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[CANTO DE LU] Como estar apaixonada sem ficar num estado de leseira extrema

| Por Lu Rabelo* |

Se tem uma coisa que me tira (tirava?) do eixo é estar apaixonada. Não sei se é por conta de minha Vênus em Escorpião (em oposição a Marte), mas o fato é que quando meu coração esquenta eu tendo a um romantismo exacerbado.

Meus dois casamentos são provas disso. No primeiro, após três meses de relacionamento, engravidei de minha primeira filha, aos 21 anos. No segundo, me juntei em uma semana e, após dois meses, engravidei do meu menino, querendo conscientemente engravidar.

É fato também que o estar apaixonada me deixa muuuito criativa (e mais bela e brilhante). É nesse estado que eu mais faço poesia e componho. Lembro que uma vez, estava refletindo sobre a desilusão nas relações afetivas, e me veio esta frase: ‘El veneno para sanar las ilusiones, pero las ilusiones son tan creativas!’

A vontade de me debruçar sobre a questão hoje tem me vindo diante de um novo momento que vivo. Passei dos 40 anos e já sinto que algo vem mudando. Quero que as paixões continuem nutrindo meu processo criativo e animando minha vida, mas não quero mais sair tanto do meu centro.

E a vida vem me ensinando várias formas de conseguir estar apaixonada, sem ficar num estado de leseira extrema.

Noto que estou mais observadora. Observar como as emoções mexem comigo e compreender que só posso dar conta dos meus sentimentos (e não dos do outro), tem me colocado num outro lugar. Não é fácil, porque a gente tende a imaginar que o outro também está tão mexido quanto nós. Mas isso não é real. Cada um reage ao encontro afetivo-sexual de seu próprio jeito.

Estar atenta aos movimentos de minhas emoções tem sido interessante. Num dia tô beeem apaixonada, tendo vários flashbacks de momentos mágicos. No outro, pode acontecer algo que me tira do foco daquela paixão, equilibrando a balança (ou pendendo pra outro ‘caso’).

Percebo que o mais importante de tudo é conseguir conter tanta impulsividade. O Tempo é mesmo o melhor amigo. Se consigo ser paciente, as situações começam a ficar mais claras e a intuição se mostra certeira.

[É incrível como, às vezes, uma relação que a gente acredita ser sobrenatural, fascinante, encantada,  pode ir se diluindo, diluindo… e a gente então percebe que aquele fogo todo era algo efêmero. Por mais que me sinta apaixonada, uma coisa é certa: se a paixão não for nutrida pelos dois lados, já já desapaixono. (Mas há casos e casos, porque tem uns que vão e voltam e parece que não se cansam de ir e voltar. Eu, por exemplo, sou meio chegada a amores platônicos, aí fico alimentando-os de quando em vez)].

Voltando às lições da vida para manter o equilíbrio, estar no corpo, na presença, também é fundamental. Dançar, cantar, escrever, tomar banho de Mar, Rio, Cachoeira, Sol, Lua, caminhar na terra, plantar, respirar, silenciar a mente, me alimentar e dormir bem, fazer o que preciso fazer de trabalho e afazeres domésticos…enfim, fazer tudo aquilo que a gente sabe que nos faz bem, mas que na maioria das vezes não fazemos, e então somos dominadas (os) pelos pensamentos. (Ok que em alguns momentos a gente se deite e fique pensando na figura, isso é bom, faz parte da magia do apaixonar-se. Mas é preciso também dar conta das outras áreas da vida, né?)

Por fim, a Entrega, a Confiança e a Prontidão é um trio que quero junto de mim Ad Eternum!

* Lu Rabelo é cantadeiraarteterapeuta, jornalista e editora do Portal Flores no Ar.

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