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[CHAMO ESTRELA] Lua Cheia em Capricórnio (em conjunção com Plutão)

Por Ana Ghandra* |

É necessário maturidade e estrutura para atravessar, de forma sã, qualquer tipo de morte. Dia 13 de julho de 2022, teremos a Lua Cheia, onde nosso satélite totalmente iluminado pelos raios do Sol atinge o ápice do ciclo de lunação, iniciado em 28 de junho, com a Lua Nova em Câncer.

Esta Lua Nova (Sol e Lua no mesmo signo de Câncer, ambos em quadratura a Júpiter em Áries) trouxe luz para o que residia em escuridão, relativo ao universo dito “feminino”, evidenciando suas virtudes, mas principalmente suas dores e violência. Boto aspas porque com os avanços dos estudos de gênero, podemos perceber o quanto de construção existe relativa às virtudes ditas femininas (e seu uso e exploração), como também nas consideradas masculinas, e seu tratamento em nossa sociedade capitalista e patriarcal.

Tudo isso porque Lilith – arquétipo do feminino que se rebela frente ao patriarcado – se apresentou conjunta a esta lunação, fomentando fagulhas (Lua Nova indica o retorno paulatino da luz) sobre vários questionamentos, revoltas, discussões, problematizações, denúncias, tudo com temas ligados ao universo feminino (Câncer), continuamente subjugado pelo Patriarcado.

Na semana da Lua Nova, nos deparamos com o aterrorizante caso da menina de 11 anos, vítima de estupro (do ponto de vista legal, qualquer ato sexual com menor de 14 anos caracteriza-se estupro) a qual fora negado o aborto. Logo após, é noticiado o caso de uma atriz, vítima também de estupro, que decide colocar o filho para adoção e é exposta, julgada e massacrada nas redes. Por fim, assistimos as denúncias de funcionárias contra o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, relatando uma série de abusos e coerções no ambiente de trabalho.

O signo de Câncer na Astrologia possui conexões com a maternidade, e o fato de estar em contato próximo com Lilith, esta Lua Nova colocou o dedo na ferida e nos impeliu a encarar temas tabus e todo tipo de verdade indigesta sobre o tema. Tudo que nos negamos a ver e preferimos banir para um lugar que não precisemos lidar fora exposto agora. Lembrando que no mito Lilith é expulsa e banida para a floresta selvagem, justamente porque se recusara a se submeter ao comando de uma sociedade patriarcal. Mais uma vez, é reativado este trauma de como a sociedade lida quando o feminino se rebela frente à violência de seus opressores.

Agora chegamos a culminação deste ciclo, com a Lua Cheia em Capricórnio. O mapa desta Lua nos mostra vias de fluidez e ao mesmo tempo desafios, portanto, há tanto a chance deste ápice ser algo benéfico quanto de ser algo que pode materializar uma crise ou finalização traumática.

O eixo Câncer-Capricórnio é aquele que nos fala sobre nossas heranças familiares e ancestrais. Mostra nossa base e nossa estrutura (tanto emocional quanto material) para seguir e lidar com os desafios da vida, além de nos proporcionar amparo e nutrição. Logo, estes temas estão sendo bastante tocados e engatilhados neste momento.

O primeiro aspecto que salta aos olhos neste mapa da Lua Cheia é a conjunção aproximativa (prestes a ocorrer de forma exata) com Plutão retrógrado em Capricórnio. A conjunção entre Lua e Plutão – tanto num mapa Natal, Retorno Solar, Sinastria ou qualquer tipo de interpretação – sempre nos remete a algo traumático, tóxico, sombrio, transformativo ou escondido (Plutão) referente à nossa mãe, familiares, passado, emoções (Lua).

E aqui neste caso ainda temos a paleta de cores capricorniana, ou seja, algo que há tempos (ou gerações) vem se estruturando desta forma tóxica e que de alguma forma havia se cristalizado em um padrão venenoso. Agora tudo isso vem à tona e é inevitável a necessidade por este expurgo.

Luas Cheias sempre trazem um poderoso feixe de luz para nossos processos emocionais, porque a Lua totalmente iluminada evidencia aquele signo onde está ocorrendo a fulminação (tanto nas suas virtudes quanto em suas sombras).

Em Capricórnio, podemos ter clareza quanto às estruturas tóxicas que mantemos em nossas vidas – podendo ser relacionamentos afetivos, familiares, amizades, relações de trabalho -, simplesmente porque nos acostumamos, por muito tempo, com suas formas de nos prover uma pseudo segurança.

Porém o que vemos neste momento da Lua Cheia é que o preço a se pagar por esta pseudo segurança pode não só ser alto demais, como totalmente doentio, e agora há um chamado dramático de basta, um despertador estridente nos clama pela renúncia.

O trígono da Lua Cheia com Urano em Touro nos aponta que há um desejo de mudança (Urano) e de ir além destes padrões – não que seja algo fácil nem rápido, visto que estamos falando de signos da terra (Capricórnio e Touro), onde é preciso um passo por vez e paciência para ir construindo a mudança em bases lentas, porém sólidas.

Plutão nos fala de morte, violência, abuso, esgoto emocional, padrões tóxicos e venenosos, mas também nos evoca a cura, a transformação e o chamado de resgate do próprio poder pessoal. Portanto, temos a oportunidade nesta Lua Cheia de renunciar a algo que nos faz mal, e assim ocupar o centro de nossas vidas e forjar novas bases, mais saudáveis e verdadeiras, para o que queremos construir no futuro.

 

* Ana Ghandra é mineira, radicada na Chapada Diamantina. Há 20 anos estuda Astrologia e pratica a interpretação de mapas. Nos últimos anos tem dedicado sua pesquisa à fomentação de pontes entre a Astrologia, a contemporaneidade, a espiritualidade e a política.

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