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[ARTIGO] Pentecostes – A Festividade da Individualidade Livre

| Por Elizeu Takase |

No ciclo anual encontramos três festas cristãs de extrema importância para a nossa vida espiritual, são as festas de Natal, de Páscoa e Pentecostes.

Estas festas são como despertadores das memórias antigas, ativam os nossos pensamentos e sentimentos em direção ao passado e nos fazem contemplar para tudo de sagrado que acumulamos nas vidas passadas.

Mas outros pensamentos também são despertados, através do entendimento do conteúdo desses festivais, pensamentos estes que levam o nosso olhar para o futuro da humanidade, que em ultima análise, significa o futuro das nossas almas.

Esses sentimentos despertados nos fornecem entusiasmos para viver em direção ao futuro, e inspiram a nossa vontade com forças para trabalhos, as quais nos levam a realizá-los cada vez mais de forma adequada para cumprir as nossas tarefas futuras.

Com essa visão do passado e do futuro tornamo-nos capazes para compreender o verdadeiro significado da natureza da festa de Pentecostes.

Para nós do mundo ocidental, estas festas significam colocar diante de nós poderosas imagens que penetram profundamente nas almas.

O fundador do Cristianismo após a consumação do Mistério de Gólgota, assumiu uma nova forma corpórea, entre os discípulos, ministrando ensinamentos.

Ao fim destes 40 dias, manifestou-se visivelmente aos seus primeiros discípulos e enquanto falava com eles, dissolveu a tal forma corpórea e ascendeu aos céus. Este dia ficou conhecido como o dia da Ascensão.

Após esta data, os primeiros discípulos perderam totalmente o contato com o mestre e se sentiram desorientados e nesse estado de extrema dor pela perda, fizeram um apelo veemente em conjunto para que o Cristo os orientasse.

Passados dez dias da Ascensão, e estando eles reunidos, com profunda devoção, no dia de Pentecostes – a tradicional festa do seu povo, – presenciou um “súbito e impetuoso vento’ que se manifestou tanto fora como dentro do recinto, que soou como um “som de uma trombeta”.

Através dessa imagem, as almas dos primeiros discípulos foram despertadas para a visão superior. Eles foram chamados a contemplar, o que iria ocorrer na vida futura da humanidade na Terra. E tudo aquilo que eles aprenderam com o mestre, tornou-se claramente consciente e sentiram o poderoso impulso em seus corações, compreendendo que Ele entrou na corrente evolutiva da humanidade.

Em seguida ocorre a chegada do Espírito Santo na forma da ‘língua de fogo”, que desceu e pairou sobre a cabeça de cada um dos doze discípulos.

Eles sentiram os seus corações nascendo longe, muito longe, entre diferentes povos da esfera terrestre e em diferentes épocas. Sentiram também que algo novo penetrou em seus corações, que permitiu-os a expressar de tal forma que todos pudessem entender além da barreira da língua, sendo a comunicação de coração. E nesse estado, Pedro pode falar de forma que pessoas de diversas nacionalidades presentes pudessem compreender.

Viram que estavam com forças para proclamar o Evangelho em palavras que seriam compreensíveis a todos, não somente àqueles que tiveram contato direto no tempo e no espaço, mas para todos os seres humanos do presente e do futuro.

Estas imagens têm profundo significado no Cristianismo esotérico. O espírito, também corretamente denominado por “Espírito Santo”, enviou suas forças para a Terra, na primeira descida de Cristo quando, Jesus de Nazaré foi batizado por João Batista.

Deve ficar bem claro em nossas mentes, o significado das palavras “espírito” e “Espírito Santo”, tal como são utilizados nos Evangelhos.

Nos tempos antigos, a palavra “espírito” era estendida de muitas formas, mas uma era particularmente diferente. Porém, para entendermos este significado, devemos compreender que a nossa natureza corpora possui duas funções a cumprir: uma, que nos faz tornar um ser humano individualizado, e a outra, que nos faz ser membros de um povo, ou de uma raça, ou de uma família.

Na época anterior a vinda de Cristo, os seres humanos tinham fortes sentimentos que eram membros de um povo, tribo ou raça. Isto é expresso certamente na antiga religião dos hindus, na sua crença de que somente aqueles que tinham ligações através do sangue, eram hindus legítimos.

Estas forças inerentes à esses dois princípios são atribuídas pelos dois genitores. O principio que faz pertencer ao povo, à comunidade racial, é transmitido através da hereditariedade pela mãe.

A mãe está preenchida com Espírito do povo, e transmite para a sua prole as qualidades comuns do seu povo. Isto permite que cada povo tenha qualidades uniformes para realizar determinadas tarefas. Assim pode-se dizer que na mãe mora o espírito do povo, e que há conexão com o espírito derramando estas forças para o povo.

Do pai recebemos a capacidade que nos permite desenvolver a individualidade, as características pessoais do ser humano.

Entretanto, a humanidade estava muito tempo nesse estado de desenvolvimento, e o espírito do povo havia atingido o final da sua missão. E então Cristo veio para dar novo impulso nessa evolução.

Rudolf Steiner, respondendo à pergunta do que poderia ter ocorrido se Cristo não tivesse vindo na época que de fato veio, disse que a humanidade se desenvolveria por mais três a seis séculos e depois estagnaria por completo e, portanto, deixaria de evoluir.

Cristo elevou o nível do espírito do povo e nos Evangelhos esse novo espírito foi denominado por “Espírito Santo”. Assim, a partir da vinda de Cristo, os homens não mais pertencem ao espírito do povo, mas ao Espírito Santo. E, portanto, não sentem como pertencentes a um povo, mas pertencente a humanidade universal, e isso independente do povo ou raça a que pertence.

A chegada do Espírito Santo na Terra foi feita de forma bastante criativa, trazendo forças para a evolução humana, e para entendermos, recordemos que no Evangelho de Lucas a mãe de Jesus de Nazaré recebeu a anunciação. Assim nasce Jesus de Nazaré, o primeiro com Espírito Santo e ao atingir 30 anos recebe durante o batismo no Rio Jordão, o Cristo.

Nesta união formou o modelo ideal do homem terrestre, ou seja, nascido com o Espírito Santo e permeado com Cristo. Esta imagem Steiner esculpiu em madeira e deu o nome de “representante da humanidade”.

Contudo, podemos entender que a força do Espírito Santo veio substituir o espírito do povo, porém ao analisar a imagem de Pentecostes em que o Espírito Santo desde em forma de “língua de fogo” e atinge individualmente cada discípulo, pode-nos levar a entender que aparentemente há uma contradição. Steiner confirma que o Espírito Santo atua tanto naquilo que recebemos através da hereditariedade via mãe, como também na capacidade para desenvolver a individualidade que recebemos do pai.

No dia de Pentecostes, Cristo retornou e penetrou nos corações de cada um dos discípulos de forma individualizada. Nesse dia, Cristo reapareceu em forma múltipla, permitindo que cada um dos primeiros discípulos se tornasse portador e pregador da mensagem Dele.

Assim, nos primórdios do inicio da história do cristianismo foi implantado um poderoso símbolo do evento, que nos diz: “os primeiros discípulos receberam cada um o impulso de Cristo dentro de si”.

Para entender melhor recordemos o Evangelho de Matheus. Aqui quem recebe a anunciação foi José. E ele compreende que a mãe do seu filho estava preenchida, pela força de um espírito que não era apenas um espírito do povo, mas, um Espírito Universal da humanidade! José compreende que se fosse seu filho, nasceria com individualidade igual a qualquer outro do seu povo. Jesus, do Evangelho de Matheus, nasce com uma forte individualidade, a de Zaratustra. Esta individualidade passa para Jesus de Nazaré quando este atingiu 12 anos de idade, e passa a prepará-lo para receber Cristo.

O ciclo de desenvolvimento do Jesus de Nazaré foi de 6 anos. Nos primeiros seis anos desenvolveu o físico e depois corpo etérico até 12 e, recebendo Zaratustra aos 12 anos, desenvolve o astral até 18, a alma da sensação até 24 e alma da índole até 30 anos, para poder receber o Cristo no batismo no Rio Jordão.

Quanto mais o homem adquire a perfeição interna, mais sentira o Espírito Santo falando para o nosso interior, permeando o pensar, sentir e querer, que através da divisão em multiplicidade é também um espírito individual, e atua na individualidade humana.

O homem é livre somente quando descobre o seu espírito, e quando esse espírito de torna senhor da natureza corporal, pois do contrário é escravo da natureza corporal no qual o espírito reside.

O símbolo de Pentecostes é para nós o mais precioso dos nossos ideais, constitui a meta para o desenvolvimento da alma livre dentro do envoltório da individualidade livre.

A verdadeira ação do impulso de Cristo não se revela enquanto age na alma individual humana. Cristo só estará presente quando agirmos praticando atos para outrem. Cristo desceu para a Terra porque o poder da ação de Gólgota teve que agir sobre o corpo físico dos homens. Somente quando o ser humano recebe o impulso de Cristo no corpo físico, consegue trabalhar mais tarde, quando atravessa o portal da morte.

O homem deve se esforçar para completar aquilo que recebeu, quando retorna outra vez a Terra, e somente em suas vidas terrenas sucessivas pode aprender para compreender com a consciência física o que vive no impulso de Cristo.

Jamais o ser humano poderia compreender o impulso de Cristo, se vivesse apenas uma vez na Terra. Assim, nós vemos que o pensamento que deve ser adicionado a cristiandade é o pensamento da reencarnação. Vamos a fusão do leste e do oeste, das duas revelações poderosas, a do Cristianismo e da doutrina da reencarnação do budismo. E com a compreensão correta do pensamento de Pentecostes cristão podemos justificar o fluir conjunto das duas maiores religiões hoje atuantes na Terra.

Para que isso possa acontecer, será necessária uma nova revelação: “deixe o Cristo, que está sempre conosco, fale dentro de nós.”

Vivemos em uma época importante da evolução humana. Novas forças deverão se desenvolver na alma humana antes do final deste século, que conduzirá o ser humano ao desabrochar da clarividência etérica, será um desenvolvimento natural, e determinados seres humanos vivenciarão o evento que Paulo teve em Damasco. Desta maneira, serão elevados os poderes espirituais do ser humano. Cristo retornará em roupagem etérica. Maior número de almas compartilharão o que Paulo experimentou em Damasco.

Somente aqueles que acreditam na nova corrente da vida espiritual de Cristo, compreenderão a revelação e continuarão vivendo para todos os tempos, até o fim dos tempos.

Aqueles que compreenderem o evento de Pentecostes evoluirão cada vez mais, e comunicarão com seus semelhantes de forma sempre inovadora; e assim poderão estar sempre presentes no mundo das almas individualizadas do Espírito Santo, conduzindo de maneira renovada do impulso da alma humana. Nós podemos acreditar no futuro do cristianismo quando entendermos realmente a idéia de Pentecostes. Sentiremos o pensamento da paz, do amor, e da harmonia, que se encontra no pensamento de Pentecostes. E nós sentimos este pensamento Pentecostes vivificando o nosso festival de Pentecostes, como garantia para nossa esperança da liberdade e da eternidade.

Por sentirmos o espírito individualizado acordando em nossas almas, que acorda em nós o elemento mais significativo, o elemento do espírito: “a imortalidade espiritual”.

Ao compartilhar o mundo espiritual, o ser humano pode-se tornar consciente da sua imortalidade e da sua eternidade. No pensamento de Pentecostes nós realizamos verdadeiramente o poder daquelas palavras primitivas que iniciam e continuam implantar, e que nos revelam o significado da sabedoria e da eternidade.

[ Fonte: http://www.festascristas.com.br/ ]

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