem. Um caminho diferente. Um novo olhar sobre as coisas e, consequentemente, uma revisão na forma de fazer teatro. Tudo isso enriquece e amplia os horizontes das artes cênicas. Estimula e desafia o artista e a plateia”, explica a idealizadora e curadora do festival, Lina Rosa Vieira, diretora de criação da Aliança Comunicação e Cultura.

Ainda pouco desenvolvido no Brasil, o Teatro de Objetos já possui tradição na Europa, local de onde virá a maior parte das companhias. Os espetáculos têm classificação livre, 6 anos, 12 anos e adulto, e começam sempre a partir das 16h. Como acessibilidade é um dos pilares do FITO, a programação contempla espetáculos com áudio descrição e linguagem de sinais. Os espetáculos desta edição também procuram contemplar todas as faixas etárias. Os mais pequeninos, por exemplo, vão curtir espetáculos como Zoo Ilógico, da companhia paulista Truks, que conta a história de dois amigos que queriam fazer um piquenique no zoológico, mas encontram as portas do parque fechadas. Então, resolvem inventar o seu próprio zoo particular, em que bichos ganharão vida com os objetos do frustrado piquenique, como jarras, frutas, taças e bandejas. Já para a família inteira, a indicação é o espetáculo Coisas de Circo, do grupo paulista Teatro das Coisas.

Os adolescentes provavelmente vão apreciar Tempestade num copo d´água, da Shakespeare Women Company. Duas atrizes em cena interpretam um conto delirante, em que duas mulheres chegam de longe, encharcadas por uma tempestade e contam uma história cômica a partir da manipulação de múltiplos objetos, como guarda-chuvas e tecidos. Já os adultos vão se deliciar com Perturbações, do belga Gare Central, da atriz e diretora Agnés Limbos, que é considerada a grande dama do Teatro de Objetos. A fábula se passa em Nova Iorque, por volta da meia noite, quando um casal recém-casado embarca para a lua-de-mel. Mas, o que deveria ser perfeito, torna-se apavorante: um lobo de olhos vermelhos convida o casal para sentar à sua mesa. Nesta vertigem onde o pavor beira o humor, eles tentam por bem ou por mal reencontrar o seu equilíbrio.

MÚSICA – Além das apresentações cênicas, o evento, como sempre, abre um espaço bem especial para atrações musicais. Dois dos maiores multi-instrumentistas brasileiros estarão no palco do FITO nesta edição: o alagoano Hermeto Pascoal e a “prata da casa” do FITO, Naná Vasconcelos ( que vem participando de várias edições do FITO pelo Brasil a fora e pela segunda vez no FITO Recife). O show de Hermeto será no sábado (15), a partir das 21h30. A banda que o acompanha é formada por sua esposa, Aline Moreno, no vocal e percussão, Fábio Pascoal, na percussão, Márcio Bahia, na bateria, Itiberê Zwarg no baixo, Vinícius Dorin nos metais e instrumentos de sopro, e André Marques no piano e teclado. Hermeto fará uma apresentação de aproximadamente 70min, cheio de improvisos e ousadias percussivas, como seu público já pode esperar. O show de Naná Vasconcelos, criado especialmente para esta edição do Recife, portanto, uma estreia, foi batizado por ele de Guarda Som. Na apresentação, Naná estará acompanhado pelo grupo performático paulista XPTO. Naná apresentará músicas tiradas a partir de um guarda-roupa. Ele toca sempre a partir das 17h20, durante os três dias do evento.

SEMANA PRÉ-FITO – O festival vai começar a agitar a cidade na semana anterior ao início oficial do evento. Durante a semana Pré-FITO, serão oferecidas duas oficinas e apresentadas as performances do grupo paulista XPTO em pontos da cidade como forma de “esquentar” o público. As oficinas são gratuitas e acontecem a partir do dia 10 de setembro. Uma delas será ministrada pela professora Agnès Limbós, diretora da Cia belga Gare Central e tem como tema O ator e o objeto: As possibilidades de Teatro e Poesia que nascem desse confronto. Nesta oficina, que acontece de 10 a 14 de setembro, a mestre tem como objetivo expandir as fronteiras do mundo conhecido e aventurar-se em áreas obscuras que mexam com ideias de valor e tamanho, através de exercícios e improvisações. A outra oficina, Teatro de Objetos e Identidade, com a atriz e dramaturga do Grupo Sobrevento, Sandra Vargas. Durante a oficina, serão trabalhados os princípios básicos do Teatro de Objetos, buscando caminhos que permitam ao ator dar uma função poética ao objeto sem transformar a sua natureza. Essa oficina será direcionada para jovens da escola do SESI em Jaboatão dos Guararapes. Além da oficina, cinco espetáculos; com apoio ainda de uma arte-educador para contextualizar o teatro de objetos para esses alunos como forma de garantir a aproximação desse público com essa nova linguagem cênica.

Além das oficinas, durante o Pré-FITO o público poderá conferir as performances do grupo paulista XPTO. Em Cadeiras, bailarinos embalados pela cadência de um tango, transformam as cadeiras nas quais estão sentados em amantes sensuais. Em seguida, os assentos serão incorporados aos corpos dos dançarinos e irão se transformar em uma estranha matilha que vai andar sobre a areia seguindo trilhas ancestrais em busca de água e comida. A outra performance, Sacos de Lixo Recicláveis, será uma disputa de garis pelo lixo da cidade, durante a calada da noite. Já para o trabalhador da indústria, o Fito tem uma surpresa. Quem apresentar a identidade funcional no Espaço Sesi, no Marco Zero, vai receber um brinde-objeto.

Mais informações: http://www.fitofestival.com.br/recife/



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