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‘A pequena casa na floresta’, por Clarissa Pinkola Estés

“Ah, minha Criatura admirável…

Seja bem vinda…

Entre, entre…

Estou esperando por você… é, por você e pelo seu espírito! Fico feliz por você ter conseguido encontrar o caminho…

… Venha, sente-se comigo um pouco. Pronto, vamos fazer uma pausa, deixando de lado todos os nossos ‘inúmeros afazeres’. Haverá tempo suficiente para todos eles mais tarde. Em um dia distante, quando chegarmos às portas do paraíso, posso lhe garantir que ninguém vai nos perguntar se limpamos bem as rachaduras na calçada. O que é mais provável é que no portal do paraíso queiram saber com que intensidade escolhemos viver; não por quantas ‘ninharias de grande importância’ nos deixamos dominar.

Por isso vamos, por enquanto, permitir apenas que o pensamento tranquilo nos abençoe por um tempo antes que voltemos a falar sobre o velho realejo do mundo… Venha, experimente essa poltrona. Acho que é perfeita para o seu corpo querido. Pronto. Agora, respire bem fundo… deixe os ombros caírem até o ponto que lhes seja natural. Não é bom poder respirar esse ar puro? Respire fundo mais uma vez. Vamos… Eu espero… Viu? Está mais calma, mais presente agora.

Preparei a lareira perfeita para nós. O fogo vai durar a noite inteira – suficiente para todas as nossas ‘histórias dentro de histórias’. Um momentinho só, enquanto termino de lavar a mesa com menta fresca. Pronto, vamos usar a louça bonita. Vamos beber o que estávamos reservando para ‘uma ocasião especial’. Sem dúvida, ‘uma ocasião especial’ é qualquer ocasião à qual a alma esteja presente. Você já percebeu? ‘Reservar’ para outra hora é o jeito que o ego tem de dizer, rabugento, que não acredita que a alma mereça prazer no dia-a-dia. Mas ela merece, de verdade. A alma sem dúvida merece.

Por isso vamos nos sentar um pouco, comadre, só nós duas… e o espírito que se forma sempre que duas almas ou mais se reúnem com apreço mútuo, sempre que duas mulheres ou mais falam de ‘assuntos que importam de verdade’.

Aqui, neste refúgio afastado, permite-se… e espera-se que a alma diga o que pensa. Aqui sua alma estará em boa companhia. Posso garantir-lhe que, ao contrário de muitas no mundo lá fora, aqui sua alma está em segurança. Fique tranquila, comadre, sua alma está a salvo.”

[Clarissa Pinkola Estés, do livro 'A ciranda das mulheres sábias']

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